Capítulo 20

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  Já se faz três noites que tento ficar acordada ate tarde, para conversar com meu irmão sobre o que esta havendo e sobre a apresentação.

Estou ficando doida! Desde que vim pra cá, tudo na minha vida esta de ponta cabeça.

Primeiro: Maxon. Segundo: racha. Terceiro: um estrupador que quase me estrupou. Quarto: presenciei uma morte. Quinto: Aspen. Sexto: valvopatia do meu pai. Sétimo: meu primeiro beijo em Nova York. Oitavo: a morte do meu pai. Nono: a carta e as perguntas que ficaram em minha mente, e que ainda estão. Décimo: muitas pessoas que eu não conhecia, no funeral de Shalom. E por último, Aspen com atadura na cabeça. Tudo isso rodava a minha mente, fazendo com que eu não dormisse direito e fazendo com que eu ficasse algumas horas à mais com Silvia.

Quinta feira. Acordei com a minha barriga pedindo por comida, não pude evitar de lembrar da torta de morango da Jessica. Calcei meu chinelo e sai do quarto.

- ... Deixem a America fora disso! - ouvi Kota berrar com alguém. Aproximei de seu quarto e fiquei atrás da porta, pra ouvir e ver se eu conseguiria algo - ... Vocês, Sulistas é que estão devendo dinheiro e as coisas para nós, Nortistas!... Como eu sei!? Sei de muitas coisas agora!... Se vocês encostarem um dedo na minha irmã ou na minha família, podem crer que vocês estaram ferrados! Entenderam? Ferrados! - ouvi passos, me apressei em sair dali e corri para o meu quarto, encostando a porta de vagar e deitando na cama.

Sulistas e Nortistas. O que são esses dois? E o que esses tals de Sulistas querem? E que dinheiro e coisas eles estão devendo para os Nortistas? "Nós, Nortistas" essa palavra ficou na minha mente, meu irmão é um desses? Oh céus! Mais problemas pra minha vida.

Horas depois, eu acordei e comecei a minha rotina. Levantei, me vesti, comi, fui a faculdade e fiquei com a Silvia por umas duas horas a mais, já que a apresentação será daqui dois dias.

Na Lena's Cake estava tudo normal, Aspen veio só terça, e aproveitei e já o convidei para apresentação que terá Sábado. Na verdade eu convidei todos que eu conhecia, e isso inclui o pequeno Logan! Eu sei, pareço uma criança pedindo para os pais ir na apresentação de teatro. Como na quinta feira, não tem muito movimento na confeitaria, Lena nos dispensou umas duas horas mais cedi.

Anne, Mary e eu, fomos no shopping que havia ali perto. Ficamos entrando nas lojas, só para provar as roupas e deixar as vendedoras furiosas! De acordo com a Mary, isso era para eu esquecer dos problemas da minha vida.

- O que você tem com o filho da patroa? - Mary perguntou do nada, quando estávamos sentadas na praça de alimentação, comendo os nossos lanches.

- Mary! - Anne a repreendeu - Isso não é coisa de se perguntar!

- Desculpa - Anne falou erguendo as maos em um sinal de rendição - Mas eu aposto, que você també.m esta doidinha pra saber - vi Anne a fuzilar com os olhos e comecei a rir descaradamente das duas

- Tu-tudo be-bem - tentei dizer entre as minhas risadas - Eu não tenho nada com ele e... - as duas me interromperam chocadas.

- COMO ASSIM, VOCÊ NÃO TEM NADA COM O FILHO DA PATROA!? - berraram, fazendo com que algumas pessoas nos olhassem.

- Mais baixo. - pedi - Somos só amigos. - pelo menos é o que eu acho.

- Anne acorda! - Mary deu um tapinha na cabeça da sua irmã - Estamos esquecendo, que ela já esta de rolo com o dono da Lamborghini!

- O que!? - quase cuspi o suco na cara delas - Não! Ele também é só um amigo!

- Aham, me engana que eu gosto! - Mary desconfiou - Você até respondeu rápido de mais!

O que dizer sobre a Mary? Bem, ela ainda esta no colegial, então é normal ela agir assim. E a companhia dela, me alegra bastante! Mary, até me faz lembrar da May... Ah, May! Como eu sinto a sua falta... Mary será uma May temporária pra mim.

- Vamos mudar de assunto - Anne pediu - O que você vai vestir na sua apresentação?

- Eu?

- Não, sua tia - Mary falou irônica, fazendo eu e Anne revirar os olhos.

- Eu não sei, pedi para uma amiga escolher - menti. Eu não sabia o que vestir, e senti que me ferraria em escolher a roupa...

Saímos do shopping por volta das onze da noite. Me despedi delas e fiquei observando a rua por uns instante. Estava tao destruída observando uma menina com seu pais que me assustei com o meu celular tocando.

- Aonde você esta!? - ele perguntou sem dizer um simples "oi".

- Oi pra você também.

- Desculpa. Oi, agora, aonde você esta?

- Estou na frente do shopping que fica próximo a confeitaria.

- Não sai dai - ordenou - Chego em cinco minutos.

Então, em exatamente cinco minutos,Maxon apareceu na minha frente. Adentrei no carro e ele deu partida no mesmo.

De repente, do nada, as palavras Sulistas e Nortistas e vieram átona. No que meu irmão esta se metendo?

- Tudo bem, minha querida?

- Você sabe de alguma coisa sobre os Nortistas e Sulistas?! - dito isso, Maxon freou bruscamente, fazendo com que os carros de trás buzinassem e xingassem o próprio - Eu já te disse pra você não frear o carro desse jeito!

- Você quer mesmo saber sobre os Sulistas e Nortistas? - perguntou me encarando.

- Claro! - respondi sem pensar duas vezes.

- Vou te contar depois da sua apresentação - Respondeu ligando o carro.

- Como!? Por que só depois? E você vai mesmo me ver tocar? - não pude deixar de sorrir.

- Claro! Você vai tocar o que mesmo?

- Violino - sorri mais ainda e espero que ele não tenha visto.

- Estou pensando seriamente em comprar um violino pra você poder tocar para mim.

- Eu tenho um violino em casa, mas... - baixei meu olhar - Não toco ele desde que cheguei aqui.

- Vou fazer você tocar ele - sorriu de canto.

- Como? - quis saber.

- Fazendo!

Durante o caminho pra casa, ficamos trocando olhares algumas vezes, fazendo com que os dois sorrissem discretamente. Chegando em frente de casa, dei boa noite e um beijo na bochecha dele.

Antes de entrar em casa mandei uma mensagem pra Marlee.

"Oi, você pode comprar alguma roupa pra mim poder usar na apresentação? Depois eu pago você".

Enviei a mensagem que logo foi respondida.

"Claro! Não precisa amor! Sei que o seu aniversário esta chegando, então o considere como meu presente".

Sorri ao ler. E a verdade é que eu já estava esquecendo do meu aniversário. Também, com tanta coisa na cabeça iria mesmo lembrar.

"Obrigada, boa noite".

Entrei em casa sorrindo, mas logo esse sorriso foi embora, quando eu vi a sala toda revirada. Eu não vou limpar! Não mesmo! Kota que se vire em arrumar a bagunça dele!

New Life | 1° Livro [Reescrevendo]Onde histórias criam vida. Descubra agora