Não sei por quanto tempo ficamos nesta posição, no chão, em silêncio, nos agarrando, mas quando levantamos, o sol já está mais baixo no céu, começando a descer para anoitecer. Lisa me convence a deixar meu carro aqui, voltamos para buscá-lo depois. Ela está preocupada que eu esteja muito cansada, muito emocionada para dirigir com segurança. Pela primeira vez, não discuto com ela.
Ao seguirmos de volta para o restaurante, ela fica com uma mão no volante e a outra em mim: na minha coxa, no meu ombro ou,
suavemente, entrelaçada com a minha. E é confortante. Maravilhoso. Esperei por este momento, quis isso mais do que qualquer outra coisa no mundo. Tê-la aqui, comigo, me amando, depois de ter pensado,
sinceramente, que nunca mais ficaríamos assim de novo. É como um filme. O reencontro. A reconciliação. O final feliz.
O único problema é que, na vida real, não tem nenhum tema musical que toca depois. Não há créditos. Na vida real, você tem
que lidar com o que acontece depois do reencontro. Os efeitos das coisas que foram ditas, as consequências do que você fez, que quase destruiu tudo.Que poderia ainda destruir.
É por isso que assistimos a este tipo de filme, porque na vida real as coisas nunca são tão fáceis.
Paramos no estacionamento do restaurante e andamos até a porta dos fundos para entrar na cozinha, de mãos dadas. Como duas adolescentes que ficaram juntas a noite toda, passando da hora, deixando todos que se importam com eles mortos de preocupação.
Minha mãe está parada no balcão, cortando furiosamente cenouras cruas com uma faca pontuda. É fácil de perceber que ela está cortando a cenoura imaginando ser outra coisa. George está sentado na mesinha ao lado de Billy. Dee Dee está na frente dele,
com o telefone no ouvido. Quando ela nos vê, diz baixo:– Elas estão aqui. Te ligo depois – e termina a ligação.
Minha mãe levanta a cabeça repentinamente. Ela bate a faca e se
vira para nos ver. Em seguida, presta atenção em nossas mãos dadas e olha para Lisa.– Você é muito cara de pau para vir aqui de novo.
Lisa respira resignada e tenta responder:
– Carol…
Minha mãe a interrompe bruscamente.
– Não quero saber de nada! Você não falará nada! – ela aponta para mim – Sei que minha filha é uma mulher crescida, mas para mim? Ela continua sendo meu bebê. Meu único bebê. É imperdoável o que você a fez passar.Ela tenta novamente.
– Eu entendo…
– Disse que você não falará nada! Nada que você disser para mim tornará isso melhor.
– Jennie e eu…
– Cale a boca! Quando penso em como ela estava quando chegou aqui… O que te faz pensar que pode voltar para a vida dela,
depois do que disse para ela? Depois do que fez?Lisa fica quieta.
Minha mãe grita:
– Bom, não fique apenas parada aí! Me responda!
Acho que agora ela quer que Lisa fale algo.
Sempre achei minha mãe muito calma no meio de alguma confusão. Racional. Aquela imagem sumiu de vez. Lisa abre a boca, mas nada sai. Em vez disso, ela vira os olhos perplexos para mim. E vou ao seu resgate.
– Mãe, foi um erro terrível. Lisa não sabia sobre o bebê.
– Você disse que tinha contado para ela sobre o bebê, e que ela reagiu contratando uma prostituta barata!
E Lisa, a idiota de sempre, pensa que é
uma boa ideia mencionar:– Ela não foi barata, pode ter certeza.

VOCÊ ESTÁ LENDO
Atraída 2 (JenLisa)
FanfictionÀs vezes, apaixonar-se pode se tornar algo um pouco... Enroscado. Jennie Kim era o tipo de pessoa planejada e cautelosa. Até conhecer Lalisa Manoban, sua namorada persistente e segura de si. Juntas, elas formam um casal que se joga no trabalho sem d...