Terra De Luz E Sombra

IV

Perséfone Benett

A clareira ainda estava envolta na penumbra da madrugada quando começamos nossa marcha. Sentia a tensão no ar, mas também uma determinação inquebrantável. Tínhamos uma missão clara: descobrir quem ou o que estava por trás das Sombras do Crepúsculo.

Enquanto caminhávamos, observei Kian Drakon liderando seus guerreiros com uma calma autoritária. Havia uma força silenciosa nele, uma liderança natural que inspirava confiança. Desde o nosso primeiro encontro, havia sentido uma conexão imediata com ele, mas agora, vendo-o em ação, essa atração só crescia.

- Perséfone, qual é o próximo passo? - perguntou Eirik, meu fiel guerreiro e amigo de longa data.

- Precisamos encontrar a fonte dessas runas - respondi. - Se conseguirmos localizar o centro de poder deles, podemos neutralizar a ameaça de uma vez por todas.

Caminhamos em silêncio por mais alguns minutos, até que Kian se aproximou de mim.

- Temos alguns batedores que podem explorar a área à nossa frente - disse ele. - Devemos usá-los para garantir que não estamos caminhando direto para uma armadilha.

Assenti, apreciando sua prudência.

- Boa ideia, Kian. Envie os batedores. Precisamos estar preparados para qualquer coisa.

Enquanto esperávamos pelos batedores, aproximei-me de Kian, sentindo a necessidade de compartilhar algo que vinha me incomodando.

- Kian, você acredita que há uma força maior por trás das Sombras do Crepúsculo? - perguntei, olhando diretamente em seus olhos.

Ele me observou por um momento, ponderando minha pergunta.

- Sim, Perséfone. Acho que estamos lidando com algo muito mais antigo e poderoso do que imaginamos. As runas que encontramos são um indício disso. Precisamos estar prontos para enfrentar uma ameaça que vai além do que estamos acostumados.

Seu tom era sério, mas havia uma calma nele que me tranquilizava. Kian era alguém em quem eu podia confiar, alguém com quem eu podia contar.

Nossos batedores retornaram com notícias preocupantes. Havia um acampamento grande à frente, cercado por uma aura de escuridão e magia. Sabíamos que precisávamos agir com cautela.

- Vamos nos dividir em dois grupos - sugeri. - Um grupo irá atacar pela frente, distraindo os guardas, enquanto o outro se infiltra e desativa a fonte de poder.

Kian concordou com o plano, dividindo seus guerreiros para se juntar aos meus. Eu lideraria o grupo de infiltração, enquanto Kian coordenaria o ataque frontal.

Quando nos aproximamos do acampamento inimigo, senti a adrenalina correr por minhas veias. Esta era a nossa chance de acabar com a ameaça das Sombras do Crepúsculo. Meu grupo se moveu silenciosamente pelas sombras, evitando os guardas e avançando em direção ao centro do acampamento.

Lá, encontramos um altar coberto de runas brilhantes, emanando uma energia malévola. Sabíamos que este era o nosso alvo.

- Eirik, comece a desativar as runas - ordenei, enquanto mantínhamos a guarda.

Eirik trabalhou rapidamente, mas cuidadosamente, usando os conhecimentos que adquirimos para neutralizar a magia. Enquanto isso, ouvi o som de batalha à distância. Kian e seu grupo estavam lutando com bravura, distraindo os guardas e nos dando tempo para completar nossa missão.

De repente, um grito ecoou pelo acampamento. Virei-me para ver uma figura encapuzada se aproximando de nós, seus olhos brilhando com uma luz sinistra.

- Vocês acham que podem destruir o nosso poder tão facilmente? - zombou ele, sua voz gélida.