Era um sábado à tarde, e Alice estava em casa, tentando aproveitar a quietude do final de semana para organizar seus pensamentos. A semana tinha sido exaustiva, e ela sabia que precisava de um tempo sozinha. Contudo, seu celular vibrou, interrompendo o silêncio. Era uma mensagem de Luisa:
"Ei, vamos pro parque! Vai ser legal, você precisa sair um pouco."
Alice hesitou. O parque sempre foi seu lugar de refúgio, mas ela não estava certa de que queria ir. "Não sei, Lu. Acho que prefiro ficar em casa hoje."
Mas Luisa, insistente como sempre, não a deixou em paz. "Você vai, sim! Eu sei que vai ser bom pra você, só vem. Eu e os meninos estamos indo, e você vai se sentir melhor. Não fica assim."
Alice sabia que Luisa não ia desistir, e, embora estivesse reticente, acabou cedendo. "Tá, tá... Vou só por causa de você."
Ao chegar ao parque, Alice viu Luisa conversando com Cauã e Ryan, que estavam sentados em um banco, aparentemente em um bom papo. Alice ficou parada por um momento, hesitando antes de se aproximar. Há algum tempo, ela percebia o olhar dos garotos sobre ela — não era o tipo de olhar amigável e acolhedor. Era um olhar de julgamento. Como se ela estivesse constantemente sendo observada, analisada, como se nunca fosse capaz de agradar completamente a eles.
Ao se aproximar, ela forçou um sorriso e cumprimentou Luisa. "Oi, gente."
"Oi, Alice!" Luisa respondeu, sorrindo largamente, levantando-se para abraçá-la. "Eu sabia que você viria, e olha quem está aqui também!" Ela apontou para os meninos.
Alice sentiu a tensão no ar, mas tentou ignorar. Ela se sentou ao lado de Luisa, mantendo uma certa distância dos garotos. Ryan e Cauã, como sempre, estavam brincando um com o outro, mas, no fundo, Alice não podia deixar de perceber o olhar que ambos ainda lançavam para ela. Parecia que nada tinha mudado desde o último encontro. Ela não sabia exatamente o que os incomodava, mas sabia que algo não estava certo.
Gabriel chegou um pouco depois, seu semblante sempre mais reservado. Ele cumprimentou a todos com um sorriso, mas parecia um pouco fora de sintonia com o grupo. Alice sentiu um leve alívio ao vê-lo, mas logo se lembrou que, apesar da amizade que estava começando a desenvolver com ele, ainda havia algo entre ela e os meninos que não se resolvia.
A conversa começou descontraída, com risadas e piadas entre os meninos. Ryan fez uma observação sobre o último jogo de futebol, e Cauã entrou com uma piada sobre um filme que eles tinham visto. Mas logo, sem perceber, as brincadeiras começaram a se direcionar para ela e Gabriel.
“Ah, Gabriel, você vai ver a Alice só na biblioteca mesmo ou vai conseguir convencê-la a tomar um café com você um dia desses?” Ryan perguntou, sorrindo de canto, como se estivesse se divertindo com a situação.
Cauã, que estava sempre pronto para uma boa provocação, completou: "É, Alice, você fica muito na defensiva. Acho que está na hora de dar uma chance pro Gabriel."
Alice forçou uma risada, mas logo percebeu o desconforto de Gabriel ao ouvir os comentários. Ele tentou sorrir, mas seu olhar estava distante, visivelmente incomodado com a brincadeira. Ela sabia que ele não gostava desse tipo de atenção, e a tensão entre eles aumentava.
“Pessoal, vamos parar com isso, tá?” Gabriel disse, sua voz mais firme do que o habitual. “Essas piadas não têm graça.”
Os meninos trocaram olhares. Cauã, sempre irreverente, deu uma risada nervosa. "Ah, vai dizer que você não gosta de brincar um pouco com a Alice? Tá sério demais, cara."
Mas o olhar de Gabriel, agora mais sério, deixou claro que ele não estava mais confortável. “Não é sobre isso, Cauã. Às vezes, as piadas não são tão engraçadas quando envolvem pessoas de forma pessoal. Acho que é bom respeitar.”
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me ensina a amar
RomancePLÁGIO É CRIME? SIM. A violação dos direitos aurorais é CRIME previsto no artigo 184 do Código Penal3, com punição que vai desde o pagamento de multa até a reclusão de quatro anos, dependendo da extensão e da forma como o direito do autor foi violad...