Capítulo 51

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Depois de um tempo na chuva, com o frio finalmente começando a incomodar, Charles segurou minha mão e me puxou em direção à porta. 

— Vamos entrar. Precisamos nos secar antes que minha mãe venha atrás de nós com uma toalha e uma bronca. — ele disse, rindo, enquanto eu tentava evitar escorregar no chão molhado. 

Entramos pela porta da sala, e Pascale já estava lá, com uma expressão que ia de diversão a exasperação. 

— Vocês dois parecem crianças. Vão tomar banho antes que resfriem. E não pingar água pela casa toda! — ela apontou na direção do banheiro. 

Charles me olhou com um sorriso que dizia *ela não vai parar de falar até obedecermos*, então me puxou novamente pela mão, dessa vez subindo as escadas em direção ao banheiro no corredor. 

— Primeiro você ou eu? — perguntei, parando na porta. 

Ele fez uma expressão de falsa ponderação, depois deu de ombros. 

— Juntos economizamos água. 

Revirei os olhos, mas não pude evitar sorrir. 

— Ah, claro, porque você é um ambientalista agora. 

— Sempre fui. — ele respondeu, com aquele tom provocador, enquanto começava a desabotoar sua camisa molhada, que colava no corpo. 

Era impossível não reparar em como ele estava lindo ali, com o cabelo molhado caindo sobre a testa, as gotas de chuva ainda escorrendo pelo rosto e a confiança natural que ele carregava. 

— Não vai me deixar sozinho nessa, vai? — ele perguntou, com um sorriso travesso, já tirando os sapatos e jogando-os de lado. 

Respirei fundo e decidi entrar no jogo. Afinal, que mal poderia fazer?

Respirei fundo, tentando disfarçar o nervosismo. Sim, eu estava nervosa! Não só por estar tomando banho com Charles na casa de sua mãe com seus irmãos lá, mas porque algo entre nós havia mudado.
Comecei a tirar minha blusa molhada, que grudava na pele e parecia pesar uma tonelada. Charles observava, com aquele sorriso característico no rosto, mas sem dizer nada. 

— Não precisa ficar me olhando assim. — falei, tentando soar casual, enquanto pendurava a blusa na maçaneta da porta. 

— Não estou olhando. Estou admirando. — ele respondeu, sem hesitar. 

— Você é impossível. — murmurei, mas não consegui conter o sorriso. 

Charles deu alguns passos até mim, já sem a calça, e passou os dedos pelo meu rosto, afastando alguns fios de cabelo molhados. 

— É sério, Anna. Você é linda. — disse, num tom mais suave, que fez meu coração acelerar. 

Antes que eu pudesse responder, ele pegou minha mão e me puxou para dentro do banheiro. Ele ligou o chuveiro, e a água quente começou a encher o espaço com vapor, afastando o frio que a chuva tinha trazido. 

— Vem. — ele disse, entrando primeiro e estendendo a mão para mim, assim que acabei de me despir, jogando nossas roupas molhadas na banheira.

Hesitei por um segundo, mas o jeito como ele me olhava — com carinho e desejo — me fez confiar. Entrei no box ao lado dele, sentindo a água quente escorrer pelos meus ombros e aliviar os músculos tensos. 

— Melhor assim, não acha? — ele perguntou, passando os dedos levemente pelo meu braço, com tanta suavidade, como se eu fosse de porcelana.

— Bem melhor. — respondi, com um sorriso tímido. — Mas um banho frio de chuva tem o seu valor.

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