Só queria avisar que, esse é nosso penúltimo capítulo galera.
Fico parada no meio do quarto durante alguns minutos, me lembrando. Alguns dos momentos mais lindos e românticos da
minha vida aconteceram aqui. Estaria mentindo se dissesse que não vou sentir falta disso. Mas tenho convicção de que esta mudança nos fará bem. De que, em algum momento, isso fará a diferença entre nos ruirmos sob o peso de nossa paixão e teimosia ou nos tornarmos um casal ainda
mais forte do que éramos.
Só queria que Lisa conseguisse enxergar isso também.
Com um suspiro, vou até o armário para pegar minha mala. Quando saí daqui uma semana atrás, levei comigo apenas uma
malinha, então ainda tem muita roupa para ser empacotada. Vejo a mala de couro bege grande na prateleira de cima.As prateleiras de closet realmente não foram projetadas para as baixinhas. Fico na ponta dos pés, tentando alcançar a alça. Penso em pegar uma cadeira no outro quarto, mas pulo para tentar pegar
antes. Ao dobrar os joelhos para tentar novamente, escuto Lisa vindo atrás de mim. Ela alcança sobre minha cabeça, e pega a mala facilmente, colocando-a no chão.Exibida.
– Você não devia esticar tanto seus braços sobre a cabeça. Não é bom para você… para o bebê – ela sai do closet e coloca a mala na cama.
– Como você sabe disso? – pergunto ao segui-la.
Ela encolhe os ombros.
– Quando Rosé ficou grávida, eu li bastante. Queria estar preparada caso ela entrasse em trabalho de parto durante alguma
reunião de família, ou se ficássemos presas juntas num táxi durante a hora do rush.
Ela abre o zíper da mala e acrescenta:
– Eu, com certeza, teria que arrancar meus olhos depois daquilo, mas teria valido a pena.
Sorrio.
Ela me pega nos ombros e me coloca sentada na ponta da cama.
– Apenas… coloque seus pés para cima. Relaxe.
Ela, então, vira para a cômoda e tira uma pilha das minhas camisetas da gaveta, colocando-as organizadamente na mala. Ela não olha para mim ao fazer isso.
– Está me ajudando a fazer as malas?
Ela acena firmemente.
– Sim.
– Mas você ainda não quer que eu mude?
– Não.
– E… você ainda acha que é uma ideia besta?
– Sim. Você não tem muitas ideias bestas, mas, mesmo se tivesse, esta seria a mais idiota de todas.
Ela pega outra pilha da gaveta, enquanto eu pergunto:
– Então por que está me ajudando?
Ela joga a pilha na mala e faz contato visual. Seu rosto diz tudo o que ela está sentindo: frustração, resignação… devoção.
– Nos últimos dois anos, disse uma dúzia de vezes que faria qualquer coisa por você – ela encolhe os ombros. – Este é o momento de eu entrar com tudo ou calar a minha boca.E é… é por isso que eu a amo. Acho que é por isso que você a ama também. Pois, apesar de seus defeitos e erros, Lisa é corajosa o bastante para me dar tudo o que tem. De colocar seu coração na mira e me
dar a faca. Ela faria coisas que odeia, apenas por ter pedido a ela. Ela iria contra seus instintos e bom senso, se fosse necessário para mim.
Ela me colocaria na frente de seu bem-estar, da sua felicidade. Levanto, coloco os braços em volta do seu pescoço e beijo seus lábios. Um pouco depois, meus pés saem do chão e sua mão está enterrada em meu cabelo. Sua boca captura meu gemido, ao me puxar para mais perto. Eu a afasto e digo:
– Você é maravilhosa.
Ela me dá um sorriso fraco:
– É o que dizem.
Sorrio.
– E eu te amo.
Ela me coloca no chão, mas continua com os braços na minha cintura.– Que bom. Então, você vai me deixar colocar três cadeados no apartamento em que decidir morar. E uma corrente. E uma
fechadura. Segurança nunca é demais.
Abro um sorriso grande.
– Ok.
Lisa lentamente se aproxima, me levando para mais perto da cama.
– E você não vai reclamar quando eu instalar um sistema de segurança.
– Nem sonharia em fazer isso.
Damos outro passo juntas, como se estivéssemos dançando.
– Estou pensando em comprar pra você um daqueles colares que dizem “eu caí e não consigo levantar” também.
Meus olhos se apertam ao fingir que estou pensando sobre essa ideia.
– Podemos conversar sobre isso.
– E…você terá que me deixar te levar pra casa depois do trabalho toda noite.
– Sim.
A parte de trás das minhas pernas encosta na cama.
– Vou com você a todas as consultas médicas.
– Em nenhum momento achei que você não faria isso.
Lisa segura meu rosto em suas mãos.
– E, um dia, vou te pedir em casamento. E você saberá que não é porque está grávida ou por alguma tentativa desesperada para te ter.
Lágrimas escorrem dos meus olhos ao nos olharmos.
Com uma voz rouca, ela continua:
– Você saberá que estou te pedindo porque nada me deixaria mais orgulhosa do que poder dizer: “Esta é minha esposa, Jennie”. E, quando eu te pedir, você responderá que sim.
Ao acenar, uma lágrima se arrasta pela minha bochecha. Lisa a seca com o polegar enquanto eu prometo:
– É claro que sim.
Aí ela me beija, com toda a paixão e desejo que ela conteve durante os últimos dois dias. Lisa faz carinho na minha cabeça ao
cairmos na cama, juntas. Em seguida, me arqueio e, ao me esfregar nela em um lugar que já está duro e preparado, sinto um calor passar do estômago até as coxas.
Encostando seus cotovelos na cama sobre meus ombros, Lisa levanta a cabeça e ofega:
– Então… estamos fazendo sexo de reconciliação… ou de término? Porque tenho ideias fantásticas para os dois.
Abro minhas pernas, aninhando a Lisa entre elas:
– É lógico que é sexo de reconciliação, talvez seja um pouquinho de término. Mas é muito mais sexo de último dia no apartamento. É muita coisa para se fazer, então acho que vai demorar um bom, bom
tempo.
Lisa sorri. Ela dá aquele sorriso encantador, um dos meus favoritos, que aparece apenas em ocasiões especiais.
– Adoro como você pensa.
E não saímos da cama pelo resto do dia.

VOCÊ ESTÁ LENDO
Atraída 2 (JenLisa)
FanfictionÀs vezes, apaixonar-se pode se tornar algo um pouco... Enroscado. Jennie Kim era o tipo de pessoa planejada e cautelosa. Até conhecer Lalisa Manoban, sua namorada persistente e segura de si. Juntas, elas formam um casal que se joga no trabalho sem d...