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Pedro

Não queria ser cordial com esse desgraçado portanto não o convidei para se sentar, fiquei esperando que falasse com os braços cruzados observando cada movimento do lobo invasor.

— Acredito que devemos começar do início. Sou Kael Romão, fui o Alfa de uma alcateia no interior do país, mas hoje não comando mais eles, o posto está com meu irmão e sua Luna, eu não represento perigo para você nem mesmo minha Angélica. Ela ainda está aprendendo sobre nosso mundo, portanto, não precisa ser hostil com ela.

— Linda sua história, Romão, mas porque devo acreditar em você? Não demonstrou um pingo de respeito por mim e minha alcateia entrando no meu território sem pedir licença ainda transformando a engenheira contratada por minha empresa em uma loba, não estou convencido de que não vejo tirar meu lugar.

Ele riu seguido de uma gargalhada como se minha afirmação fosse uma piada para ele, Kael tirou seu óculos mostrando seus olhos de uma cor vibrante, seu olhar foi direto bem como suas palavras.

— Eu não tem pretensões de tomar seu poder, na verdade, não vim antes pois não sabia como iria reagir com um Alfa em seu território. Tem alguns Alfas que não são tão calmos, já estive em muitos lugares assim. Não sou seu inimigo, e apenas quero viver em um lugar e estabelecer uma família, já não tenho mais idade para ficar viajando pelo mundo. Quero ter uma família e ter um lugar para envelhecer, montei um bar na beira da estrada, mas quero sua permissão para abri-lo, para mostrar minha boa vontade e que não sou seu inimigo quero presenteá-lo como os antigos faziam.

Kael tira do bolso dois sacos de veludo colocando em minha frente, abro encontrando várias pedras preciosas de diversos tamanhos, realmente não estou lidando com um lobo sem posses, Kael possui bens inclusive esses presentes são demonstração clara disso.

— Sei que errei com você, mas espero que esses presentes mostrem que minha intenção é de paz. Abandonei minha matilha por minha liberdade e por isso não tenho interesse algum de lutar por outra.

Mexo nas pedras observando atentamente cada detalhe, no passado, éramos mineradores somente com o olhar conseguimos ver se uma pedra é verdadeira ou não, um dom passado de geração em geração.

— Ainda consegue produzir joias, Kael?

— Você sabe que sim, esse dom não perdemos, tem muito tempo que não faço uma, mas estou pensando em uma especial para minha Luna. Angélica merece a mais linda das joias, não concorda, Alfa Pedro?

Ele não é meu inimigo, pode ter sido imprudente e bem louco em entrar no meu território, mas não é meu oponente, sei quando alguém quer usurpar meu poder ou tirar algo que me pertence, e Kael não quer isso.

— Sim. Tem um certo tempo que não confecciono nada, ser empresário no mundo moderno e bem diferente do que no mundo antigo.

— Isso é bem verdade. Agora quero saber: Tenho sua autorização para abrir meu bar?

— Claro. Com o tanto que a primeira rodada seja por sua conta para todos da minha vila, digamos que seja uma compensação por não ter vindo até mim antes. Tudo bem?

Ele aceitou meus termos, e saiu, é complicado lidar com o cheiro de outro Alfa e de sua companheira aqui no meu território, porém Kael de retratou comigo e no nosso meio um presente como dele é uma forma clara de mostrar sua boa vontade e que quer se manter em paz comigo. Menos um problema para resolver agora posso focar totalmente em Maria e pensar em como conquistá-la.

Kael

Pedro não é meu inimigo e não quero provocá-lo, sei que demorei para vir conversar com ele, mas pela sua expressão compreendeu e aceitou a pequena fortuna que dei de presente para compensar minha falta de atitude em procurar a ele.

Assim que saio vejo minha Colorida vestida como uma perfeita engenheira. Botas nos pés, capacete e roupas que demonstram que está pronta para auxiliar na obra caso seja necessário. Percebo que os outros a olham como se soubesse que não é mais uma simples humana, agora é uma Luna portanto sua postura mudou totalmente.

— Como foi a conversa? Espero que Pedro não tenha sido um idiota com você. Um grande babaca, não disfarçou a cara de merda na minha direção. Quase mostrei o dedo do meio.

— Ele não foi idiota comigo. Nos resolvemos como os nossos antepassados faziam, e me deixou abrir o bar. Disse a você que tudo daria certo, Colorida, seu homem sabe resolver esse tipo de situação. Agora, podíamos comemorar, o que acha?

Tentei ficar mais próximo, sendo repelido por Angélica, meu lobo queria subir, mostrar quem é seu dono, mas a loba dela se manifestou por seus olhos mostrando que havia o desejo forte como o do meu lobo e do meu de diminuir nossa distância.

— Não, Kael. Estou trabalhando, além disso, estamos transando feito coelhos. Maria já percebeu e apesar de ser minha amiga sei que posso estar incomodando, não sei como dizer a ela o que sou agora, e também contar sobre Pedro, porque é lógico que o ogro das cavernas não compartilhou com minha amiga quem é realmente.

— Tudo bem. Mas depois do expediente venho buscar você, estou com saudades. E sobre Pedro, não conte nada para Maria, se ele está se aproximando dela é porque provavelmente é sua companheira, não devemos nos intrometer nisso, colorida.

Sei que deveria colocá-la no meu ombro e levá-la embora para minha casa, porém, Angélica não é uma loba de nascença, não vai entender jamais que por mim ela não deve trabalhar apenas viver por mim e para mim como farei por ela.

Preciso ter paciência. Já consegui fazê-la aceitar a transformação e o namoro, é só agir do jeito certo para que ela possa aceitar tudo vindo de mim.

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