Alice estava sozinha em seu quarto, mais uma vez distraída olhando para o celular, mas sem realmente ver as mensagens que chegavam. Seu pensamento estava longe, ainda preso à discussão com Ryan. As palavras dele ecoavam em sua mente, e, apesar de tentar ignorá-las, elas se repetiam incessantemente.
“Gabriel é igual a eles, Alice. Só está se escondendo.”
Ela não conseguia tirar isso da cabeça. Como Ryan poderia ser tão implacável? Como ele podia afirmar algo tão duro sobre Gabriel, alguém que, até aquele momento, ela considerava diferente? Alice sabia que Gabriel não era perfeito, mas não podia acreditar que ele fosse realmente como aqueles ao seu redor, como Ryan e Cauã. Mas, e se Ryan tivesse razão? E se ela estivesse se enganando sobre ele? Talvez o fato de ele andar com aquele grupo significasse que ele compartilhava algo das atitudes deles. A dúvida estava instalada, e Alice não sabia como expurgá-la de sua mente.
Era uma manhã silenciosa, e ela estava no café da faculdade, tentando se distrair, quando Luisa apareceu, sorrindo e trazendo uma energia leve que a fazia sentir um alívio imediato.
“Oi! Você parece pensativa hoje...” Luisa comentou, sentando-se ao lado de Alice, percebendo que sua amiga não estava no seu usual estado animado.
Alice suspirou, tentando esconder o turbilhão que se passava dentro de si. “Ah, não estou nada bem, na verdade”, ela disse, olhando para o copo de café sem realmente vê-lo. “Eu... Eu tive uma conversa com o Ryan, e ele... ele disse coisas sobre o Gabriel que estão me deixando confusa.”
Luisa franziu a testa, não sabendo muito bem o que Alice queria dizer. “O que o Ryan disse? Ele não é muito de falar sobre os outros, a não ser quando está brincando com você.”
Alice mordeu o lábio, sentindo a angústia dentro dela aumentar. “Ele basicamente disse que o Gabriel é igual a eles, sabe? Que ele só está se escondendo, mas no fundo ele é a mesma coisa. Eu... não sei o que pensar disso.”
Luisa olhou para Alice, tentando compreender. “Mas isso é o que o Ryan acha. Você acredita nisso?”
Alice hesitou, o olhar distante. “Eu não sei, Luisa. Eu gosto do Gabriel, mas, e se ele for realmente como o Ryan disse? E se ele for apenas mais um tentando se encaixar, escondendo quem realmente é?”
Luisa ficou em silêncio por um momento, refletindo sobre o que Alice havia dito. Ela sabia que, no fundo, Alice tinha medo de se machucar, e que a confiança dela era algo que demorava para ser conquistado. Mas também sabia que o Gabriel parecia ser genuíno.
“Eu entendo seu medo, Alice”, Luisa finalmente falou. “Mas se você acredita no Gabriel, se você sente que ele não é como o Ryan disse, então talvez você devesse confiar mais no seu instinto. O que o Ryan pensa ou diz sobre ele não define a pessoa que o Gabriel é com você. Só você sabe como ele te faz sentir.”
Alice olhou para Luisa, um pouco mais calma, mas ainda cheia de dúvidas. “Eu quero acreditar nele. Eu realmente quero. Mas... não posso ignorar o que o Ryan disse. Isso me deixou insegura.”
Luisa colocou a mão sobre a de Alice, com um sorriso suave. “O que você sente é mais importante do que qualquer coisa que o Ryan diga. Não deixe que o medo e a dúvida te impeçam de viver o que pode ser bom para você. E, se precisar, eu estou aqui para te apoiar em qualquer decisão.”
Alice sentiu uma onda de gratidão por Luisa. Sua amiga sempre tinha as palavras certas para acalmá-la, mesmo quando tudo parecia confuso. “Obrigada, Luisa. Eu preciso pensar mais sobre tudo isso, mas é bom ter alguém para conversar.”
Naquele momento, Alice decidiu que não poderia deixar que a visão de outras pessoas sobre Gabriel a influenciassem tanto. O que ela precisava agora era de tempo para refletir sobre os próprios sentimentos e não ser arrastada pela opinião dos outros. Mas a dúvida, como uma sombra, ainda estava ali, e a conversa com Luisa, embora reconfortante, não tinha apagado o medo que ela sentia.

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me ensina a amar
RomancePLÁGIO É CRIME? SIM. A violação dos direitos aurorais é CRIME previsto no artigo 184 do Código Penal3, com punição que vai desde o pagamento de multa até a reclusão de quatro anos, dependendo da extensão e da forma como o direito do autor foi violad...