.𖥔 ݁ ˖ 𝐂𝐡𝐚𝐩𝐭𝐞𝐫 𝐭𝐰𝐞𝐧𝐭𝐲-𝐬𝐞𝐯𝐞𝐧

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Maratona 3/5


— Então é você — disse a menina, observando Nikova com atenção — por quem muitos aqui fariam qualquer coisa para ter a Estrela de Alwyr.

A mulher evitou olhar para Rhysand perante um informação totalmente nova, dada sem esforço.

— Acho que sim — sussurrou. —

O sorriso da menina era um deboche de inocência.

— Está com medo?

— Sim — respondeu. Nunca minta, essa fora a primeira ordem de Rhysand. A menina ficou de pé, mas se manteve do outro lado da cela. —

— Nikova — murmurou ele, inclinando a cabeça. A esfera de luz feérica cobria os cabelos cor de nanquim com prata. — Ni-ko-va — repetiu ele, separando as sílabas, como se conseguisse sentir o gosto. Por fim, a menina esticou a
cabeça. — Havia algo quando estava a beira da Morte?

— Uma pergunta por outra — respondeu, como tinha sido instruída no café da manhã. O Entalhador de Ossos inclinou a cabeça para Rhysand. —

— Você sempre foi mais esperto que seus ancestrais. — Mas aqueles olhos se fixaram nela. — Conte se havia escolha, se viu algo... e responderei sua pergunta.

Rhys deu um aceno de cabeça sutil, mas os olhos mostravam cautela. Porque o que a menina tinha pedido... Nikova se acalmar para pensar, para lembrar. Mas havia sangue e morte e dor e gritos... e Amarantha estava matando Feyre, e machucado Rhysand ao ponto daquele fio do acordo exigir desesperado para o ajudar, havia revolta dos Grão-feéricos, Tamlin implorando por a vida da amada, de joelhos, diante do trono dela... mas havia tanta caos, e Nikova queria que terminasse, queria que tudo
acabasse...

Rhysand ficou imóvel enquanto monitorava o Entalhador de Ossos, como se essas lembranças fluíssem livremente pelo escudo mental que ela se certificou de que estivesse intacto naquela manhã. E se perguntou se ele achava que ela desistira, bem ali. Ela fechou as mãos em punhos. Havia sobrevivido; tinha saído. E sairia hoje.

— Havia alguém esperando para levar minha... quando estava morrerendo — falou. A cabeça de Rhysand virou-se para ela. — Quando fui acertada soube que morreria, eu vi a morte ou o que quer que fosse aquela sombra negra estendendo a mão para mim. Eu... eu estava pronta para aceitar, e caminhar com ela para qualquer que fosse o fim depois da morte. Não... — foi um esforço dizer as próximas palavras, nunca as tinha proferindo em voz alta, não havia deixado tão explícito. — Não queria lutar, ou aguentar um pouco mais. Mas quando toquei a mão fria da morte algo me puxou para longe, para cima e então aquela sombra tinha sumido e a vida parecia voltar outra vez.

— Não aconteceu mais nada? — a menina perguntou, os olhos brilharam mais. —

— Havia um... fio — continuou. — Uma corda. E eu sentir um puxão por ela... e de repente consegui ver. Não por meus olhos, mas... mas pelos dele — falou, inclinando a cabeça na direção de Rhysand. Abrindo os dedos da mão tatuada. — E me vi morrendo, vendo que restava apenas um pedaço ínfimo de espírito me mantendo ali graças ao fio de nosso acordo.

— Como era a morte?

— Uma presença tangível, ela usava um manto que a cobria por inteiro... Não tenho certeza se era mesmo a morte ou outra coisa.

— Havia apenas ela?

— E a aquela ligação na escuridão.

O rosto de Rhysand tinha ficado pálido, a boca era uma linha fina.

— Sentiu medo?

Nikova parou para pensar um pouco. Então disse:

— Não medo... Raiva sim, mas não tinha espaço para medo.

𝔚𝗮𝗿 𝗢𝗳 𝗛𝗲𝗮𝗿𝘁𝘀 | ʳʰʸˢᵃⁿᵈOnde histórias criam vida. Descubra agora