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Eu estava completamente chapada

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Eu estava completamente chapada. Tipo, meio fora de mim. O cheiro da maconha ainda estava grudado na minha roupa, e as bolinhas de ecstasy não estavam ajudando muito na clareza da minha mente. Fui arrastada para dentro da sala de estar da casa, onde todas estavam me esperando, como se eu fosse uma criança que precisasse ser repreendida. Kylie, Kim, Khloé, Kourtney, Kendall... até a minha mãe, Kris. Todo mundo ali, com aquelas caras de julgamento, como se fosse a última vez que iam me dar um sermão.

— Kalyah, você precisa entender o que fez, e o que você sempre faz! — Kim começou, com aquela voz séria e cheia de autoridade que ninguém mais consegue imitar. — Não dá pra continuar fazendo isso com a sua vida, com a nossa vida! Você não tem noção do que tá fazendo com a família, com o Travis, com todo mundo!

Eu estava tentando processar as palavras dela, mas a cabeça não estava ajudando muito. Eu só queria que ela calasse a boca e me deixasse em paz. A última coisa que eu queria era lidar com mais uma briga familiar.

— E o que aconteceu com o YE? — Kylie entrou na conversa, e pela cara dela, parecia que o meu comportamento com o ex da Kim tinha sido o ponto de não retorno. — Como você tem coragem de sair por aí dando em cima do cara que feriu a nossa irmã? Você tem noção do que está fazendo com a gente, Kalyah? E ainda levou o Travis pra essa festa?! O que é isso? Tá querendo me ferrar, né?

Eu senti o peito apertar, e tudo ao redor de mim parecia girar. Mas eu só não queria mais ouvir. Elas estavam falando demais, me cobrando demais. Eu sabia o que elas estavam tentando fazer — me mudar, me controlar, fazer com que eu fosse mais parecida com elas. Mas eu não era assim, e não ia ser. Eu não queria ser perfeita.

Eu dei uma olhada nas minhas irmãs, e vi a Kourtney, a Khloé e a Kendall apenas observando de longe, como se soubessem que, em algum momento, a bomba ia explodir. Eu não queria mais fingir que tava tudo bem. Estava na hora de gritar. E eu gritei.

— Vai se foder, Kylie! Você não tem a porra da moral pra me dar lição de vida! — eu disse, minha voz saindo mais alta do que eu pretendia, o que fez todas se calarem por um momento. — Cê não sabe o que é estar na merda e ainda ver sua vida desmoronando. Então não vem falar que eu tô destruindo a porra da família, porque não sou só eu que tô cagando com tudo aqui!

Kylie me olhou, seus olhos escuros brilhando com raiva. Ela estava prestes a retrucar, mas foi então que eu vi a Kris, minha mãe, dando um passo à frente.

— Kalyah… — ela falou com aquela voz suave, mas cheia de firmeza. Eu poderia sentir o amor e a dor nela. Ela sempre foi a única que parecia tentar me proteger, mas ao mesmo tempo, tinha as expectativas dela. O tipo de expectativas que, se eu não atingisse, me fazia me sentir uma completa fracassada. — Eu sei que você está passando por algo muito difícil, mas não pode se sabotar desse jeito. Não é só o que você faz com os outros, é com você mesma.

Eu respirei fundo, tentando controlar o peso no peito. Eles estavam todos me observando, como se esperassem uma resposta. Mas o que eu realmente queria era um abraço. Não queria mais ser essa pessoa que se afasta de tudo e todos.

ℝ𝕀𝕋𝕄𝕆𝕊 𝔼 𝕊𝔼𝔻𝕌ℂ𝔸𝕆 | ˢᵃᵇʳᶦⁿᵃ ᶜᵃʳᵖᵉⁿᵗᵉʳOnde histórias criam vida. Descubra agora