Alice estava perdida em seus próprios pensamentos enquanto caminhava pelos corredores silenciosos da biblioteca. O final da faculdade se aproximava, e o peso das responsabilidades parecia cada vez mais insuportável. Ela tentava se distrair com os livros, mas a dor e a ansiedade sempre estavam lá, espreitando, mesmo em meio àquelas páginas.
Ela se aproximou da estante de livros de história da literatura, passando os dedos pelas lombadas dos livros. Quando se preparava para pegar um volume, ouviu uma voz familiar atrás de si.
"Oi, Alice, né?"
Alice se virou, quase que por reflexo, e deu de cara com Gabriel, o rapaz com quem ela tivera um breve encontro no evento sobre literatura. Ele estava ali, parado, olhando para ela com um sorriso tímido, quase nervoso. A surpresa foi imediata, mas Alice não conseguiu esconder o tom de impaciência que surgiu.
"É... sim, sou eu," ela respondeu, com um tom um tanto seco, não conseguindo disfarçar o desconforto. "Gabriel, né? precisa de algo?"
Gabriel parecia um pouco desconcertado com a frieza da resposta, mas tentou não demonstrar. "Ah, eu... estava procurando um livro. Vi você aqui e, bem, acabei te reconhecendo. Não pensei que te encontraria de novo por aqui."
Alice deu de ombros, voltando a olhar os livros, evitando fazer contato visual. "É, a biblioteca é grande. É normal encontrar alguém, mas... ok."
Gabriel percebeu a distância que ela estava colocando entre eles, mas não parecia disposto a desistir tão facilmente. Ele arriscou tentar mais uma vez.
"Eu sei que no evento da faculdade a gente não teve tempo de conversar muito, mas... eu achei interessante a sua opinião sobre a literatura." Ele sorriu, tentando quebrar a tensão. "Você costuma vir aqui com frequência?"
Alice respirou fundo, um pouco incomodada pela insistência dele. "Sim, eu venho, mas... não estou aqui para ficar conversando," ela respondeu, de forma curta, tentando deixar claro que não estava interessada em se abrir.
Gabriel ficou um pouco sem graça, mas se esforçou para não demonstrar. "Tudo bem, sem pressão. Eu só... queria saber mais sobre o que você gosta de ler. Talvez... a gente possa conversar depois, em outro momento."
Alice olhou para ele rapidamente, sem sorrir. "Eu não tenho tempo pra isso agora. Mas... boa sorte com o livro."
Sem mais palavras, ela se virou e começou a se afastar, sentindo uma mistura de desconforto e alívio. Gabriel ficou parado ali por um momento, olhando-a se afastar, sem saber o que fazer com o silêncio que ficou entre eles. Alice não queria dar mais atenção àquilo, mas, de algum modo, a presença dele parecia persistir em sua mente.
Ela suspirou e se concentrava novamente nos livros, tentando afastar qualquer pensamento sobre o encontro. "Nada demais", pensou, tentando se convencer disso.
Alice caminhou pelas estantes da biblioteca, mas não conseguia afastar o pensamento sobre Gabriel. Ela sabia que tinha sido fria com ele, talvez até ríspida demais, mas era a maneira dela de manter a distância. Ela não queria se envolver, não com alguém que mal conhecia e que, de alguma forma, a fazia se sentir exposta.
Enquanto ela procurava mais um livro, seus olhos se encontraram com o de Gabriel novamente. Ele ainda estava ali, como se estivesse esperando algo, uma reação, uma chance. Alice sentiu uma pontada de desconforto e apressou o passo, tentando fingir que não o havia visto.
Mas antes que pudesse se afastar, Gabriel falou, mais uma vez, com uma voz baixa, quase hesitante: "Alice, eu não quero te incomodar, eu só... realmente queria saber mais sobre o que você pensa. Sobre livros, sobre... sei lá. Eu gostei da forma como você falou sobre a literatura."
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me ensina a amar
RomancePLÁGIO É CRIME? SIM. A violação dos direitos aurorais é CRIME previsto no artigo 184 do Código Penal3, com punição que vai desde o pagamento de multa até a reclusão de quatro anos, dependendo da extensão e da forma como o direito do autor foi violad...