Ao longe ouvia a voz de Linean chamando por mim.
- Samira! Me espere, por favor! - Fiquei surpresa com ele correndo atrás de mim, mas já não podia fazer nada.
- Linean o que faz aqui? - Eu realmente queria saber o que ele pretendia me seguindo, não é todo dia que um caçador vinha atras de mim.
- Quero te acompanhar até sua casa! - Tenho que admitir que ele é como Castiel, em personalidade claro, mas apenas as vezes.
- Mas você não pode chegar perto dela, eles podem te sentir e virem te matar, pois eles sabem diferenciar o sangue de um caçador. - O que era uma pura de uma mentira inventada por mim, para que ele não me seguisse mais. Essa mentira que foi ignorada com sucesso por Linean, o que ele tem na cabeça? Acho que ele não tenha nada de impostante na cabeça.
- Não tem problema, sei me proteger sozinho. - A confiança é algo palpável agora, dá para sentir o seu cheiro saindo de Linean, mas eu sei que ninguém é assim, principalmente em relação aos vampiros, pessoas se enchem de si quando querem provar algo a alguém, isso é um fato!
- Está bem, pode vir então. - Não estou certa disso, mas deixarei ele vir, já que ele se protege sozinho. Alguns segundos de silêncio ecoaram sobre aquela floresta, até que Linean o quebrou.
- Então, como vive em sua casa? - Que bela pergunta garoto! Parece minha mãe perguntando se eu gosto de ficar trancada no meu quarto.
- Não gosto de ficar nela, vivo "saindo", porque não gosto do seu cheiro, ele me dá fome. - A mais pura verdade.
- É sério? - Ótimo, a confiança deu lugar ao pavor e surpresa do menino ao meu lado.
- Sim. - Seca, já que a cada passo próximo a casa, mais forte o sentimento ruim.
- Deve ser horrível. - Nunca queira sentir na pele o que é isso.
- E é horrível, sentir fome do sangue de seus pais é lamentável. - Afirmo. Fomos conversando e andando... Até que chegamos na minha casa.
- Chegamos- Senti um cheiro forte de sangue... Era o do meu pai- Tenho que ir rápido, tchau. - Saí em disparada para dentro de minha casa, apenas ouvi de longe uma despedida de Linean.
- T-tchau.Entrei correndo em casa, cheguei na sala olhei para o lado e vi Andrew com minha mãe em seus braços, prestes a morder ela, olhei para o outro lado e vi meu pai ensanguentado no chão. Nesse momento a fome falou mais alto, mas dessa vez não era o de meus pais que eu sentia, mas sim de Andrew, fome de vingança para ser mais exata, nem eu faço isso com eles, que é esse idiota para ter esse privilégio.
- Foi você quem me deu "isso"? Que me deixou assim, com a porcaria de uma fome incontrolável pela minha própria família, como pôde? Tem algo à mais sobre isso? Me lembro perfeitamente de suas palavras Andrew. - Lembranças daquele dia chegam com força agora.
- Sim, foi eu, você é imortal, nenhuma arma anti-vampiro pode te matar, nem tentar se matar, nada, mesmo você matando a sua família ou até mesmo a minha isso não iria mudar, sua fome irá acabar e poderá ver sua família se fizer um dos dois, boa sorte para encontrar os meus filhos. - Sua voz era e total desprezo. Não gosto de criaturas que se acha melhor que as outras.
- Por que fez isso comigo? - Não o entendendo. Uma coisa tão baixa a troco de nada, será que meus pais sabem de algumas coisa? Acho que não.
- Di-ver-são! Garota você é muito boba, não serve para nada! Nem seus pais gostam de você, olhe para eles, será que eles ligam para uma garotinha de merda como você? Ou apenas gostam de ver a dor alheia, fiquei sabendo do acontecido com Rafael, sabia que seu prometido foi a minha casa pedir ajuda dele? - Balancei a cabeça em afirmação, já que Rafael fez o favor de gritar isso diversas vezes no meu ouvido. - Ótimo, assim me poupa de repetir a súplica de seu irmão...
