HALLEY
Enquanto eu era um simples mundana na Terra eu tive os meus romances.
Buddy House, 12 anos, pele clara e cabelos um pouco longos.
Ele era incrível, não me apelidava de coisas ridículas como os outros e sempre me dava chocolates nos finais de semana.
Até achar que eu fosse louca quando brigava com o meu espírito na sua frente, não era algo que eu conseguia controlar, a Hay era uma criatura difícil de lidar.
Tom Carter, 14 anos, os olhos mais claros que já vi e um corpo definido de dar inveja a qualquer garota que me visse ao seu lado.
Infelizmente sempre tem um porém.
Ele era obcecado por beleza e não comia para não engordar e acabar com o seu "tanquinho glorioso" como ele mesmo dizia.
Logo após o segundo encontro em que consegui empurrá-lo para um restaurante de fastfood, ele saiu correndo quando avistou o seu lanche: hambúrguer com batatas fritas.
Nunca mais o vi, mas pelo menos eu comi o meu lanche em paz sem ter que tê-lo reclamando de quanta caloria eu estava ingerindo e até conseguir beliscar das suas batatas intocadas.
* * *
Em um piscar de olhos eu estava em casa, não em casa como a minha na Terra, mas a casa onde nasci e onde morei por um curto período de tempo antes que os meus pais fossem mortos.
Esse lugar não era como qualquer pessoa imaginava.
Não era escuro e quente como todos idealizam. Era claro e bonito. Com grandes jardins repletos de flores coloridas e árvores frondosas e frutíferas.
A área aberta era coberta por um gramado muito bem cortado e para quem se perguntava se existia pessoas sofrendo e sendo condenados: a única coisa que vi que seria um grande sofrimento foi uma grande área agricultável nos fundos do castelo onde as pessoas que cometeram grandes pecados eram condenadas a trabalhar lá 8 horas por dia.
O castelo dispensava apresentações, era grande e luxuoso, até maior que a nossa escola onde estudávamos.
Lucca me puxou pela cintura.
- Esse foi o lugar onde morei a minha vida toda. Seja bem vinda a nossa casa. - Falou sorrindo de forma alegre.
Ele não estava mais com aquele semblante pesado e arrogante. Mais parecia uma criança jovem e feliz.
- Foi ruim viver todo esse tempo sozinho? - Eu soltei ao ar, com a esperança que ele não se sentisse ofendido.
Eu e as minhas tentativas de não ofender, que no fundo talvez eu querida ofender de fato.
Ele agarrou com mais força a minha cintura e aproximou o seu rosto do meu ouvido.
- Iremos conversar sobre isso depois. Agora vamos para dentro, o jantar já deve estar sendo servido.
Forcei um sorriso, que não era tão forçado assim.
Os meus amigos estavam a salvo, mas eu ainda estava preocupada com onde estaria Jack. Mas sei que nem tanto em perigo.
Entramos pelos portões do castelo, do meu castelo e casa.
Vários empregados se encontravam em fila no meio da sala, todos com sorrisos estampados no rosto.
- Seja bem vinda princesa. - Falaram em uníssono.
Eu torci o nariz, não era princesa coisa alguma, eu só era a Halley.
Lucca agarrou a minha mão e me puxou atravessando o meio dos empregados, me levando até a sala onde sofás enormes próximos à lareira davam um ar de elegância ao local. Um local que eu já tinha vindo, mas agora sentia-o mais real, mais vivo.
- Sentem todos, vou solicitar algumas bebidas. - Falou chamando uma empregada.
Morgana, Arme, Logan e Oliver continuavam em silêncio, olhando a tudo ao redor maravilhados, mas logo sentaram nos sofás da sala.
Lucca vou até o outro lado da sala, se servindo de um pouco de licor que estava em uma bandeja de prata no local.
Eu imaginei a minha cabeça na bandeja de prata se a sua bipolaridade o atingir e resolver acabar com a sua face de bom moço.
Engoli a seco com esse pensamento estranho.
- Esse é realmente maluco. - Falou Oliver irônico, parece que essa bipolaridade não só atingiu o Lucca. Qual o problema de sair da barreira da floresta?
- Eu concordo, mas também acho que é uma mistura de felicidade por rever a irmã. - Falou Morgana me fitando com os olhos como se eu fosse culpada.
- Eu não sabia que ele era meu irmão, vocês sabem disso. Não omitiria tal informação. - Falei séria e ríspida.
- Eu só quero dormir e nunca mais acordar desse pesadelo. Eu não tenho mais motivo para lutar contra nada desse mundo. - Falei levantando e me aproximando de Lucca.
Os meus amigos pareciam surpresos e um pouco envergonhados pelo que imagino. Talvez devam ter achado que me magoei com o que falaram. Poucos sabem que eu estava realmente magoada com as mentiras que me rondavam.
Principalmente as mentiras que Ahron me contava.
- Lucca se importaria em me mostrar o meu quarto? Eu estou realmente muito cansada e uma noite em uma barraca no meio da floresta não parece nada com uma cama quente.- Falei o mais séria possível.
- Claro Claro! - Ele repetiu deixando o licor na bandeja e me guiando com a sua mão no meu ombro.
- Quero que conheça o seu antigo quarto e pode descansar o quanto quiser, mesmo assim mandarei entregar o seu jantar no quarto. - Falou me levando a subir um grande vão de escadas de madeira e detalhes dourados.
