XX Capítulo - 2° Temporada

886 70 27
                                    

O mundo ficou parado por um tempo que pareceu mil anos. Jack ficou branco. O sangue não parava de escorrer de seu peito. Ele caiu de joelhos e eu berrei seu nome. O guarda atrás dele virou de costas e saiu andando no meio da noite. Os meninos deixaram suas armas caírem e se ajoelharam no chão, com as cabeças baixas. Eu corri até Jack e o peguei antes que caísse no chão, o coloquei deitado em meu colo.

-Jack... Jack... Isso vai doer -retirei a espada de seu peito por trás e ele gemeu de dor.
-Sel... -ele olhava para o céu, com uma expressão de horror no rosto.
-Jack! Por favor, fica comigo! Meninos! -olhei para eles, mas todos continuavam parados, ajoelhados- Alguém! Peguem algo! Façam algo!
-Eles não... Não vão... Se mexer...
-Porque?! -meu rosto estava manchado de lágrimas que não paravam de cair.
-Peter... -ele estava tossindo sangue- Nos ensinou que... É inevitável que... Alguém não... Morra em uma batalha... E que nós temos que... Aprender a viver com... Isso...
-Mas isso não é certo! -berrei- Eu não sei como te salvar, eu não sei como te salvar, eu não sei como te salvar...
-Não... Precisa... -ele sorriu, o sangue não parava de escorrer de seu peito- Me sinto tão... Livre...

Ele sorriu uma última vez e morreu.

P.O.V Narrador
Os meninos continuavam ajoelhados enquanto o corpo de Jack permanecia no chão, sem vida. O céu estrelado fornecia a luz suficiente para ver os lindos olhos prateados do garoto. Selina havia deixado o local a muito tempo, buscando vingança. Quando encontrou o guarda que procurava, não teve piedade do homem. Lançou um raio que fez com que ele gritasse de dor, uma dor alucinante. O fogo que queimava em Selina queimava mais e mais forte conforme ela usava sua nova habilidade. O pobre homem ficou no chão, sem poder se mover.

-Eu tenho um recado para vossa majestade, e é melhor que ela receba.
-Por favor... Por favor... -implorou o guarda- Eu tenho família, uma filha de dois anos... Eu só obedeci ordens...
-Sabe ao menos qual era o nome dele?
-Por favor senhora... Por favor...
-O nome dele era Jack!! -Selina berrou e entou jogou uma bola de fogo enorme no guarda.

A bola de fogo queimou suas roupas, ficando apernas com parte de suas calças e sem camisa.

-Ah! -o homem berrou de dor, pois havia queimaduras em seu corpo- Por favor pare!
-Oh, eu vou parar -ela se ajoelhou ao lado do homem- Assim que você sentir o que ele sentiu.

E com esta frase, uma espada surgiu na mão da garota. Segundos depois, qualquer pessoa que estivesse por perto, ouviria os gritos agonizantes de dor do guarda.

P.O.V Regina
-Crocodilo! -berrei quando já me encontrava em sua sala de estar.
-Hi hi hi, olá minha cara. Acho que deixei bem claro que cada um cumpriu sua parte no plano. Já pode ir embora -ele fez um gesto com as mãos- Anda, vai, vai -ele deu aquele sorrisinho irritante.
-Não me trate como um animal!
-Então não me chame de um, minha cara.
-Argh... -respirei fundo- Vim falar sobre a garota, ela é mais poderosa do que pensávamos.
-Na verdade, minha cara, ela é mais forte do que você pensava -disse dando enfase no "você".
-O que quer dizer com isso?
-Simples, eu amentei os poderes dela -fiz uma expressão confusa- Faz tudo parte do plano! Veja, minha cara, fizemos um acordo em que assim que eu conseguisse o que queria, a garota seria sua para desfrutas dos poderes dela como bem quisesse. Mas olhe bem, eu menti! ha ha ha.
-Seu monstro sangue frio... -formei uma bola de fogo nas mãos mas ele rapidamente a apagou. Bufei e continuei- Porque raios fez isso? Ela é mais poderosa que eu, temo dizer que ela é mais poderosa que você.
-É tudo questão de tempo minha cara. Preste atenção. Mandei uma velha amiga destruir Neverland com um veneno poderoso que não tem cura, mas os espertinhos congelaram a ilha. Assim o veneno não irá se propagar, ou seja, preciso de outra maneira de destruir a fonte de poder do meu pai. Mas há um poderoso feitiço protegendo a ilha, então não posso entrar lá. Nem pelo Antigo Portal, pois o mesmo foi destruido recentemente. Então preciso destruir a ilha com um poder enorme, mas Neverland só pode ser destruída pela mesma magia que criou, netes caso, meu pai e Selina. A magia de meu pai é poderosa, mas não o suficiente. Então aumentei os poderes de Selina para que a mesma os usasse e quando ela menos perceber, tomarei seus poderes novos e enfim destruirei Neverland. A magia que antes alimentava meu pai irá acabar e ele vai apodrecer pedaço por pedaço, até virar pó -ele deu uma risadinha- Brilhante! Não acha?

