6 - Grávida...? GRÁVIDA!

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Estamos na casa da família Manoban. O jantar é finalmente servido. O ato em si de comer a refeição foi monótono, mas, durante a sobremesa, Rosé tamborila seu copo com uma colher.

– Podem me dar um minuto da atenção de vocês? – sorri para Jisoo e continua. – Mackenzie gostaria de contar algo.

A sobrinha de Lisa sobe na cadeira e proclama:

– Minhas mães fizeram sexo!

A mesa inteira fica em silêncio.

Até que Matthew levanta seu copo.

– Parabéns, Jisoo. É como o cometa Halley, né? Você só consegue vê-lo a cada 75 anos?

Deloris ri.

E John limpa a garganta. De um modo estranho.

– Isso é, ah… isso é… muito bom, querida.

Em seguida, Frank decide compartilhar.

– Sexo é bom. Te mantém no ritmo. Garanto que faço sexo pelo menos três vezes por semana. Não que a minha Estelle goste
daquelas coisas malucas, mas, nestes quarenta anos de casamento, ela nunca teve uma dor de cabeça.

Estelle sorri orgulhosa ao seu lado.

Matthew cobre o rosto com as mãos.
O restante de nós apenas observa. Olhos arregalados, bocas um pouco abertas.

Até que Lisa joga a cabeça para trás e ri.

– Isso está demais – limpa os olhos, praticamente chorando.

Rosé mexe a cabeça.

– Espera. Não era exatamente isso que ela queria dizer. Tem mais coisa. Pode continuar, Mackenzie.

Mackenzie vira os olhos.

– Bom, é lógico que isso significa que elas vão ter um bebê. Serei uma irmã mais velha!

Muitos parabéns invadem o ambiente. Anne fica cheia de lágrimas ao abraçar a filha.

– Estou tão feliz por vocês, querida.

— Na verdade, foi por inseminação — completa Jisoo rindo, comentando o que Mackenzie disse.

Lisa levanta e abraça a irmã gentilmente.

– Parabéns, Rosie – em seguida, dá um tapa nas costas de Jisoo.

– Vou deixar o quarto de hóspedes pronto pra você, Soo.

Estou confusa:

– Quarto de hóspedes?

Lisa explica.

– Na última vez em que a Rosé engravidou, ela botou a Jisoo pra fora de casa, não apenas uma ou duas vezes, mas quatro vezes.

Matthew se junta à conversa.

– Sem contar a vez que ela a deixou ficar, mas jogou todas as coisas dela pela janela.

Lisa sorri.

– Parecia que um caminhão de entregas da Barneys tinha explodido na Park Avenue. Os mendigos nunca se vestiram tão bem.

Rosé vira os olhos e olha para mim.

– Hormônios da gravidez. Eles podem causar oscilações de humor muito fortes. Costumo ficar um pouco… irritante... quando estou grávida.

Lisa sorri.

– Diferente dos outros momentos, né, quando você é tão legal?

Sabe quando alguns cachorros continuam comendo seus sapatos, não importa quantas vezes você já bateu neles com seu
jornal? Eles apenas não conseguem resistir?

Lisa é um desses cachorros.

Rosé deixa a irmãa atiçada, como um gato perturbando uma cobra.

– Sabe, Lisa, esperar um bebê? É como um passe-livre pra ficar fora da cadeia. Nenhum júri neste país iria me condenar por qualquer coisa.

Lisa se afasta devagar da irmã.

Mexo a cabeça para ela, depois pergunto para Rosé.

– Mudando de assunto, como está se sentindo?

Ela contrai os ombros.

– Cansada, na maior parte do tempo. E a parte de vomitar também não ajuda. A maioria das mulheres tem enjoo matinal, mas eu fico à noite, o que é uma droga.

.

Vômitos.

Cansada.

Mal-humorada.

Isso certamente soa familiar.

O quê? Por que está me olhando deste jeito?
Não, não, todo mundo sabe que o sintoma mais garantido de uma gravidez é a falta de menstruação. E a minha está para descer
daqui a… um… dois… quatro… Cinco…

Minha menstruação tinha que ter descido há cinco dias.

Meu.

Deus.

Do.

Céu.

(...)

Negação é uma habilidade que eu dominava na adolescência. Não pense nisso. Não fale disso. Engula isso. Engasgue com isso. Não chorei na noite em que meu pai faleceu. Nem quando o xerife Mitchell veio até a nossa casa para nos levar ao hospital, ou quando o médico nos contou que não conseguiram salvá-lo. Não derramei uma lágrima durante o velório ou o enterro.

Só me dando o trabalho de responder coisas do tipo:

Obrigada por ter vindo.

Sim, serei forte para minha mãe.

Você é tão gentil.

Oito dias depois que ele estava embaixo da terra, minha mãe estava trabalhando no restaurante no andar de baixo. Eu estava na cozinha, tentando abrir um pote de picles. Fui até o quarto dos meus pais e chamei meu pai para ajudar. Foi aí que me toquei, olhando para o quarto vazio. Ele não estava lá. Ele nunca mais estaria lá. Caí no chão e chorei igual a um bebê.

Em cima de um pote de picles.

Esse é o mesmo conjunto de habilidades que me permitiu passar o resto da noite na casa dos Manoban's. Sorrio. Converso. Abraço Mackenzie para me despedir. Lisa e eu voltamos para casa e fazemos amor.

E não conto para ela.

Você não grita fogo em um cinema a não ser que tenha certeza de que há chamas.
Já viu… E o Vento Levou? Minha heroína é Scarlett O’Hara.

Não posso pensar nisso agora. Pensarei amanhã”.

Portanto, este é meu plano. Pelo menos por enquanto.

Atraída 2 (JenLisa)Onde histórias criam vida. Descubra agora