Maratona 2/5
Poucas horas depois do sol nascer ela estava novamente na Casa do Vento com Rhysand e seu Círculo Íntimo, sentandos envolta de uma mesa oval de alguma sala de reunião. Nikova estava entre o encantador e a imediata, com Rhysand na sua frente sendo rodeado pelo general e terceira no comando. O Grão-Senhor entrelaçou os dedos e os apoiou na mesa, quando ele anunciou para todos eles:— O rei de Hybern está realmente prestes a iniciar uma guerra, e quer ressuscitar Jurian para fazer isso. Jurian — o antigo guerreiro cuja alma Amarantha aprisionara dentro daquele anel horrível como punição por ele ter assassinado a irmã da feérica. O anel que continha o olho de Jurian...
— Mentira — rebateu Cassian. — Não há como fazer isso.
Amren havia ficado imóvel, e era ela quem Azriel observava, acompanhava. Amarantha foi apenas o início, dissera Rhysand a ela certa vez. Será que sabia mesmo então? Será que aqueles meses Sob a Montanha tinham sido apenas um prelúdio para qualquer que fosse o inferno prestes a ser liberado? Ressuscitar os mortos. Que tipo de poder profano...
— Por que o rei iria querer ressuscitar Jurian? Ele era tão desprezível. Só gostava de falar de si mesmo — resmungou Mor. A idade daquelas pessoas a atingiu como um tijolo, apesar das poucas coisas que tinham me contado no jantar da noite passada. A Guerra... todos tinham... todos tinham lutado na guerra quinhentos anos antes. —
— É o que quero descobrir — disse Rhysand. — E como o rei planeja fazer isso.
Amren por fim opinou:
— Ele deve ter ouvido falar de como Feyre foi Feita. Sabe que é possível que os mortos sejam refeitos.
— Todos os sete Grão-Senhores precisariam concordar com isso — replicou Nikova. — Não há a menor chance de acontecer. Ele vai tomar outro caminho. — Os olhos se semicerraram até virarem fendas quando ela encarou Rhysand — Todas as mortes, os massacres em templos. Acha que está ligado a isso?
— Sei que está ligado a isso. Não queria contar até ter certeza. Mas Azriel confirmou que eles saquearam o memorial em Sangravah há três dias. Estão procurando por algo, ou encontraram algo. — Azriel assentiu em confirmação, mesmo quando Mor lançou um olhar surpreso em sua direção. Azriel deu de ombros em resposta, como se pedisse desculpas. —
— É por isso que o anel e o osso do dedo sumiram depois que Amarantha morreu. Para isso. Mas quem... — sua boca secou. — Eles jamais pegaram o aquele curandeiro, pegaram?
Rhysand falou, baixo demais:
— Não. Eles não pegaram. — A comida em seu estômago pareceu virar chumbo. Ele disse a Amren: — Como se pega um olho e o osso de um dedo e se transforma em um homem de novo? E como impedimos isso?
Amren franziu a testa para o vinho intocado.
— Já sabe como encontrar a resposta. Vá até a Prisão. Fale com o Entalhador de Ossos.
— Merda! — exclamaram Mor e Cassian. —
— Talvez você fosse mais eficiente, Amren — disse Rhysand, calmo. Amren sibilou: —
— Não vou colocar os pés na Prisão, Rhysand, e você sabe disso. Então, vá sozinho, ou mande um desses cães em seu lugar.
Cassian sorriu, mostrou os dentes brancos e retos — perfeitos para morder. Amren mordeu o ar com os dela em resposta. Azriel apenas sacudiu a cabeça.
— Eu vou. As sentinelas da Prisão me conhecem, sabem o que sou.
Nikova imaginou se o encantador de sombras costumava ser o primeiro a se colocar em perigo. Os dedos de Mor ficaram imóveis na borda da taça de vinho, os olhos se semicerraram para Amren. As joias, o vestido vermelho — tudo talvez fosse uma forma de amenizar qualquer que fosse o poder em suas veias...
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𝔚𝗮𝗿 𝗢𝗳 𝗛𝗲𝗮𝗿𝘁𝘀 | ʳʰʸˢᵃⁿᵈ
Fantasy𝔊𝑢𝑒𝑟𝑟𝑎 𝑑𝑒 𝑐𝑜𝑟𝑎𝑐̧𝑜̃𝑒𝑠| "𝚊𝚜 𝚎𝚜𝚝𝚛𝚎𝚕𝚊𝚜 𝚚𝚞𝚎 𝚘𝚞𝚟𝚎𝚖..." Nikova vê sua vida virar de cabeça para baixo quando Feyre Archeron, em uma mentira para livrar-se de um problema, entrega seu nome a um feérico. Arrastada para o out...