Fiquei quieta por muito tempo, analisando cada parte de seu plano.

-Você o odeia tanto assim? -perguntei.
-Oh sim, eu o odeio mais que tudo -ele abriu o armário dele para guardar uma luva.
-E no entanto você ainda o chama de pai -ele congelou.

P.O.V Rumple
-O que disse? -perguntei.
-Você ainda o chama de pai. Não pode negar Rumple, por mais que o odeie ele ainda é seu pai. O que estou para fazer com meu pai... No feitiço... Eu jamais me perdoarei por isso, me arrependerei cada dia. E tenho certeza de que você irá fazer o mesmo com o seu.
-Não ouse dizer que eu ainda amo aquele...
-Não disse -me interrompeu- que ainda o amava. Disse que vai se arrepender. Se bem me lembro da discussão de vocês aquele dia, ele estava pedindo desculpas. E mesmo assim você o prendeu.

"Estava sentado na poltrona, esperando por Pan. E quando ele surgiu, por mais estranho que tenha sido, ele sorriu.

-Rumple... -ele riu e quase chorou- Há quanto tempo.
-Olá, pai.
-Nossa... Nunca pensei que ouviria você dizer isso de novo -uma lágrima escorreu de seu rosto.
-Porque está chorando?
-Porque eu sonhei com este dia cada segundo desde que o deixei, e não sabe como me arrependo.
-E, no entanto, mandou seu companheiro roubar este objeto que suga a magia de qualquer um que está segurando agora.
-Rumple, é só por precaução. Quando soube que você, meu filho, se tornou o Senhor das Trevas... Não pude sentir nada além de orgulho. Você conquistou muito para estar aqui, parabéns Rumple.

O sorriso sumiu de meu rosto.

-Apenas peguei a caixa por precaução, tive medo de que você resolvesse me atacar antes de poder explicar tudo. Eu nunca o machucaria filho, sabe disso.

Fiquei em silêncio.

-Filho... Sabe que eu nunca o machucaria, certo? -ele deu um passo e foi ai que Regina andou para ficar do meu lado- Regina?! Mas o que...
-Simples, papai -falei praticamente cuspindo as palavras com ódio- Eu sofri por anos e anos. Enquanto você imaginava nosso reencontro, eu imaginava sua morte.

Ele pareceu chocado e recuou.

-Eu sinto muito Rumple! E sabe disso!
-Não, e não sei! -berrei e me levantei da cadeira- Você me largou com aquelas confeiteiras idiotas enquanto você brincava de ser a criança feliz que eu nunca consegui ser!
-Sinto muito Rumple... Mas eu... Não... -ele parecia realmente chocado- Não posso deixar que me mate.

Ele abriu a caixa e o imprevisto aconteceu. A caixa sugou os poderes de Pan, não os meus. Ele gritou de dor. Linhas verdes, que representavam seus poderes, saíram de seu peito e foram para a caixa. Ele se ajoelhou e continuou gritando. Quando seus poderes estavam na caixa, a mesma se fechou e Pan caiu no chão, desacordado. Regina pegou a caixa e sumiu, mas ela era o menor dos meus problemas.

-Agora papai, é a minha vez de brincar! Hi hi hi hi!"

-Você não entende -disse- Ele é um monstro.
-Não Rumple. O único monstro aqui é você.
-Não se atreva sua cadela imunda!

Virei e joguei uma faca nela, mas a mesma sumiu em uma névoa e a faca caiu do outro lado. Vadia... Ela não entende nada! Me deixar com aquelas confeiteiras não foi a única coisa que ele me fez, ele deixou um legado que me afetou a vida toda. E agora, é hora de mudar este legado, mudar minha vida. Não importa o que tenha que fazer, o plano vai dar certo.

-Vejo que sua companheira se preocupa com você -ouvi uma voz feminina atrás de mim.
-Emma.

Welcome to Neverland   •em revisão•Onde histórias criam vida. Descubra agora