Tudo nessa casa (ou castelo) mas prefiro o termo casa, é minuciosamente detalhado e cuidado, é tudo tão lindo que meu devaneio me fez parar no meio da escada e Lucca me observou com um sorriso.
- As vezes eu imaginava você passando por aquela porta, sorrindo para mim. Eu sonhei com isso tantas vezes que em um momento eu tinha ilusões acordado, de que vocês estavam comigo, todos vocês estavam comigo. Mas quando eu piscava; - Falou fechando os olhos e respirando fundo, falando logo em seguida. - Eu lembrava que estava sozinho aqui. - Falou com um olhar triste.
Chegamos até a porta do meu quarto.
- Bem, chegamos. Espero que goste do seu antigo quarto, eu preferi não mudar nada nele. - Falou com um sorriso de canto. - Boa noite pequena Hay. - Beijou a minha testa e se virou para sair.
Olhei e se afastando e em um impulso maluco mas de um desejo enorme de saudade eu fiz.
- Lucca? - O chamei.
Ele se virou e me olhou um ar de interrogação.
Andei até ele e o abracei.
O abracei com tanta força, uma mistura de saudade, me fazendo esquecer o sentimento de devastação que me tomava, sendo substituído por um calor familiar, parental.
Ele pareceu surpreso, mas logo devolveu o meu abraço.
- Eu te amo irmãzinha, mesmo que um dia você me apunhale pelas costas. Eu sempre te amarei. - Falou com semblante de sinceridade que me fez sorrir.
Eu me desvencilhei dele e entrei no meu quarto sem olhar para trás.
O meu quarto era lindo assim como lembrava no meu último sonho. Algo só meu e que a antiga Halley gostava tanto.
Deitei na cama que emanava um cheiro de familiaridade que me fez formar lágrimas que logo desabaram pingando na colcha da cama.
Quando alguém bateu na porta, eu supus que era alguém com meu jantar, então permiti a entrada.
- Trouxe o seu jantar senhorita. - Falou uma jovem de pele branca e cabelos loiros.
Entrou no meu quarto devagar, com aparente medo. Deixou uma bandeja na minha cabeceira cheia de comidas que cheiravam muito bem por sinal e se curvou para mim antes de sair.
Se alguém entrou depois que ela saiu, eu não percebi, o sono me venceu e eu cai em um sono profundo.* * *
OLIVER
Ela pareceu realmente magoada.
Nesses últimos dias deve ter sido difícil para Halley. Ter a sua amiga morta e procurá-la tão avidamente, isso é realmente notável.
Ela sumiu pelas escadas com Lucca, mas para meu desagrado, o psicótico desceu as escadas novamente algum tempo depois. Porém esboçava um sorriso tão feliz que tive a sensação que a boca dele rasgaria.
- Vamos para a sala de jantar. O jantar já está servido. - Falou Lucca se direcionado a sala de jantar.
O seguimos em silêncio, Arme e Logan de mão dadas com sempre, Morgana calada pensativa e eu, bem sendo eu.
Sentamos em uma mesa que possuía espaço para vinte pessoas, mas que só abrigaram cinco nesse jantar.
O jantar nem começou e eu não esperava achar tanta graça nisso tudo.
Todos procuraram cadeiras bem longe da cabeceira da mesa onde Lucca dava uma garfada no que parecia ser um assado.
Eu engoli o meu riso e me sentei propositalmente próximo a ele.
Comi um pouco do jantar e ele parecia me olhar com uma cara de não muito agrado, acredito eu por sentar tão perto dele.
- Incomodado por eu estar sentando próximo? - Perguntei.
- De modo algum, adoro fazer novos amigos, principalmente conhecer os amigos da minha irmã. - Falou tomando um gole de vinho.
Soltei um risadinha.
- E também gosta de conhecer novos cunhados? Me parece que não foi muito amigável com Ahron. - Soltei esperando que a bomba o atingisse.
Ele pareceu um pouco intimidado, mas aproximou-se depositando o braço encima da mesa.
- A melhor parte de ter cunhados é a parte no qual eu os mato. Se está pensando em se candidatar ao cargo, espero que tenha uma excelente carta fúnebre, pois eu juro que arrumo um jeito de te matar. - Falou rindo.
Bem esperável a sua atitude.
Eu apenas sorri e ergui a minha taça o convidando a um brinde.
- A Halley. - Falei.
Ele levantou a taça e falou.
- A sua preservação física e a minha pequena Hay.
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Olá leitores :)
Obrigada por estar acompanhando o livro, deixo aqui avisado que nenhum capitulo do livro está revisado.
Avisem-me se encontrarem qualquer erro, ficaria agradecida se notificassem.
Desculpa pelo capítulo curto, com a volta às aulas, está um pouco corrido e eu sei que escrevo esse livro a passos de tartaruga, perdoem-me por isso também.
Me perdoem :3
Um grande beijo,
- G
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Guardiões Elementares
FantasiaLIVRO 1 Halley cresceu sendo cuidada pela sua tutora Grenger, sem saber quem eram os seus verdadeiros pais ou de onde realmente vinha. Com uma vida regada a baladas e poucos amigos, ela sempre quis respostas de todos os questionamentos da sua vida...