.𖥔 ݁ ˖ 𝐜𝐡𝐚𝐩𝐭𝐞𝐫 𝐭𝐰𝐨

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Rhysand estava certo sobre o próximo feérico que Amarantha colocou-a para lutar, e sobre os outros dois. O feérico dava breve informações sobre quem era o seu adversário, onde era os pontos fraco deles enquanto a curava — porque por mais que estivesse informações e fosse direto no alvo, Nikova ainda era humana, ainda tinha seus ossos quebrados antes de tirar uma vida. Ela não sabia porque o macho dava aquelas informações ou se esgueirava até sua cela para cura-la, tão pouco se importava ou perguntava nada, ficava com o rosto virado para o outro lado escutando tudo que ele tinha e esperava até ir embora.

Na quarta noite não fora arrastada para arena, mas para o salão do trono onde foi colocada de joelhos ao lado de Amarantha, como seu bichinho. Nikova não deveria ter ficado tão vermelha de raiva e vergonha por está naquela posição, Amarantha sempre buscava uma maneira de humilhar mais e mais. Tinha se passado algumas horas e tudo parecia o mais normal que toda a situação poderia ser, até as duas enormes e antigas portas de pedra se abrirem com Attor empurrando alguém icapuzado, jogando no piso frio diante do plataforma. Todos pararam para observar a cena, Nikova tentou enxergar o rosto curvado para o chão.

— O que é isto? — perguntou Amarantha, o tom de voz aumentando, apesar do sorriso de víbora. —

— Apenas uma coisa humana que encontrei lá embaixo — sibilou o Attor, e uma língua bifurcada disparou entre os dentes afiados como lâminas. —

— Obviamente — ronronou Amarantha. — Mas por que eu deveria me incomodar com ela?

O Attor deu uma risadinha, o som era como água chiando em uma grelha, e um pé cheio de garras golpeou a lateral do corpo no chão, puxando a túnica e assim revalando quem era. Nikova congelou quando viu a irmã da sua amiga ali. Feyre. O que diabos ela fazia ali era a pergunta que rodeava a mente de Nikova. Talvez tivesse sido capturado por Attor assim como os Filhos do Abençoados, o pensamento de que seria obrigada a lutar até a morte com alguém que conhecia e tinha carinho a devastou. Nikiva rastejaria até Amarantha e imploraria se fosse necessário, mas daria um jeito de salvar Feyre.

— Diga a Sua Majestade por que estava espreitando pelas catacumbas, por que
saiu da velha caverna que leva até a Corte Primaveril.

Seu coração acelerou, o mundo girando e a ânsia ameaçando despejar o pouco que tinha em seu estômago. O Attor chutou de novo e Feyre encolheu o corpo quando as garras arranharam suas costelas, Nikova exibiu os dentes mesmo que ninguém tivesse prestado atenção nela. Sua mente girava tentando montar um plano para ajudar a salvar a irmã da sua amiga, para salvar sua amiga... Não sabia se chamaria Feyre assim, colegas, talvez, mas não importava.

— Diga a Sua Majestade, lixo humano.

Devagar Feyre ficou em pé, encarando o vestido douradonreluzente de Amarantha em vez dos olhos.

— Vim reivindicar aquele que amo — falou baixinho. Nikova piscou pensando que tinha escutado errado, que era algum feitiço sobre a Archeron mais nova. —

— Ah? — disse Amarantha, inclinando o corpo para a frente. —

— Vim reivindicar Tamlin, Grão-Senhor da Corte Primaveril.

O arquejo que ecoou pela corte reunida e a gargalhada de Amarantha esconderam seu ruído de choque.

As palavras que Feyre havia pronunciado queimava em suas mente como uma brasa viva, cada palavra era como um veneno mortal que estava matando lentamente. Não poderia ser... Não podia ser Feyre a humana quem matou o lobo, que Tamlin levou para suas terras e seduziu, que se apaixonou, não podia ser ela quem entregara seu nome. Não podia. Nikova tentando desesperadamente negar a verdade que se desenrolava diante de seus olhos. Não era tão próxima de Feyre como era de Nestha ou até mesmo Elain, mas nunca — nunca —,  fez nada para a Archeron mais nova para que a jogasse na cova dos leões.

𝔚𝗮𝗿 𝗢𝗳 𝗛𝗲𝗮𝗿𝘁𝘀 | ʳʰʸˢᵃⁿᵈOnde histórias criam vida. Descubra agora