Caminhamos até a cachoeira, calados eu não tinha o que falar, já que estava sem ânimo para tal, queria apenas olhar para o céu e contar estrelas, mesmo que eu me perca na contagem, queria apenas eu e Demetryus, como sempre foi.
- Eles nunca irão mudar, eu sei o que sente, você pode esconder os seus sentimentos deles, mas não de mim. - Ele me abraçou com força, eu não aguentei, chorei o que a tanto tempo aguentava sozinha. A cada soluço meu era um aperto no abraço. Gosto dessa sensação, é confortável, me deixa segura e além do mais, tem o cheiro que eu mais amo, é adocicado como uma amora e amadeirado. O único cheiro que não consigo reproduzir com o meu poder. - Se sente melhor?
- Sim, obrigada Demetryus, há tempos que eu não chorava, você me fez tanta falta, como eu sobrevivi sem você? Ironicamente nos encontramos de novo, no mesmo dia e hora da sua despedia. Por algum acaso, se repetiu a mesma briga quando você foi embora. Não acha isso estranho?
- Não acho, pois quem não mudaram foram eles. Não deverias achar isso uma ironia ou acaso, quando as pessoas não mudam, as coisas que elas fazem ou deixam de fazer, não irão mudar. - Fico pensando nisso por um bom período de tempo. Fiz uma cara de triste, não sabia o que falar, muito menos o que pensar. - A mudança é algo maravilhoso para cada ser. Não importa o grau da mudança, o que importa é como e porque ele mudou. Quando somos crianças nós mudamos bastante, já que estamos aprendendo a nos comportar, mas quando somos adultos a mudança não ocorre desse jeito, pois temos nossas opiniões e nossos ideais que lutamos para construir. É muito difícil mudar o que construimos com o que vemos por aí. Claro que quando estamos errados, nos recusamos a isso, e brigamos para estarmos certos, eu sei que estamos tentando mudar, mas eles não, desculpa falar assim.
- Tudo bem, amanhã é o casamento de meu irmão com a Julieta, não sei o que fazer, ele me fez uma proposta tentadora e eu não sei o que fazer, queria falar com Tobias. onde eu o encontro?
- Não vá ao casamento, vamos logo para a casa de Charles, podendo assim, aproveitar a casa e a floresta, o que acha pequena? - Apenas balancei a cabeça em afirmativo, quero sumir por um tempo de tudo e de todos, longe dos problemas que encontro no caminho de minha vingança.
Deitei na grama para olhar diretamente as estrelas, não aguento mais esse olhar de pena direcionado a mim. Não sei o que fazer mais, mas tenho que aguentar até o fim, pois eu escolhi esse caminho para me vingar daqueles que duvidaram de mim.
- Sabe, eu ainda sinto aquilo que te falei naquele dia...- O cortei.
- Você deve ter sido como o Matthew, não importa esse sentimento mais, se for igual a ele nem adianta vir com o papo de "sou homem e tenho necessidades", se amasse de verdade não teria feito o que fez. - Ele ficou me observando com um ar de surpreso por eu ter falado algo desse jeito. - O que foi falei alguma coisa errada?
- É a primeira vez que você rejeita o amor. Eu não sei o que fazer, não sou capaz de me impor contra essa afirmação. Onde foi para aquela menina que dizia que queria um amor para a eternidade?
- Ela está aqui, mas ainda não chegou o cara certo para ela. Aquele cara que faça ela a mais feliz do mundo, a mais bela de todas, que chegue nela e diga "eu vou fazer você me amar, apenas paro quando estivermos casados, porque depois a missão é dos nossos filhos". E essa pessoa ainda não chegou, ou já chegou e eu ainda não sei. - Falei me referindo ao Linean, pois já escutei de várias pessoas dizendo que eu e ele formaríamos um casal bonito, mas eu não amo ele, muito menos amava meu irmão, mas é contra o código do conselho dos "Puro-sangue", já que para manter a pureza de uma família, só aguentava o fardo para não ser odiada, ou mais do que já era.
