Yhasemin Donovan
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Eu estava no meio da escuridão, envolta por uma névoa densa e sufocante. O ar estava pesado, carregado com o odor de sangue e morte, como se cada respiração fosse uma luta para não me afogar naquele ambiente sombrio. Não havia som, exceto o fraco sussurro do vento que carregava consigo lamentos distantes, gritos de agonia que se misturavam com a brisa, criando uma melodia macabra que arrepiava minha pele.
Estava em um lugar que parecia estar vivo com sofrimento. As tendas ao meu redor, grandes e feitas de peles escuras e ossos, pareciam pulsar com uma energia sombria, quase como se respirassem. O símbolo das Sombras do Crepúsculo, distorcido e ameaçador, estava estampado em bandeiras que ondulavam ao vento, como uma advertência para todos que se atrevessem a pisar naquele solo amaldiçoado.
No centro daquele acampamento infernal, havia um altar de pedra negra, manchado de sangue seco. Prisioneiros acorrentados eram arrastados até ele, seus rostos uma máscara de desespero enquanto eram submetidos a torturas inimagináveis. A dor física era evidente nos gritos que ecoavam pelas montanhas, mas o que me apavorava mais era o terror psicológico ao qual eram submetidos. Vi suas mentes sendo quebradas, seus espíritos esmagados pela crueldade das Sombras, como se a própria essência do lugar se alimentasse de sua angústia.
Enquanto caminhava pelo acampamento, meus passos eram silenciosos, mas eu podia sentir o peso das almas perdidas ao meu redor. Cada canto estava impregnado de medo, cada sombra parecia esconder um horror ainda maior do que o último. As Sombras do Crepúsculo não apenas matavam; elas destruíam tudo o que uma pessoa era antes de finalmente lhe tirar a vida. Era um ciclo de tormento, onde a dor física e psicológica se entrelaçavam, criando uma teia de desespero da qual ninguém conseguia escapar.
Foi então que eu o vi.
Saindo das profundezas da névoa, surgiu uma criatura que personificava todo o horror daquele lugar. Era uma visão que congelou meu sangue, uma abominação que parecia ser uma fusão dos piores pesadelos. Era metade homem, metade grifo, e sua presença era tão esmagadora que mal conseguia respirar.
Ele era gigantesco, sua forma massiva e musculosa contrastando com as penas negras que cobriam parte de suas costas. Asas enormes e rasgadas se erguiam de seus ombros, e cada batida no ar produzia um som gutural que reverberava nas profundezas da minha alma. Chifres retorcidos, como garras feitas de osso, emergiam de sua cabeça, curvando-se para trás em uma postura ameaçadora. Seus olhos, duas brasas incandescentes, estavam fixos em mim, queimando com um ódio que parecia não ter fim.
Ele avançou em minha direção, suas garras afiadas como lâminas brilhando na fraca luz que conseguia penetrar a névoa. Suas presas longas e curvas reluziam, prontas para rasgar minha carne. Cada passo que ele dava ressoava como um trovão, e eu sentia o chão tremer sob seu peso.
Conforme aquela criatura hibrida se aproximava de mim eu sentia o meu corpo tremer, ele estava dando passos lentos ate mim. Quando ele estava a mais o menos um metro de distancia eu pude ver seu rosto com mais clareza, tal ser estava com os olhos presos aos meus.
- Ai esta você... ást mín.
- Quem é você afinal? - perguntei com a voz tremula mesmo sabendo que isso não passava de um sonho não era menos assustador.
- Não reconhece a minha voz Kær mín? Estou decepcionado... Esperava mais de você...
- O que quer? Diga de uma vez pelos deuses! Por que você vivi aparecendo nos meus sonhos? - Disse tentando manter a voz firme por mais medo que estava sentido. A criatura soltou um grunido que poderia ser deduzido como uma risada contida.

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Terra De Luz E Sombra
RomanceEm um reino ameaçado por uma força maligna conhecida como Sombras do Crepúsculo, a jovem sacerdotisa Yhasemin une forças com Perséfone e os líderes das sete legiões para combater essa ameaça crescente. Descobrindo que os inimigos estão usando feitiç...