☹ Friends ☹

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Nos abraçamos, eu senti seu choro abafado no meu pescoço, apenas sorri realizado. Nunca perceberia que Louis era o meu pequeno amigo de infância.

Quando eu tinha 6 anos, eu conheci Louis em uma praça onde o meu avô e eu íamos todos os finais de semana, era uma rotina agradável em que desejo apreciá-la novamente. Eu lembro de seus cabelos lisos encobrirem sua testa, suas orbes azuis e o seu tamanho pequenino.

15 anos atrás...

Olhava um garotinho, era tão diferente, porém tão rejeitado. Brincava á só com algumas bonecas, vestia em seus corpos de plástico algumas roupas. Me senti estranho por ele usar vestimentas rosas e uma tiara sobre os cabelos, eu nunca havia visto um garoto assim.

Mas eu queria ser amigo dele.

Logo me afastei de meu avô, e fui em direção ao garotinho tão brando ali naquela úmida grama.

- Oi? - Sentei-me ao seu lado, o assustando com meus movimentos tão repentinos. - Posso brincar com você? - Ele assentiu quieto e tímido, suas bochechas coraram.

Brincávamos com as bonecas, lentamente ele conversava comigo, mas sua voz era baixa e expressava timidez, algo em que insisti em ser tirado dele.

Então assim foi.

Todos os finais de semanas eu encontrava o garotinho rosa brincar com suas bonecas. Então em um determinado sábado, levei meu pequeno urso com olhos de botões para a praça. Meu avô nunca havia me visto tão ansioso em ir para a praça.

- Hey, eu trouxe o meu ursinho, o nome dele é Boo Bear - O garotinho abriu um leve sorriso envergonhado para mim, sentei em sua frente, tateando o pelúcia sobre o chão como se estivesse andando.

- Ele é... Adorável! - Disse ele, ruborizando seu rosto, sorri.

- Posso te chamar de Boo Bear? É um apelido - Ele assentiu, afagando o ursinho em minha mão.

- Boo bear! - Ele apertou de leve o narizinho do urso.

- Pode me chamar de... Hazza! É legal.

- Hazza! - Ele apertou meu nariz de leve.

- Hey, Boo - O chamei. - Quer sorvete? Meu vovô irá comprar para nós! - Ele assentiu batendo palmas. - De morango?

- Morango!

Depois daquele dia eu fui para a casa, mas eu nunca mais o vi pela praça, brincar com suas bonecas e vestir sua tiara. Com apenas 6 anos, chorei durante dias, e anos, pensava naquele garotinho tão belo.

Eu nunca pensei em que um dia iria reencontrar o meu amiguinho de infância, e tornar ele meu namorado. Eu não sei se há coincidência, ou o destino escreveu isto em um papel como uma conta de matemática.

Enquanto o abraçava, chorei também.

✿ NEIGHBOR ✿ L.SOnde histórias criam vida. Descubra agora