- Você merece a morte! Uma criatura mesquinha que semeia a desgraça colhe a morte, nada é menos importante que a sua diversão, sua família chegou ao fim, você já existiu por tempo demais, a hora da redenção chegou... - O cortei, eu caminhava lentamente em sua direção, a cautela que tinha em meus movimentos se igualavam aos de uma leoa na caçada. Minha mãe ainda estava em seus braços, mas logo foi arrancada deles de forma ruta por mim. Travei ali uma batalha com ele, mesmo com poucos anos sei me defender só, sou grata aos treinamentos que meu irmão mais velho me dava, gostaria que ele estivesse aqui, me vendo proteger os nossos pais. Mesmo que ele não mereça uma atenção especial. Quando me dei conta, eu já o tinha em minha boca.
Não dava pra acreditar que naquele momento, eu estaria com as minhas presas cravadas na pele de um vampiro, muito menos daquele que me deu isso, como foi assim tão fácil? Como eu consegui? O sabor de seu sangue era adocicado, parecia o mel de uma abelha. Sua esposa ficou ali chorando pelo seu amado, enquanto seu corpo se transformava em pó, agora é a vez dela, nada fez contra mim, pois sabia que esse seria o seu fim de qualquer maneira. O seu sangue era amargo, me trazia uma sensação de abandono, como se seu verdadeiro sentimento fosse o mais pleno ódio de se entregar a mim. Os dois primeiros vampiros dessa família idiota já foram. agora irei caçar o resto, sei que se ficar nessa casa não atingirei o meu objetivo. Por isso, não posso ficar aqui.
O que foi restou uma casa destruída, algumas lágrimas em meu rosto, fui para o meu quarto pegar apenas o necessário, tinha uma foto de meus pais, agora posso ver o borrão deles, estou feliz, mas tenho que ir, para minha caçada, tenho que ter muito cuidado, não posso deixar rastros, estarei fugindo de meus pais. Peguei umas roupas e algumas coisas que eu gosto, tomei banho, troquei de roupas, fui andando até a porta da frente de minha casa, olhei para trás, vi minha família, meu pai, minha mãe, meus irmãos mais novos, simplesmente gritei.
- ADEUS! - podem me chamar de estranha, mas isso me libertou das correntes dessa casa. Corri até o meio da floresta, sabia que eles estavam atrás de mim, não posso parar, tenho que ir embora, nunca mais os verei novamente.
- Samira! Por aqui, anda, eles não vão te encontrar aqui. - Segui as dicas de Linean, entrei no carro de sua família.
- O que você fez? - Castiel perguntou com medo?! Estranho essa atitude.
- Eu já tinha combinado com vocês o que eu iria fazer, mas não pensei que seria tão rápido. - exclamei fazendo cara de vitoriosa - podemos sair daqui o mais rápido possível por favor, eles estão por perto!!- continuei.
- Claro, vamos sair daqui agora.- Cassandra falou arrancando com o carro.
Não sabia para onde estava indo, mas sabia das consequências que isso me causará, onde eu estava com a cabeça mesmo? Nem eu sei. Algumas horas se passaram e chegamos a uma cidade que me parecia familiar. Nessa cidade eu recebi um novo nome, uma nova identidade. Deixei de ser Isabelle Winterhunter para me tornar Samira Heals, ganhei também uma nova família, agora já indo para a escola, não tenho amigos além de Linean e James.
ALGUNS MESES DEPOIS.Senti um cheiro familiar, daqueles de quem já tinha me esquecido, sei que eles me olharam, sei também que meu irmão mais velho estava com eles e ainda teve a audácia de vir falar comigo.
- Olá irmãzinha, quanta saudade eu senti de você, quando vai voltar para mim??- Math me disse pegando em meu queixo.
- Acho que está me confundindo com alguém, não devo ser quem está procurando!- Esbocei o meu sorriso mais cínico para ele, escutei Cassandra me chamar - Já estou indo mãe!!- gritei.
Saí correndo dali sentindo eles me olharem, fomos para casa e arrumamos nossas coisas e fugimos novamente deles.
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A Maldição de uma Vampira
Vampireprólogo Sou Isabelle Winterhunter, sou uma Vampira, minha vida é solitariamente triste e minha maldição... Me obriga a matar minha própria espécie para sobreviver. Mesmo tendo poucos anos de "vida", sou muito independente, costumo andar por...