Capítulo 12

62 6 0
                                    

(Mara já com as mãos soltas vasculha a parede onde a cadeira estava encostada em busca de algo pesado até que sente algo) ... ao percorrer o objeto em busca de saber o que é sente algo pontiagudo numa das extremidades e percebe que aquilo se trata de uma tábua de madeira bolorenta com uns pregos enferrujados na ponta...

Enquanto procurava o objeto nem percebeu que Gabriel estava relativamente próximo a ponto de lhe estar a tocar, sim a tocar de forma impropria, estava a percorrer o corpo de Mara com as mãos dele, no momento em que Gabriel pegou numa das alças do vestido (com a intenção de o tirar) Mara chegou ao seu limite e pronuncia:

M: JÁ NÃO ÉS MEU NAMORADO!

E com um golpe brusco acerta na cabeça do rapaz com a tábua deixando-o no chão inconsciente.

Já com o vestido sem uma das alças ( Gabriel rasgara-a quando caíra inconsciente), a cara com fios de sangue que caem de um corte na testa e um no lábio e com a mão ferida do golpe, Mara busca algo que a ajude a cortar as cordas amarradas aos pés, encontra uma lamina afiada e corta as cordas.

Mara levanta-se rapidamente e corre para fugir da sala onde estava, ao chegar a outra divisão (mais escura que a anterior e apenas iluminada com um candeeiro) percebe que Gabriel estava mesmo a dizer a verdade quando disse que era o único rapaz, e com o caminho livre abre a porta que dava para a rua, ao abrir-la deparou-se com um dia de chuva, mas ela não podia perder tempo, tinha de fugir!

Sem pensar em direções ou consequências, Mara correu para dentro da Mata que rodeava a casa, ela só pensava em escapar... de repente caiu no chão pois partira o salto e sem perder tempo, tira os sapatos dos pés e corre agora quase descalça deixando o seu calçado para trás, corre por entre silvas e galhos, aos poucos o vestido ficava cada vez mais rasgado, o apanhado do cabelo já se desfizera e as meias estavam a desfazer-se aos poucos mas a única coisa que a incomodava era a dor nos pés, Mara já se habituara a andar pelas silvas mas nunca descalça, o sangue que jorrava dos pés deixava mancha por onde ela passava mas ela só pensava em continuar, em continuar...

A pobre rapariga já correra perto de dez quilómetros, e a chuva não ajudava o percurso que era lamacento e espinhoso, Mara já não sentia os pés, já não sentia nada, a dor já passara ela apenas continuava a caminhar, já escurecera à algumas horas mas ela não sabia que horas eram...


E tudo se resume a ti !Onde histórias criam vida. Descubra agora