Capítulo 36

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Já se fazia umas duas ou três horas que estou sem saber das coisas. Já conversei com os jovens daqui, que são muito legais, já procurei pelo meu irmão em busca de novidades e nada.

Desde a minha última conversa com Maxon, nós não trocamos uma só palavras e olhar. A coisa ficou bem séria entre nós.

Avistei o Alex vindo em minha direção com um notebook em suas mãos. Ele sentou ao meu lado e virou a tela pra mim.

- É ela? - vi a foto da mulher asiática.

- Sim.

- Encontrei! - ele berrou, Kota e até o Maxon, veio correndo em nossa direção - O nome dela é Natalie, 22 anos, asiática, tem 1,68 de altura e atualmente trabalha com tudo. O suposto homem, creio que é esse - ele clicou numa imagem, onde apareceu um homem de cabelos negros e olhos castanhos - Ele se chama Will, mesma idade dela, americano, 1,86 de altura e é parceiro dela de trabalho. Ambos são amigos desde o jardim de infância.

- Então eles não fazem parte dos sulistas? - pergunto.

- Não. Mas acho que Natalie tem alguma ligação com os sulistas. Bem, é tudo que consegui até agora.

- Tudo bem, obrigado Alex - agradeceu meu irmão.

- Mamãe sabe? - pergunto.

- O que? Sobre o seu desaparecimento? - assenti - Não, disse a ela que você está na casa da sua amiga.

- Doido! - o soquei - Ela pode ligar pra Marlee!

- Fica tranquilo, liguei para Cárter avisar ela para falar qualquer merda.

- Cárter também faz parte do nortistas?

- Aham, mas ele fica mais com o Maxon nas rachas.

- Entendi.

Eu não sei a quanto tempo estou fora de casa é muito menos a hora. Estou me sentindo como uma agente com essas roupas e tanta tecnologia ao meu redor

- America!

Essa voz... Meu Deus! Quem mais que eu conheço que é nortista?

- Silvia! - digo surpresa.

- Pensou que iria escapar de mim tão cedo?

- Na verdade... Não - rimos.

- Que bom, agora vamos partir para o treino.

Bem, acho que ela não é uma nortista. Se fosse, ela teria falado algo do tipo: "Graças a Deus!" Ou "está tudo bem?" Né? Ah, sei lá!

- Silvia? Posso fazer uma pergunta?

- Quer saber se eu sou nortista? - assenti posicionando o violino que ela trouxe - Bem, na verdade não. Eu apenas ajudo os jovens daqui que não tem condição de ter uma boa educação.

- Entendi. É muito bonito essa sua obra - sorri gentilmente.

- Também acho. Mas agora, vamos treinar! Porque as pessoas que estão organizando o concerto, mudaram a data para daqui três semanas! - fiz cara de espanto - Pois é! A Tóquio ofereceu não sei o que pra eles e parece que quem for o melhor, irá para o Japão para tocar em em Tóquio!

Logo de início, me animei. Ir para o Japão e escapar de todo esse problema... É claro que não pensei em outra coisa. Passei horas ali, treinando.

- America, respire! Você está muito estressada! Tente relaxar!

- Tudo bem.

Respirei fundo e voltei a treinar. Cada minuto que eu passava ali com o violino, eu agradecia, porque ali, com a música eu esquecia das coisas ao meu redor.

A aula acabou e fui liberada. Como eu não comi direito nas... Não sei quantas horas, estou com uma Georgia me perseguindo com uma bandeja de comida pra lá e pra cá. Comi minha comida e fui de encontro com o meu irmã.

- Vamos pra casa? Se não a dona Magda vai ter um treco. - disse Kota ao me abraçar.

- Claro! Estou com saudades de casa e da minha cama.

Caminhamos junto até uma espécie de elevador. Esse lugar dos nortistas é bem atualizado. Em todos os lugar que entro, sempre tem algo.

Quando saí do elevador, saímos de um banheiro público no meio da mata.

- Santo Deus! Que lugar mais complicado que já andei! - disse e acabei tropeçando numa pedra.

- Eu sei. Eu até nomeei esse elevador de "Elevanheiro". Uma mistura de banheiro e elevador. - rimos.

tinha esquecido que Kota tem um Audi. Sento-me no banco do carona como sempre e seguimos a estrada. Ó céus está totalmente escuro, olho para o relógio do carro e o mesmo marca "Quinta; 01:00 da madrugada".

- Já é quinta!?

- Sim, você ficou um dia praticamente fora e passamos um dia inteiro conseguindo algo. Por má sorte, não era o sucedidas que acharam, e sim, um aparelho qualquer com o seu chip. O quebramos, vai que tinha um rastreador.

A luz azul do painel do carro, deixava o lugar com cara de que estamos viajando para algum lugar longe. Fico com a cabeça encostada no  vidro olhando as estrelas.

Finalmente indo pra casa...

Como em todas as viagens, acabo dormindo. Acordo um pouco antes de chegarmos em casa.

Todas as luzes apagava-se apenas a da sala acesa. Kota disse, que a nossa mãe deixa a luz acesa por causa de Gerad que assistiu Annabele.

Kota estacionou o carro na garagem e adentramos dentro de casa, dando de cara com a nossa mãe assistindo TV.

- America? Achei que você não ia sair da casa da sua amiga! - disse ela, dando uns tapas em minha bunda.

- Mas ela não ia! - disse meu irmão - Tive que buscá-la.

- As três da manhã?

- Não! - me apressei em dizer - Ele foi me buscar as onze, mas como sempre, meu estômago roncou e acabamos que paramos em uma lanchonete e ficamos conversando.

- Tudo bem. Vão se deitar que já está tarde.

Assentimos e subimos a escada. Dei boa noite pra Kota e entrei em meu quarto. Tirei a botinha e me enfiei debaixo das cobertas.

- Acordada? - Kota pergunta, sem bater na porta.

- Ainda sim. O que foi? - digo, dando espaço para ele sentar.

- Vim entregar isso.

Senti meu coração se apertar, me sufocando por dentro. Uma lágrima solitária escorreu pelo meu rosto. Encarei aquele bracelete por um tempo e fiquei na dúvida se eu pegava ou não. Por fim, acabo pegando.

- Maxon achou junto com o celular e me pediu para entregar à você.

- Tudo bem, obrigada.

Kota apenas sorrir, beijou o topo da minha cabeça e saiu.

Deixei toda lágrima escorrer e apertei aquele bracelete. Ah Maxon, por que faz isso comigo? Por que você conseguiu me deixar nesse estado? Você não podia simplesmente sair da minha cabeça? Ou melhor ainda, do meu coração.

- Eu te odeio tanto, mas ao mesmo tempo não consigo de deixar de te amar.

New Life | 1° Livro [Reescrevendo]Onde histórias criam vida. Descubra agora