Estou pálida, enquanto seguro o volante bem forte.
Jennie está no banco de passageiros, sentada em uma toalha, aplicando todas aquelas técnicas de respirações que aqueles porcarias de instrutores hippies de Lamaze nos ensinaram.
Em seguida, no segundo gemido, ela grita:
– Ah não!
Quase bato o carro num maldito orelhão.
– O quê! Qual o problema?
– Esqueci dos pirulitos de maçã verde!
– Do quê?
Ela fala agitada, cheia de decepção.
– Os pirulitos de maçã verde. Rosé disse que eles eram a única coisa que saciava sua sede quando ela estava no trabalho de
parto da Mackenzie. Ia comprar alguns esta tarde, mas esqueci. Podemos parar em algum lugar para comprar?Tudo bem. Parece que o bom senso da Jennie deu tchau, então sou eu quem terá que ser a voz da razão. O que é um pouco assustador, considerando que estou presa por um fio aqui.
– Não, não podemos parar em porra alguma para comprar alguns! Está louca?
Os olhos castanhos da Jennie imediatamente ficam cheios de lágrimas. E me sinto a mais idiota do mundo.
– Por favor, Lis? Só quero que tudo seja perfeito… e se eu quiser um pirulito durante o parto, e aí você sai para comprar um e aí tenho o bebê enquanto você estiver fora? Você vai perder tudo – lágrimas escorrem por suas bochechas como dois riozinhos. – Não conseguiria suportar se você perdesse.
Tive vontade de responder: e se você parir essa criança no meio do trânsito por causa da porra do pirulito?
Por favor, tomara que não seja uma menina. Pelo amor de Deus, não deixe ser uma garota. Durante todo este tempo, estive rezando por um bebê saudável sem especificar um sexo.
Até agora.
Porque se eu tiver uma filha e as lágrimas dela me dominarem igual às da Jennie? Estarei totalmente ferrada.
– Ok. Tudo bem, amor. Não chore, vou passar em algum lugar.
Ela funga e sorri, e as lágrimas param no mesmo instante.
Psicopata.
– Obrigada.
Viro o volante para a direita, fazendo uma curva ilegal, e estaciono o carro no meio-fio em frente a uma loja de conveniência.
Depois, mais rápido que um pit stop na Fórmula Indy, volto para a avenida, com os cobiçados pirulitos de maçã verde se mexendo no banco de trás.Jennie volta a fazer sua respiração.
Até que ela para.
– Será que as enfermeiras vão saber que a gente fez sexo?
Olho explicitamente para sua barriga.
– A menos que você planeje declarar uma gestação imaculada, acho que elas imaginarão que sim.
Depois, aperto a buzina e grito pra fora do carro:
– O acelerador é do lado direito, vovozinha!
– Não, você acha que elas vão saber que fizemos sexo esta noite?
Jennie é engraçada com relação a isso. Tímida. Até mesmo comigo, às vezes.
– É uma maternidade, não o povo da perícia. Eles não vão entrar lá embaixo com uma luz preta procurando esperma.
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Atraída 2 (JenLisa)
FanfictionÀs vezes, apaixonar-se pode se tornar algo um pouco... Enroscado. Jennie Kim era o tipo de pessoa planejada e cautelosa. Até conhecer Lalisa Manoban, sua namorada persistente e segura de si. Juntas, elas formam um casal que se joga no trabalho sem d...