Eva/Halley

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*Escola*
EVA
Andei pelos corredores da escola, os últimos dias têm sido um pouco desgastantes.
O treinamento dos alunos se tornou algo mais intenso, muito similar à treinamentos de guerra.
Todos possuíam uma arma que se identificava, então trabalhei nesse ponto em todos. Garotas ou garotos, todos estão prontos e a espera do que está por vir.
Aos poucos o Mundo das Três Luas se fragmentou, criando muros entre os reinos governantes e fazendo com que houvesse mágoas entre eles.
A escola fora uma intermediação entre os governantes por anos. Mas isso tudo acabou. Uma hora eu teria de escolher de qual lado ficar.
E escolhi o melhor.
Abri a porta da minha sala encontrando Tereza sentada em uma das cadeiras do lugar.
Usava um batom extravagantemente vinho e sorriu mostrando os seus dentes brancos que contratavam com sua cor pálida.
- Na próxima não quero esperar tanto. - Falou levantando e andando pela sala.
Entrei e me sentei na cadeira de frente a minha mesa de madeira rubra.
- Todos os alunos estão prontos. - Falei apoiando as mãos na mesa e ela me olhou com um sorriso no canto da boca. - A sala também está preparada. Só preciso da sua aprovação e começaremos o processo. - Falei a fitando.
Ela estava radiante e o seu sorriso era enorme. Sentia o seu poder e glória se emanar pela sala.
Não via a hora de tudo isso começar, estava cansada de coordenar esse colégio para fedelhos.
A minha liberdade estava próxima. Enfim receberia a minha alforria das mãos cruéis de Tereza e poderia fugir pela floresta e nunca mais ser vista.
- Amanhã comece com o gás. Quero em níveis altos, nenhum deles pode ficar sã. - Falou passando a sua unha na cadeira a sua frente. - Quero um exército invencível. Falou Tereza.
- E terá. - Falei séria.
* * *
Já era manhã na instituição. Os alunos já haviam terminado o café e eu dei um pronunciamento que a tarde teríamos um evento a parte.
Sai do refeitório e dei uma volta entre os corredores, até que uma das janelas me fez parar e observar a vista do lugar.
O lago estava excepcionalmente mais cristalino nesta época e as sereias estavam ocupadas a fofocar no topo das pedras que ficavam na beira da água.
Respirei fundo e passei o resto da manhã ocupada com a organização da sala de gás.
* * *
Organizei os jovens por idade em grandes filas.
Pedi para que 1/4 dos alunos entrassem na grande sala de gás e entrei na câmara de proteção onde poderia ver tudo o que estava acontecendo.
Minha assistente estava no painel de controle e logo que me viu acenou.
- Colocando a poção nos tubos de oxigênio. - Falou derramando um líquido vermelho que estava em tubos de ensaio dentro de um tubo de gás que conectou ao sistema de oxigênio do lugar.
Os alunos pareciam calmos, mesmo com esse lugar atípico para eles.
Nenhum contestou, parecia que a minha ordem era algo sagrado a eles.
- Tudo pronto. - Falou ela sentando na cadeira de comando.
- Pode ligar o gás no máximo. - Falei colocando as minhas mãos atrás das costas e me forcei a observar o gás vermelho sair das entradas acima da cabeça deles.
No começo alguns corriam até a porta batendo na mesma fortemente. Mas não poderia ser ouvido por ninguém, já que as mesmas possuíam isolamento acústico.
Em dois minutos depois da liberação do gás, muitos deles caíram no chão desacordados, até que em poucos segundos, todos se encontravam no chão.
A minha assistente desligou o gás.
- 100% concluído. Agora é só esperar que acordem. - Falou me fitando por trás de seus óculos redondos.
Dei um aceno e abri a porta da sala de gás, entrando e abrindo a porta principal onde um grupo médico entrou e os ajudou a acordar sem maiores danos.
Fiz isso com os outros quatro grupos de alunos, nenhum deles perguntou ou mostrou resistência ao gás.
Isso me deixou chateada, mostrou o quão obedientes eles podem ser e isso não é muito bom nesse mundo.
Ao saírem, se reuniram no salão onde seria servido o jantar.
Mas naquela noite nada seria servido.
