Atraída 2 (JenLisa)

18 - Negociar o relacionamento

(Voltei hoje pq tô boazinha)

Ela está horrível. De um jeito deslumbrante e de ficar sem ar, de tão horrível.

Seus olhos estão injetados, seu rosto está pálido. Mas, apesar disso tudo, ela continua sendo a mulher mais linda que já vi.

Olhar para qualquer outro lado não é possível.

Lisa também está olhando. Seu olhar está inabalável, me absorvendo, irritada.

Ficamos paradas daquele jeito por um instante. Depois, ela vem na minha direção. Seus passos estão determinados e focados,
como se estivesse indo para uma reunião de negócios com sua carreira toda a perigo.

Ela para a apenas alguns passos de mim.
Mas parece muito mais distante. E tudo que planejei dizer para ela em Nova York, de repente, some da minha mente. Em vez disso, começo tranquilamente:

– Como você sabia que eu estava aqui?

– Fui primeiro para o restaurante, vi sua mãe na cozinha. Ela disse que não sabia onde você estava. Ela ficou me encarando
como se quisesse cortar meu pau e colocá-lo no Cardápio do Dia. Então, saí pela frente, aí encontrei com o Warren. Ele disse que
você provavelmente estaria aqui.

Claro que Billy sabia onde eu estava. Como ele também sabe que eu iria gostar que ele mandasse a Lisa até mim.

– Ele fez isso com seu rosto? – estou falando do vergão do tamanho de um punho na bochecha esquerda. Parece recente,
começando a ficar roxo.

Ela toca com cautela.

– Não, se não ele estaria morto. Foi Deloris. Ela estava com ele.

Nenhuma surpresa até então. Apesar de achar que ela não fez isso com vontade. Pois se a Dee Dee realmente quisesse machucar a Lisa, ela não teria perdido tempo com seu rosto, ela iria direto nas bolas.

– Lisa, o que você quer?

Ela deixa escapar uma risadinha, mas não tem nenhuma graça por trás disso.

– Esta é uma pergunta meio difícil – ela então desvia o olhar para o horizonte. – Não achei que você fosse deixar Nova York.

Levanto uma sobrancelha, questionando:

– Depois do seu showzinho? O que pensou que eu faria?

– Achei que iria me xingar, ou até me bater. Pensei que me escolheria, mesmo se fosse apenas para que ninguém mais pudesse me ter.

Ciúmes. A principal arma de Lisa. Ela usou isso quando pensou que eu queria ficar com Billy de novo, lembra?

– Bom, você estava errada.

Ela acena, sorrindo.

– Parece mesmo – seus olhos encontram os meus por um bom tempo. Sua sobrancelha enruga um pouquinho. – Você estava…
feliz… comigo, Jennie? Pois eu estava muito feliz. E achava que você também estava.

Não consigo segurar o sorrisinho que vem aos meus lábios. Pois me lembro.

– Sim, eu estava feliz.

– Então me fala por quê? Você me deve isso.

Minhas palavras saem devagar, com uma tristeza silenciosa sobrecarregando cada sílaba.

– Não planejei nada, Lisa. Você tem que saber que eu não queria que isso acontecesse. Mas aconteceu. As pessoas mudam. As coisas que queremos… mudam. E agora, eu e você queremos coisas bem diferentes.

Ela dá um passo para frente.

– Talvez não.

Estou tentando não imaginar a razão de ela estar aqui. Não quero criar esperanças. Porque a esperança, com certeza, paira, como um pedaço de madeira numa onda. Mas se for algo infundado? Bate nas pedras, te quebrando em mil partes.