Welcome to Neverland •em revisão•

XVIII Capítulo

O que Pan fez com você? Meu Deus...

-Selina, relaxa... Okay? -disse colocando minhas mãos em seus ombros- Sua mãe está viva e está na ilha. Pan mexeu com sua memória, lembre-se.
-Jack, por favor pare. Isso... Dói.
-Cadair Idris.

Silêncio. Selina pareceu espantada com essas duas palavras.

-Como você...?
-Sua mãe mandou eu te dizer isso. Ela disse que você entenderia.
-Eu... É um código. Cadair Idris é um lugar aonde no passado aconteceu uma luta contra um homem chamado Mortmain. Desde então usamos esse lugar como sinônimo de: "ajude-me", "socorro", "tenho informações cruciais". Andrew e eu usamos quando moramos em Idris por cinco meses. Sempre que recebia uma mensagem com essas palavras corria para a montanha mais próxima, as vezes Andrew tinha informações da Clave e as vezes estava lutando com um demonio e queria ajuda. Era uma coisa nossa, uma coisa... Nossa. Mas eu mandei ele embora da ilha... Ele não pode voltar...
-Não era com seu irmão, até poderia ser, mas não sei. Pelo visto, sua mãe também usa esse código. Por favor, acredite em mim. Ela corre perigo e você também.
-Mas Peter disse que me protegeria...
-Peter Pan mentiu. Ele tem mentido desde que chegou a ilha.
-Ele não faria isso... -ela tinha lágrimas nos olhos. Aquilo estava doendo em mim.
-Ele fez... Sinto muito dizer mas... Ele tem mentido desde que chegou.

Ela ficou quieta por um bom tempo e lágrimas saíram de seus olhos. Uma hora ela colocou as mãos na cabeça e gemeu de dor.

-O que está acontecendo comigo? -perguntou.
-Pan mexeu com sua memória, lute contra isso Selina. Lembre-se.

P.O.V Selina
Lembre-se. Lembre-se. Era só isso que ele sabia falar?!
Me lembrar do que? Da minha mãe?! Ela estava morta... Será que esta?... Peter me ama, ele nunca mentiria para mim... Tem certeza?... Eu e Peter vamos viver para sempre nesta ilha, a magia nunca acaba... Nada é para sempre, lembre Selina! Não caia novamente em Pan!
Me afastei de Jack dois passos e corri. Eu preciso de respostas. Minha mente está a mil, risadas, nuvens de memórias, lembranças. Peter não pode ter mexido com minhas memórias... Ele não se atreveria...
A montanha. Segui minúscula trilha que tinha, em direção ao topo. Correndo, cheguei ao topo, passei pela parede de folha e notei que a trilha continuava. Continuei subindo e cheguei a uma enorme caverna escura. Do lado oposto, havia uma mulher. Loira, cabelos cacheados, marcas estranhas pelo corpo e estava usando roupas completamente pretas.
Assim que ela me viu, abriu um enorme sorriso e veio na minha direção. Mas assim que dei um passo para trás, ela parou e o sorriso sumiu de seu rosto.

-Selina... -ela começou, como sabia meu nome?- Sei que está irritada, que pensa que não me importo, mas eu me importo. Acredita em mim?
-Desculpe senhora, mas... Nem sei que ao certo quem é.

P.O.V Emma
Como assim?!

-Sou sua mãe Selina! Pare de bobagem! -assim que disse isso lágrimas brotaram em seus olhos.
-Não! Pare! Essa brincadeira passou dos limites!...

Ela colocou as mãos nos ouvidos e caiu de joelhos, corri até Selina e a abracei. Deus, como sentia falta de abraçá-la. Ela estava chorando, isso me cortava o coração.

-Está doendo... -ela disse baixinho- Minha cabeça está em chamas... Por favor me ajuda...
-Deve ter sido a droga que Pan tem jogado em você. Deve estar afetando sua memória, como ele pode?
-Peter não faria isso, ele me ama e eu... Eu... O amo? -ao dizer isso ela levantou a cabeça e me encarou.

Meu coração apertou ao vê-la naquele estado. Estava pálida, os olhos vermelhos, o rosto molhado e parecia ter cicatrizes aqui e ali. A segurei com uma mão pelo ombro e a outra levantei delicadamente seu queixo.

-Selina -disse- Sei que está doendo, tudo parece verdade e tudo parece mentira. Mas precisa se concentrar em meu rosto. Lembra-se de mim?

Por segundos, ela não disse nada. Apenas soluçava e me olhava como se fosse uma estranha.