Capítulo 20: Se tratando de negócios...

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- E então, conseguiram descobrir alguma coisa?

O homem baixo e gordo estava acomodado em uma poltrona confortável em um escritório de luxo e elegância. Em sua escrivaninha, uma caixa de charutos cubanos, uma garrafa de whisky e outra de champanhe francês. Colocou os pés na mesa e continuou:

- Vocês são pagos para me informar se descobriram ou não quem é o filho ou filha daquele maldito. Ainda não descartei a possibilidade de que Anthony Teablyn seja apenas um pseudônimo...

As três pessoas que estavam sentadas do outro lado da mesa deram risinhos. Eles estavam nas sombras, sendo impossível ver-lhes o rosto. Mas, pelas roupas, reconhecia-se que eram dois homens e uma mulher. A mesma manifestou-se:

- O que seus outros informantes disseram?

- Me disseram que ele estava em Moscou, estudando arquitetura. Emprestou o nome e o sobrenome a um nerd escolhido pelo pai. Esse cara é o verdadeiro criador do Small Angel...

Um dos homens riu.

- É uma história bem interessante. Pena não ser verdadeira.

- Anthony Teablyn não aparece muito, mas as vezes dá suas escapadas nos jornais e revistas. - falou o outro. - Analisamos as fotografias e registros durante meses, e chegamos a conclusão de que o filho do doutor Teablyn está aqui em nossa cidade, mais perto do que imaginamos...

O sorriso foi maligno no rosto do velho.

- Isso me alegra demais... torna as coisas muito mais fáceis.

- Podemos fazer o serviço se quiser. Sabemos que o senhor é um homem muito ocupado... - disse a moça, mas foi interrompida por uma risada.

- Acha que eu sujaria minhas mãos numa coisa tão baixa? Claro que serão vocês a fazer alguma coisa, mas não agora. Deve-se analisar primeiro, ter certeza de que é mesmo o rapaz certo...

Um dos homens retrucou:

- Sabemos fazer as coisas direito. Já tomamos essas providências... - e e entregou-lhe um envelope pardo lacrado com cera.

O gordo abriu e retirou de lá alguns papéis e fotos. Eram capas de revistas desconhecidas, fotos à distância, e até mesmo uma do anual da escola.

Lá estavam os mesmos olhos azuis de Gregory Teablyn.

A mulher cruzou as pernas e disse:

- Fiz algumas investigações por conta própria... Acho que o senhor irá gostar do resultado.

Ela entregou-lhe um pen drive, que ele guardou no bolso do paletó. Acendeu um charuto e girou em sua poltrona.

- Verei isso mais tarde. Agora quero que vocês façam outra coisa.

Os três aproximaram-se para ouvir as ordens de seu superior.

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- Conseguiu acompanhar o raciocínio?

Anthony Teablyn sabia que seria difícil, mas não imaginava que seria tanto. Já fazia uma semana que os dois estudavam, mas os avanços pareciam serem a passos de tartaruga...

- Entendi. Em parte. Para que um sistema operacional funcione, deve conter um chip informativo...

- Exato. E o que mais?

- Devo analisar exaustivamente cada detalhe antes de abrir a boca para falar que tenho um protótipo pronto.

Ele riu.

- Muito bem.

- Podemos dar uma pausa, "professor"? - perguntou a garota, irônica.

O jovem fingiu pensar.

O outro lado da moedaOnde histórias criam vida. Descubra agora