Grishaverse - capítulo 1: O Grande Início.

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Um jovem perdeu os pais precocemente, vítimas de uma doença ainda não catalogada, para a qual não havia cura. Desde então, foi passando de orfanato em orfanato até chegar ao orfanato Keramzin, onde conheceu Evie, aquela que se tornaria sua melhor amiga.

Benjamin e Evie eram inseparáveis e notórios por suas aventuras. Uma vez, a cuidadora passou a noite toda procurando por eles após uma de suas fugas matinais.

- Benjamin! Evie! Para dentro, agora! - gritou a cuidadora.
- E tragam o coelho!

Por mais estranho que parecesse, Evie era uma mestra em capturar coelhos, mesmo os mais rápidos. Havia algo em sua presença que fascinava e, ao mesmo tempo, intimidava. Todos a respeitavam - ou temiam. Para Benjamin, ela era uma inspiração; ele costumava se comparar a ela, especialmente em relação à força.

- Ela é tudo o que eu não sou - pensava Benjamin, olhando para sua pele pálida e seus cabelos claros como a neve. "Coma mais", diziam, "tome sol, ou você vai sumir."

Certa vez, Evie quase atacou um dos órfãos que zombava de Benjamin.

- Sempre fomos eu e ela, para tudo - refletia.

A rotina no orfanato era monótona, até que, a cada dois anos, um "testador estringe" vinha ao orfanato para selecionar órfãos para o exército.

- Andem logo, só faltam vocês dois! - ordenou a cuidadora, empurrando Benjamin e Evie para a fila.

Benjamin hesitou ao ver o homem estranho pedir que ele estendesse o braço.

- O braço - ordenou o testador, sem paciência.

Benjamin esticou o braço, temeroso. "E se eu for um estringe?", pensou. "O que acontecerá comigo?"

Após alguns minutos de silêncio tenso, uma luz emanou do braço de Benjamin, iluminando o teto do salão.

- Isso é... impossível! - a voz do testador tremeu.
- Eu... não... meus pais eram otkazats'ya. Como posso ser um estringe?

Os órfãos se afastaram, murmurando e fazendo sinais religiosos. "Santo", diziam alguns. Outros sussurravam com medo.

- Vamos, sank't - falou o testador.

Benjamin hesitou. Não queria ir. Não queria se separar de Evie.

- Vá - disse Evie, firme, entregando-lhe uma pulseira bordada em preto, com o símbolo de um sol cobrindo metade de uma lua.
- Eu não posso te deixar... - lágrimas escorreram.
- Eu sempre estarei com você, bobinho.

E assim, Benjamin seguiu o testador, subindo em uma carruagem acompanhada por outros estringes. Apesar de tudo, ele não conseguia afastar a dúvida que o consumia: "Por que eu? O que isso significa?"

Eᥴᥣιρ᥉ᥱ • Grι᥉hᥲ᥎ᥱr᥉ᥱOnde histórias criam vida. Descubra agora