II Capítulo • 2° Temporada

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2 meses antes
-Peter... -comecei- Você me disse que Sombra representava o espírito da ilha que não era imortal. Salvamos a ilha, somos todos imortais agora. Sombra deveria ter sido destruída.
-É uma longa história Selina.
-Temos tempo de sobra agora. Fale.
- Você talvez vá querer se sentar -ele suspirou, se sentou na cadeira e eu na cama- Sombra não pode morrer. Ela é o espírito da ilha, tanto imortal quando mortal. Quando a ilha foi criada, e meu filho foi embora, um acordo foi formado sem que eu soubesse entre mim e Sombra.
-O que quer dizer?
-Pense bem Selina, cada ser humano tem sua sombra, certo? Mas algumas pessoas pensam que sua sombra é uma representação da sua alma quieta, esperando seu dono morrer para poder acordar e se libertar.
-Caçadores de Sombras não acreditam muito em almas, eles são incinerados quando mortos e sua aura de anjo serve de fonte de poder para os Irmãos do Silêncio. Mas entendo o que quer dizer, continue.
-Eu tinha minha própria sombra, mas quando cheguei a ilha e me tornei o que sou agora, Peter Pan, um acordo foi feito sem minha opinião. Quando me tornei Peter Pan, Sombra se tornou minha sombra.
-Ela é sua sombra? Mas... Ela é sua alma?
-Não exatamente...
-Como assim?
-Sou um ser humano, e assim como todos, nasci com uma alma. Quando vim para cá, o acordo que eu nem sabia que existia tomou minha alma, minha sombra.
-Então Sombra passou a ser a sua sombra.
-É meio confuso de explicar mas... É. É basicamente isso.
-Mas se Sombra... Se tornou sua sombra... Sombra é sua alma?
-Não. Sombra tomou minha alma e não a substituiu. Ela já tinha uma função no mundo, ser o espírito de Neverland. Lembra quando disse que paguei um alto preço para ser imortal?
-Sim.
-Eu paguei dois preços. Meu filho e minha alma foram tomados de mim. Eu não tenho alma Selina."

P.O.V Selina
Fiz o curativo em Max e logo ele se foi, entrei na cabana onde Peter estava guardando algo em seu "cofre" atrás da estante. Assim que notou que estava lá dentro, fechou o cofre e por um segundo vi o código. 23, 07 e alguma coisa.

-Você tem que começar a bater na porta -Peter disse olhando para mim.
-Eu moro aqui, não preciso bater para entrar na minha própria casa -ele pegou alguns livros da mesa, os fechou e guardou na estante- O que está tramando Peter?
-Não estou tramando nada.
-Peter... -ele me olhou nos olhos.

Ele indicou que para que eu sentasse na cama, ele ficou apoiado na estante.

-Não aguento mais ver você escondendo coisas de mim -disse.
-É para seu próprio bem.
-Então você não nega. Só por favor me diga que isso não envolve aquela adaga estúpida!

Ele bufou e ficou encarando o chão. Envolvia a adaga, e Rumpelstiltskin.

-Eu devia saber... Devia -disse- Você tem me evitado esses dois meses, se enfurnado aqui dentro e na Ilha da Caveira. O que você está aprontando Peter?

Ele bufou novamente e me olhou.

-Há uma possibilidade de eu ter encontrado o meu filho -ele disse.

Continuava confusa.

-Era isso que estava escondendo de mim? -perguntei.
-Não só isso... Mas... -soltou o ar pesadamente- A adaga é dele.
-Rumpelstiltskin. Ele é seu filho?
-Sim. Eu o encontrei, acho.
-Como assim "acho"?

Uma pequena explosão ecoou por toda a ilha novamente, mas algo estava diferente. Peter pareceu desesperado desta vez.

-Sombra passou pelo portal novamente, não foi? -perguntei.
-Mandei Sombra para a Ilha da Caveira, pesquisar uma coisa.
-Então quem saiu da ilha? -perguntei me levantando.
-Ninguém saiu -ele me olhou preocupado- Alguém entrou.

P.O.V Hook
-Mas capitão, o que há em Pan que o assusta tanto? -um de meus marinheiros perguntou.

Virei para ele e coloquei o gancho em sua gargante, ele começou a tremer.

Welcome to Neverland   •em revisão•Onde histórias criam vida. Descubra agora