Capítulo 11: "Um Passo A Mais"

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Eu não esperava dormir depois daquela troca de mensagens. A excitação mantinha meus sentidos aguçados, meus pensamentos completamente tomados por Yuna e o que estava por vir. Cada detalhe do nosso último encontro estava gravado na minha mente: o jeito como ela reagia ao meu toque, como o desejo e a confusão se misturavam em seus olhos. Eu estava no controle, mas, de alguma forma, ela também exercia um poder sobre mim. Um poder que eu não queria admitir.

Meu celular vibrou de novo. Era a resposta que eu estava esperando.

"Não sei se consigo confiar em você. Isso tudo é novo pra mim."

Eu li a mensagem várias vezes, tentando absorver o que ela realmente queria dizer. Ela estava hesitante, como sempre, mas havia algo nas entrelinhas. Se Yuna quisesse, poderia simplesmente se afastar, parar tudo ali. Mas o fato de ela continuar respondendo, mesmo depois de tudo, indicava que estava tão presa quanto eu.

Eu não ia deixar isso escapar. Digitei rapidamente: "Eu posso te mostrar que você pode."

Sabia que estava jogando com seus sentimentos, mas também sabia que ela estava pronta para dar o próximo passo. Havia algo entre nós que não podíamos ignorar. E, por mais que ela tentasse resistir, a tensão nos envolvia cada vez mais.

O vento frio entrava pelas frestas da janela, trazendo um arrepio. Decidi que precisava sair. Coloquei meu casaco de couro, saí do apartamento e caminhei pelas ruas vazias da noite. Andar sempre me ajudava a organizar os pensamentos, e naquele momento, minha mente estava um turbilhão.

As ruas estavam desertas, iluminadas apenas pela luz amarelada dos postes que projetavam sombras longas no chão. A neblina começava a se espalhar pelos becos, dando à cidade um aspecto quase fantasmagórico. O som dos meus passos ecoava enquanto me lembrava de como eu e Yuna nos conhecemos, e como, aos poucos, comecei a notar a presença dela mais intensamente. No início, ela parecia querer passar despercebida, mas seus olhares furtivos sempre me captavam, e foi assim que comecei a provocá-la.

Cheguei à pequena praça onde costumava sentar para pensar. Sentei-me em um dos bancos de madeira, o frio do metal passando pelo meu jeans. Acendi um cigarro, observando a fumaça se misturar com a neblina da noite. O celular vibrou de novo.

"Me encontre amanhã. Preciso entender o que estamos fazendo."

Um sorriso lento se formou no meu rosto. Ela estava pronta. Ela só não sabia disso ainda.

Respondi rapidamente: "Às 18h, no café em frente à academia. Eu estarei esperando."

Apaguei o cigarro e me levantei, sentindo a adrenalina começar a crescer. O jogo estava avançando, e eu estava ansioso para ver até onde tudo aquilo nos levaria.

O caminho de volta para casa foi rápido. As ruas silenciosas refletiam a calma antes da tempestade, e eu sabia que o dia seguinte traria mudanças. Quando cheguei em casa, tentei dormir, mas os pensamentos sobre Yuna e o que aconteceria a seguir me mantiveram acordado por horas.

No dia seguinte, eu estava pronto antes mesmo das 18h. Cheguei ao café com antecedência, escolhendo uma mesa no canto, de onde eu podia ver claramente a porta. O lugar estava calmo, com poucas pessoas. O cheiro de café recém-moído misturava-se ao som suave de conversas distantes. Pedi um café preto, forte o suficiente para acompanhar a expectativa crescente dentro de mim.

Olhei para o relógio: 17h58. Ela não iria desistir agora. Sabia que Yuna estava tentando entender o que estava acontecendo entre nós, mas, no fundo, havia algo mais forte empurrando-a na minha direção.

A porta do café se abriu e lá estava ela. Yuna entrou, o casaco claro envolvendo seu corpo como uma proteção contra o frio do mundo lá fora. Ela hesitou por um momento, seus olhos encontrando os meus com uma mistura de nervosismo e determinação. Quando começou a caminhar em minha direção, cada movimento era marcado pela incerteza.

- Você chegou cedo - disse ela, sentando-se à minha frente. Sua voz estava baixa, quase um sussurro.

- Sempre estou pronto quando se trata de você - respondi com um tom provocador, meus olhos fixos nos dela. Ela desviou o olhar por um segundo, claramente tentando manter o controle.

Ela ajeitou o cabelo, um gesto nervoso que eu conhecia bem. Seus olhos caíram sobre minha xícara de café, mas era óbvio que sua mente estava em outro lugar.

- O que estamos fazendo, Jungkook? - ela perguntou, finalmente rompendo o silêncio que se estendia entre nós.

Eu me inclinei sobre a mesa, deixando meus olhos se cravarem nos dela.

- Estamos explorando o que já existe entre nós, Yuna. - Minha voz era firme, carregada com a confiança de alguém que sabia exatamente o que estava fazendo.

Ela franziu a testa, claramente tentando processar o que aquilo significava. Sua hesitação era evidente. Ela estava dividida entre a razão que lhe dizia para fugir e o desejo que a puxava na minha direção.

- Isso não parece certo - murmurou, seus dedos entrelaçados sobre a mesa, os olhos fixos em algum ponto distante. - Usar sua imagem na minha história, me sentir assim...

Eu sorri, recostando-me na cadeira, observando-a.

- Quem disse que o certo importa aqui? - retruquei. - O que importa é o que você quer. O que você realmente deseja.

Ela mordeu o lábio, o rosto levemente corado. Suas mãos tremiam, um sinal de sua vulnerabilidade. Eu sabia que ela estava no limite, prestes a ceder. Mas então, com um movimento rápido, ela pegou a bolsa e se levantou.

- Eu preciso de um tempo - disse, a voz quase apressada, enquanto se afastava da mesa.

Eu a observei sair, as palavras presas nos meus lábios. Ela estava fugindo, mas eu sabia que isso não seria o fim. Mais cedo ou mais tarde, Yuna voltaria. E quando voltasse, estaria pronta para seguir até o fim.

Assisti-a desaparecer pela porta, e então deixei minha xícara na mesa, um sorriso satisfeito no rosto. O jogo continuava.

 O jogo continuava

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My Inspiration: Desejos Realizados ( Jungkook Imagine )Onde histórias criam vida. Descubra agora