Capítulo 10 - Amigos?

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1994

Como Dumbledore havia anunciado, ao final do mês de Outubro, os alunos das outras duas escolas europeias chegaram a Hogwarts. As meninas da Beauxbatons eram impressionantemente lindas. Eu nunca tinha visto em minha vida inteira garotas tão bonitas.

Hermione me explicou que algumas delas eram parte veelas, que são criaturas que possuem a fisionomia das mais belas mulheres do mundo, com peles e cabelos refletindo ao luar, abertos em forma de leques mesmo sem vento, e com um canto e dança capazes de encantar o mais fiel dos homens. Porém, quando ficam irritadas, elas revelam suas verdadeiras formas: tornam-se grandes aves com bicos afiados e cruéis e asas longas e escamosas. Possuem a capacidade de atirar bolas de fogo com as mãos. A espécie é restrita a apenas veelas fêmeas.

Os garotos da Durmstrang eram muito fortes e a entrada deles em Hogwarts foi muito marcante. Depois de vê-los entrar, comecei a ficar ansiosa para que as competições começassem logo. Para selecionar os campeões de cada escola, Dumbledore nos apresentou um cálice feito todo de pedra no qual todos os alunos maiores de 17, que quisessem participar do torneio, deveriam colocar os seus nomes de forma que o cálice escolheria o vencedor.

No dia das Bruxas, o cálice foi colocado no hall de entrada e ao final do dia nos reunimos no salão principal para descobrir quais haviam sido os estudantes selecionados. Da Beauxbatons, Fleur Delacour, da Durmstrang, Vicktor Krun foi selecionado. Em Hogwarts, Cedrico Diggory da Lufa-Lufa foi o campeão. Mas esse não foi o fim da seleção. O cálice liberou mais um nome. O de Harry. Ele ficou muito confuso e Dumbledore pareceu espantado. Os quatro campeões foram se reunir com o diretor e outros professores e nós fomos dispensados para nossos dormitórios.

*
O clima ficou estranho em Hogwarts nos próximos dias. Muitos alunos estavam achando que Harry, mesmo sendo menor de idade, tinha descoberto um jeito de participar do torneio para se exibir e estavam com raiva dele por isso. Eu, no entanto, não me convenci de que Harry seria capaz de fazer uma coisa dessas.

- Eu não acho que você fez essas coisas de que estão te acusando - disse ao encontra-lo em uma tarde no salão comunal.

- Obrigado - respondeu Harry sorrindo.

- Você deve estar curioso para saber quem fez isso com você, e um tanto preocupado também.

- É, estou sim.

- Se precisar de qualquer ajuda eu estou do seu lado, - disse. - Só pra você saber.

- Valeu!

Mesmo com aquela conversa não indo adiante, eu não saí do lugar.

- Está tudo bem com você? - Harry perguntou.

- Bom, acho que eu tenho andado um pouco solitária, não tenho conseguido me enturmar. É como se ninguém me quisesse por perto. Não acho que tenham medo de mim, pois todos já perceberam que eu não sou lycan, apesar de algumas poucas pessoas ainda manterem a dúvida, mas parece que eu afasto as pessoas... - fiz uma pausa. - Ai Harry, desculpa... você cheio de coisas importantes para pensar e eu falando bobagens...

- Tudo bem Lana, pode falar.

- Não, eu... - comecei a me afastar. Senti meu rosto ardendo, provavelmente minhas bochechas estavam vermelhas. - Esquece Harry... - eu fui me dirigindo para a porta.

- Lana - ele se virou no sofá para olhar para mim.

- Desculpa Harry - disse antes de sair do salão comunal da Grifinória.

Comecei a andar pelos corredores e saí do castelo. Sem destino, acabei indo me sentar sob uma árvore próxima ao lago.

- O que está acontecendo comigo? - falei mesmo sem ter ninguém para ouvir. - Falando aquelas coisas com o Harry. Meu nível de desespero atingiu o ponto inaceitável. O que ele vai pensar que eu sou? Uma garotinha desesperada por atenção e que só sabe reclamar? - eu estava realmente confusa com a situação. - E o que o papai pensaria me vendo assim.... - uma lágrima desceu pelo meu rosto. Eu sentia a falta dele - o Harry é legal, porque alguém como ele iria querer seu meu amigo?

- E porque não iria querer? - disse uma voz atrás de mim.

Me virei para ver quem era - Ginny - eu disse o nome dela assim que a reconheci. Já tinha encontrado com ela algumas vezes na torre da Grifinória, mas nunca tínhamos parado para conversar.

- Encontrei com o Harry no salão comunal e ele me disse que você não parecia muito bem - explicou ela se sentando-se ao meu lado.

- Ah, não - eu fiquei envergonhada e ao mesmo tempo decepcionada. - Não queria tê-lo deixado preocupado...

- Não se preocupe - disse tentando me tranquilizar. - Agora me diz o que está te perturbando? - nossa diferença de idade era apenas um ano, mas ali tentando me acalmar ela parecia ser bem mais adulta.

Eu olhei para minhas mãos.

- Eu não tenho amigos - falei com minha voz quase falhando.

- Como assim Lana? - Ginny pareceu muito surpresa. - E quanto a mim, o Harry, a Hermione...

- Desculpa, não foi isso que eu quis dizer - a interrompi antes que ela continuasse com a lista. - Sei que vocês são meus amigos, mas eu estou falando do pessoal da minha turma, com quem eu tenho aulas, são praticamente estranhos para mim... só nos encontramos durante as aulas, e só.

- Ahh... entendi. E porque você não fez amizade com eles ano passado?

- Passei todas as minhas horas livres com o papai - confessei. - Só estava junto com eles quando estávamos em aula...

- Bom, então agora você só precisa recuperar o tempo perdido - afirmou Ginny. - Converse mais com todos eles e logo você vai se identificar com alguns dos seus colegas e serão amigos.

- Tomara - sorri.

- Agora vamos entrar? Já está na hora do jantar.

- Vamos sim - concordei. - Estou começando a ficar com fome.

Nós sorrimos uma para a outra e ficamos de pé. Depois de nos limparmos das folhas que haviam ficado grudadas em nossos uniformes, seguimos em direção ao castelo.

***
Nunca tive muitos amigos na minha escola muggle, e agora em Hogwarts lá vai sendo igual... Isso tem me chateado bastante. Espero que essa realidade mude logo!

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