XVII

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Thoren 


A noite estava tranquila, mas havia algo no ar. O vento suave soprava entre as árvores, e a luz da fogueira tremeluzia, lançando sombras dançantes sobre o rosto dos meus companheiros. Arin estava com os pés esticados em direção às chamas, Kael, sempre sério, fitava o fogo como se estivesse meditando, e Lyria, com seus olhos brilhando com uma curiosidade insaciável, observava atentamente cada movimento. Eirik estava reclinado contra uma árvore, seu olhar distraído, mas atento.

Eu, por outro lado, estava ali, com um sorriso travesso, aproveitando a paz da noite. Nada como uma boa história para manter o grupo unido — ou ao menos distraído. O peso das batalhas recentes ainda estava em nossos ombros, mas naquele momento, não era hora de pensar em tudo o que tinha acontecido. Precisávamos de algo mais leve. Ou pelo menos, algo que parecesse leve, até eu decidir revelar o resto da história.

— Bom, como a conversa estava ficando meio séria demais — comecei, lançando um olhar de desafio a Kael —, eu pensei que seria uma boa hora para contar uma história.Lyria levantou uma sobrancelha, animada.

— Ah, eu adoro uma boa história! Vai, Thoren, conta!

Eu sorri, já sabendo que tinha sua atenção. Afinal, eu sabia como deixar qualquer história interessante, mesmo que tivesse um toque sombrio no final.

— Ah, então você vai gostar dessa, Lyria. É uma daquelas histórias que fazem os cabelos ficarem em pé, mas que também fazem você querer ouvir mais, sabe? — Eu dei uma pausa dramática, observando as expressões curiosas. — Vou contar a vocês sobre a nossa legião.

Houve um silêncio momentâneo, e o crepitar da fogueira parecia aumentar, como se estivesse esperando pela continuação. Arin inclinou a cabeça, e Kael soltou um suspiro, mas não interveio, provavelmente achando que eu estava apenas puxando algum mito para uma boa diversão.
Eu dei mais uma pausa, percebendo que todos estavam ainda mais atentos. Kael, apesar de seu olhar desconfiado, não se atreveu a interromper. Ele sabia que eu não falava por falar, e Lyria estava com os olhos brilhando de curiosidade. Arin, com sua postura relaxada, parecia ansioso para ouvir.

— Então, como eu estava dizendo, essa é uma história antiga. Fala sobre Loki, o deus da trapaça, aquele que adora bagunçar as coisas por onde passa — comecei, deixando uma leve risada escapar. — E, como vocês devem saber, Loki nunca fez as coisas de maneira simples. Ele sempre teve um jeito de causar caos, mas também de se meter em situações bem... peculiares.

Eirik, que até então estava em silêncio, soltou uma risada seca, como se estivesse se preparando para algo.

— Não me diga que ele... fez algo bizarro, como de costume.

Eu sorri, sabendo que ele tinha adivinhado.

— Ah, você conhece bem o sujeito, Eirik. Mas o que vou contar agora... ninguém esperava. Loki, como de costume, estava tentando enganar os deuses. Isso foi em um momento em que os deuses estavam tentando construir o muro de Asgard. Um trabalho difícil, e um construtor apareceu com uma proposta. Ele faria o muro em troca da deusa Freyja, o sol e a lua.

— Como assim, o sol e a lua? — Lyria perguntou, um tanto confusa.

— Bem, isso é parte da trapaça, Lyria — continuei. — Os deuses, sabendo que o preço era alto demais, fizeram um acordo com o construtor, mas com uma condição: ele teria que terminar o trabalho em um inverno, e se não conseguisse, não receberia nada.

Arin inclinou a cabeça, e eu percebi que ele estava começando a entender.

— E é aqui que Loki entra, certo?

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⏰ Última atualização: Nov 17 ⏰

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