.𖥔 ݁ ˖ 𝐩𝐫𝐨𝐥𝐨𝐠𝐮𝐞

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— Você está se tornado uma bela trapaceira, acho que lhe ensinei bem demais. — Baela tentou fingir irritação, mas logo caiu na risada com a filha. —

— A culpa não é minha se não disparou a flecha primeiro, Vossa Graça. — ironizou o título da mãe, talvez tivesse realmente roubado o coelho que daria a vitória de sua mãe, mas tinha sido a mesma a ensinar que valia tudo para ganhar. —

— A senhorita só ganhou por um, não se gabe tanto.

— Mas ainda ganhei, é o importante. — seus olhos lilás quase prateados foram para a carrugem que estava na escadaria da propriedade, Nikova soltou um suspiro quando cruzaram os portões sabendo que o resto da manhã com sua mãe seria interrompido por alguma reunião política. E quando Baela suspirou ao seu lado, a jovem soube que sua mãe estava tão descontente com aquilo quanto ela. —

Nik não desmontou do cavalo ao chegar na escadaria da propriedade, mas sorriu e curvou levemente a cabeça para o Conde Whitneyd. A jovem tentou não parecer tão apreensiva, dizendo a si mesma que aquelas visitas não eram um alarme de que algo estava acontecendo, que não tinha nada a ver com as cartas que tinha interceptado alguns dias atrás sobre buracos que começaram a surgir na muralha e como a cada dia mais eles apareciam.

— Prometo que tentarei ser rápida, então passaremos a tarde juntas. — sua mãe segurou sua mão com um sorriso carinhoso, ela assentiu. Mais tarde perguntaria a mãe o que estava acontecendo, pensou. —

— Vou a cabana das Archeron levar esses coelhos, deve ser o tempo que termina sua reunião. — amarrou os coelhos de sua mãe aos seus. — Com licença.

— Tome cuidado meu amor.

Nik mal concordou antes de sair com Zeus para longe de casa novamente, a cabana das Archeron ficavam cerca de meia hora dali, então tentou ser o mais rápida possível para diminuir o tempo. Nikova era amiga próxima da mais velha das três irmãs, Nestha Archeron, apesar de se dar bem com as outras duas, Elain e Feyre. Elas tinham se conhecido alguns anos na biblioteca de pobre vilarejo, e apesar de meses de pura implicância e alfinetas, ela e a mais velha desenvolveram uma boa amizade. Ela costumava ajudar a família da amiga, ja que, eles tinham perdido a fortuna e viviam na pobreza, dependendo de caçadas e pele que vendiam no mercado.

A neve pisoteada cobria a estrada para aldeia, salpicada de marrom e preto por conta do tráfego de carroças e cavalos devido ao mercado que acontecia. Nikova observou as casas de pedra da aldeia que eram medíocres e entediantes, e pareciam ainda mais tristes pela desolação do inverno. E como era dia de mercado, significava que a minúscula praça no centro da aldeia estaria cheia de todo tipo de mercadores que tivessem encarado a manhã gelada. A um quarteirão, o cheiro de comida quente pairava no ar; temperos, sal, açúcar — mercadorias raras para a maioria dos habitantes de dali. A humana mordeu o lábio com pensamento que incitava o fundo de sua memória, para um tempo que fora um daqueles aldeões. Engolido seco, afugentou os pensamentos.

Seus olhos correram pela praça, encontrando as três irmãs Archeron em um lugar mais afastado da multidão e então calvagou até lá, sorrindo e acenando.

— Nik! — Elain abriu um sorriso para ela, a jovem gostava da irmã do meio por sua gentileza e simpatia adorável. Assim que desceu do cavalo e o amarrou em um poste jogou os braços sobre a colega, então repitiu aquilo com amiga, rindo com o resmungo de Nestha. —

— Eu amo te irritar. — ela se virou para Fey, a mais nova entre as irmãs era sempre séria, talvez pelas responsabilidades que carregava tão nova, mas ainda sim deu um breve abraço. — Estava indo até a cabana de vocês, queria entregar isso. — pegou a penca de coelhos, entregando a Feyre que olhou surpresa para os quinze animais pequenos. — Eu e minha mãe saímos para nossa caçada, não costumamos comer eles então trouxe para vocês.

𝔚𝗮𝗿 𝗢𝗳 𝗛𝗲𝗮𝗿𝘁𝘀 | ʳʰʸˢᵃⁿᵈOnde histórias criam vida. Descubra agora