- E se eu for esse cara? - Perguntou se posicionando em cima de mim. Olhou diretamente nos meus olhos e continuou. - Eu sempre estive com você, até quando eu fui embora e você sabe disso, o Ruan te contou, era eu que ia logo atrás de você quando fugiu, sei de todos os lugares onde passou a mando de Charles, foi errado eu sei, mas foi o que eu consegui para ficar perto de você. - Não, acredito que era ele o tempo todo! O que ele fez foi errado.
- Por que não chegou até mim? - Pergunto com indignação, já que era para ele ter chegado até mim, e perguntado se eu não queria que ele ficasse comigo.
- Desculpa, é que eu não sabia chegar até você com aquele cão de guarda que você chama de irmão. - Ele foi sincero, falou calmamente, sem me atacar. - Eu admito o meu erro, sei que foi um babaca com você, pois sei que odeia segredos e alguém na sua cola. Você me desculpa por isso?
- Sim, eu te desculpo por isso, mas voltando ao assunto do cara certo, você não tem como ser, pois você é como alguém da minha família, não sei quem, mas é da família. - Ele se ajeitou mais em cima de mim, fitando os meus olhos profundamente. - Tem algo de errado comigo? - Ele negou com a cabeça, mas sem desviar o olhar do meu. - Então o que tem em mim?
- Nada, e respondendo algo que não precisa de resposta, mas mesmo assim eu vou responder. Eu posso ser o seu marido, eu faço parte da família, mas não tenho o teu sangue. - A cada palavra ele ia se aproximando mais de mim, então ele sussurrou perto de minha boca. - Eu não sou que nem ele, tive e tenho minhas necessidades de homem, mas elas serão sanadas apenas com você pirralha, eu já te disse que sempre me encantei por você, sei o quanto é nova para mim, mas se eu te esperei todos esses seis anos, porque não posso esperar mais? - Apenas fiquei olhando os seus olhos diferentes, um tem a cor verde o outro é mel, sua pele é branca como a neve, assim como a minha, seu corpo têm músculos definidos e grandes, me pergunto o porquê disso, pois temos "super força". Ele me tirou de meus devaneios quando roçou seus lábios aos meus e disse: - Não posso esperar mais por isso.
O beijo foi lento e cheio de amor, diferente do beijo de Matth, que era rápido e sem sentimento. Demetryus me abraçou e inverteu a posições, antes eu estava por baixo, com as pernas juntas, agora para ter apoio tive que colocar as pernas de cada lado do seu corpo, suas mãos estavam passeando pelas minhas costas, trazia uma sensação diferente, esquentava e ao mesmo tempo me dava conforto, era o toque que eu procurava. O beijo se encerrou, não queria abrir meus olhos e acordar na minha cama como se tivesse sido um sonho.
- Abra os olhos e me olhe, diga que não gostou, que foi ruim, mas saiba que para mim esse beijo foi como eu sempre sonhei com você, doce, delicado, sem pressa. Eu te amo, sempre soube desse amor. Olhe para mim, por favor meu amor, diga que não gostou, fale olhando em meus olhos. - Eu ainda não tenho coragem de abrir os olhos, não quero descobrir que foi um sonho. - Se não abrir os olhos eu te beijo de novo. - Instantaneamente eu sorri esperando aquele outro beijo, Demetryus soltou o ar pela boca como um sorriso reprimido como se já soubesse a minha resposta sobre a sua pergunta. E de novo me beijou, ficamos assim até amanhecer. - Nunca entendi esse seu amor pelo Sol, mas percebi que não é a luz que erradia dele que você gosta, mas sim do calor que ele te faz sentir, é a mesma sensação de estar com a pessoa que ama.
Abri meus olhos para ver o nascer do Sol, mas quando eu ia sair de cima de Demetryus, seus braços rodearam o meu corpo, me impedindo de sair, já sei que ele quer a sua resposta, como resposta dei um selinho nele e sorri.
- Eu não acredito nisso, você gostou . - Ele me beijou de novo, e a mesma sensação voltou.
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A Maldição de uma Vampira
Vampireprólogo Sou Isabelle Winterhunter, sou uma Vampira, minha vida é solitariamente triste e minha maldição... Me obriga a matar minha própria espécie para sobreviver. Mesmo tendo poucos anos de "vida", sou muito independente, costumo andar por...