.𖥔 ݁ ˖ 𝐂𝐡𝐚𝐩𝐭𝐞𝐫 𝐭𝐰𝐞𝐧𝐭𝐲-𝐟𝐢𝐯𝐞

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Maratona 1/5


- Definitivamente não - Nikova falou, no pequeno jardim do telhado da casa, as mãos enfiadas nos bolsos do sobretudo para que se aquecessem contra o ar gelado da noite. Havia espaço suficiente para alguns arbustos quadrados e uma mesa de ferro redonda com duas cadeiras,e eu e Rhysand. Ao redor, a cidade brilhava, as próprias estrelas pareciam mais baixas, pulsando com rubi, ametista e pérolas. Acima, a lua cheia fazia com que o mármore de prédios e pontes reluzisse, como se as construções fossem todas iluminadas de dentro para fora. Música tocava, cordas e tambores suaves, e, de cada lado do rio Sidra, luzes douradas oscilavam sobre passeios à margem, pontuados por cafés e lojas, todos abertos à noite, já lotados. Vida... tão cheio de vida. Nikova quase sentia aquele gosto estalando na língua.

Usando preto ressaltado por linha prateada, Rhysand cruzou os braços. E farfalhou as imensas asas quando ela falou:

- Eu estou falando serio, não vou voar com você.

- A Casa do Vento é protegida para que pessoas não atravessem para dentro dela... Exatamente como esta casa. Mesmo contra Grão-Senhores. Não me pergunte por que ou quem fez isso. Mas a opção é subir os dez mil degraus andando, o que eu realmente não quero fazer, Nikova, ou voar até lá. - O luar se refletiu na garra na ponta de cada asa. Rhysand a lançou um lento sorriso que ela ja estava acostumada - Prometo que não a deixo cair.

A humana fraziu a testa para o vestido azul como a meia-noite que tinha escolhido; as mangas compridas eram de tule que não a protegiam de nada, o decote V profundo não ajudava em nada contra o frio. Talvez usar um suéter com calça mais grossa fosse melhor para se proteger, mas Nikova sempre preferia o luxo ao conforto. Ela piscou para o trecho de noite entre o telhado e a residência na montanha.

- Levei horas para me arrumar, Naula levou mais de uma para achar um penteado decente para o tamanho do meu cabelo.

Um exagero. A asa de Rhysand se curvou ao seu redor, a levando mais para perto, onde ela quase conseguia sentir o calor do corpo poderoso antes de recuar novamente.

- Não me diga que tem medo de altura?

- Claro que não, só não quero voar para precisar decidir se quero trabalhar contra Hybern com você... com seu Círculo Íntimo, não podemos simplesmente... nos encontrar aqui?

- Já estão todos lá. E, além disso, a Casa do Vento tem espaço bastante para que eu não tenha vontade de atirar todos da montanha.

- Quer dizer - falou cruzando os braços - que esta casa é pequena demais e as personalidades deles, grandes demais, ou você está preocupado que eu perca a cabeça e faça algo idiota?

- E se estiver?

- Não sou tão idiota de enfrentar quatro pessoa, aparentemente poderosas, sozinha. Tenho quase certeza que eles não são tão bobos quanto o mestre.

Rhysand riu, então emitiu um tsc.

- Essa língua afiada sua ainda nós levara a muitos lugares... - deixou a frase morrer enquanto tirava uma poeira invisível da roupa. - Eu só não quero atirá-la aos lobos. Se falou sério sobre querer trabalhar comigo para manter Hybern longe destas terras, manter a muralha intacta, em descobrir o que Amarantha fez com você, quero que conheça meus amigos primeiro. Decida por conta própria se é algo de que pode dar conta. E quero que esse encontro aconteça de acordo com meus termos, não quando eles decidirem fazer uma emboscada nesta casa de novo.

- Eu aqui achando que você sequer tinha amigos.

- Você não perguntou.

Rhysand estava tão perto agora que passou a mão por sua cintura. Sua coluna travou. De repente não estava em Valaris... As asas recuaram. Mas ele segurou mais forte, os olhos violetas fixos no mar lilás prateado.

𝔚𝗮𝗿 𝗢𝗳 𝗛𝗲𝗮𝗿𝘁𝘀 | ʳʰʸˢᵃⁿᵈOnde histórias criam vida. Descubra agora