Alice sentia a inquietação crescendo dentro dela a cada dia que passava. Tentava se convencer de que deveria seguir em frente, deixar as coisas fluírem sem se prender ao passado, mas não conseguia. O que ela sentia por Gabriel era um peso que não conseguia ignorar, mas também não queria aceitar. Era mais fácil manter a distância, se afastar dele antes que o inevitável acontecesse. Antes que se deixasse envolver de novo, antes que o medo de se machucar a consumisse ainda mais.Na faculdade, ela se esquivava dele sempre que podiam se cruzar. Quando o encontrava nos corredores, fingia não vê-lo ou se enfiava rapidamente na sala mais próxima. Sua mente dizia para afastá-lo, mas algo em seu peito, uma chama que ela tentava apagar, insistia em se acender sempre que ele estava por perto.
Era uma luta constante. A proximidade dele despertava sentimentos que ela não queria mais sentir, e toda vez que ele sorria para ela, sua resistência vacilava. Ela sabia que estava fugindo de si mesma, mas o que mais poderia fazer? Ela não queria se permitir novamente. Não depois de tudo o que havia perdido. A ideia de se abrir para alguém, de confiar de novo, era aterrorizante.
Decidida a manter a distância, Alice acreditava que o afastamento era o melhor. Mas a vida, como sempre, tinha seus próprios planos.
Durante uma palestra na faculdade, o professor pediu que os alunos se agrupassem para discutir um tema. Alice ficou surpresa quando percebeu que acabara no mesmo grupo de Gabriel. Ele estava ali, ao seu lado, com aquele sorriso que a fazia perder um pouco a razão, e ela se sentiu desconfortável. A tensão era palpável.
Ao começarem a trabalhar no projeto, Gabriel olhou para ela com uma expressão séria. “Alice,” ele disse, com a voz baixa, mas clara, “em nenhum momento te fiz entender que queria algo sério, sabe? Nunca falei sobre isso. Mas tem uma coisa que você precisa saber: parece que você está fugindo de mim, não se afastando. Fico te vendo tentando me evitar, e não sei o que fazer com isso.”
Alice ficou em silêncio, tentando esconder a surpresa e o desconforto que sentia. Ela não sabia o que dizer. Ele estava certo, em parte. Ela estava fugindo dele, não porque quisesse, mas porque o medo a consumia. Medo de se abrir, de se permitir.
“Eu não estou fugindo de você, Gabriel,” ela tentou explicar, sua voz trêmula. “Eu só... não posso me permitir isso agora. Eu não sei o que estou sentindo, e a última coisa que quero é te envolver em algo que eu não entendo.”
Gabriel a olhou com uma intensidade que fez Alice se sentir exposta. Ele não parecia irritado, apenas sério, como se estivesse tentando alcançá-la, entender o que se passava em sua mente.
“Eu não quero te pressionar a nada, Alice,” ele disse, agora com uma calma reconfortante. “Mas você precisa entender uma coisa. Eu não estou aqui para te fazer sentir que precisa corresponder a algo que não quer. Só... não se esconda de mim. Você não precisa fazer isso. Eu não sou uma ameaça.”
O coração de Alice acelerou. As palavras dele a atingiram de uma forma que ela não estava preparada. O que ela estava fazendo? Por que sentia que estava fugindo dele quando, no fundo, sabia que não queria isso?
Ela tentou desviar o olhar, mas algo em sua mente a fez parar. A verdade era que, no fundo, ela não queria se afastar. O problema era o medo. Medo de sentir, de se machucar de novo. Mas também, no fundo, um medo irracional de que, ao se aproximar, poderia acabar se perdendo.
A conversa ficou em silêncio, e Alice se afastou mentalmente de tudo o que havia acontecido. Ela precisava processar. O que mais Gabriel queria dela? Ela se sentia desconfortável com o fato de ele saber que ela estava se afastando, como se tivesse perdido o controle sobre suas próprias emoções.
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me ensina a amar
RomantikPLÁGIO É CRIME? SIM. A violação dos direitos aurorais é CRIME previsto no artigo 184 do Código Penal3, com punição que vai desde o pagamento de multa até a reclusão de quatro anos, dependendo da extensão e da forma como o direito do autor foi violad...