Estavam em grandes filas, todos em posição militar, não demonstravam ao menos respirar. 
Os professores pareciam confusos com tudo aquilo.
- Guardas! - Gritei, já haviam sido enfeitiçados a uma semana. Os usei como cobaias. - Todos os professores no calabouço. - Falei ríspida virando o meu rosto de volta à direção dos alunos.
Alguns correram, tentaram usar magia, mas não conseguiram vencer os meia guardas. Pareciam cada vez mais fortes ao decorrer do tempo em que a magia circulava nas suas veias.
Escutei alguns passos de saltos e palmas contidas de uma única pessoa, porém a mais desprezível que poderia conhecer.
- Olha que imagem linda! Eu estou eufórica. - Falou abanando as mãos próximo ao rosto. O seu sorrio a pouco rasgaria o seu rosto delicado de cobra. - Acho que vou chorar, nunca pensei ter controle de tantos fedelhos ao mesmo tempo. - Falou se aproximando do primeiro garoto de uma das filas e dando um peteleco na cabeça dele, que não esboçou qualquer reação.
Ela deu uma risada e virou-se.
- Olha meu amor, é nisso que dá não obedecer a mamãe. Outros iguais a você. - Falou andando novamente a porta, onde um jovem alto e apessoado mostrava a mesma reação dos alunos, ou seja, nenhuma.
Parecia também estar enfeitiçado.
- Olha Ahron! Vamos dominar esse mundo medíocre! - Tereza dava pulinhos fazendo o seu vestido longo e exuberante chacoalhar.
- E depois colocar a baixo essa escola. - Riu saindo da sala.
A segui e o Ahron pareceu a acompanhar também.
Andamos ante a saída principal do colégio, onde andamos entre o jardim que nos levava ao lago.
Logo que Tereza se aproximou, as sereias guincharam e entraram na água bravas.
Ela se agachou próximo ao lago e tirou da sua roupa um vidro onde possuía um líquido semelhante ao colocado no gás.
Derramou algumas gostas na água, que rapidamente a cor vermelha se espalhou pelo lago, transformando o azul cristalino na água em vermelho sangue e em poucos segundos corpos de sereias começava a aparecer na superfície da água, boiando sem vida.
••••••••••••••
HALLEY
O lugar era frio e tinha um contraste de metal nas suas paredes. Além de ser cheio de alguns maquinários de laboratório e um quadro onde possui anotações que não faço ideia do que possam significar.
Desci as escadas até chegar na parte mais baixa da sala.
Com balcões por todos os lados, ela se parecia realmente com um laboratório e eu desconfiava que fosse do Lucca.
Depois que olhei com cuidado em tudo que existia no lugar, avistei uma porta no seu final que me fez despertar uma curiosidade antes contida.
A empurrei e o que encontrei no lugar, era muito assustador.
De começo fiquei muito assustada, pensei em virar as costas e voltar. Mas como sempre, minha curiosidade me consumia e por fim resolvi me aproximar.
Havia na sala escura, somente iluminada por uma luz azul, quatro grandes tubos em forma de cilindro. Neles continham quatros jovens mulheres.
No cilindro havia água, onde cada uma delas flutuava fazendo seu vestido se movimentar pesadamente. Pareciam dormir de forma pacífica e acabei tocando o vidro onde estava uma jovem com um cabelo ruivo fogo.
Quando me perdi demais naquele atordôo onde me encontrava acabei vendo uma delas se mexer e isso foi o gatilho para que eu saísse correndo daquele lugar.
Esqueci aonde estava e subi as escadas correndo, atravessando a porta em um empurrão que me fez cair de cara entre as flores do jardim.
Quando me virei, a porta já não estava mais lá.
- Até que fim te achamos! - Falou Oliver vindo em minha direção.
Me ofereceu a mão e ajudou-me a levantar.
Tentei tirar os restos de planta da roupa e ele deu um sorriso.
- Seu irmão está uma fera. - Falou rindo.
Ele deveria estar achando graça de tudo aquilo.
- Imagino. - Foi a única coisa que conseguir balbuciar ainda pensando no que vi a pouco.
Sai de entre as flores e o fitei.
- Faz muito tempo que sumi? - O perguntei.
- 1 hora mais ou menos. Você sabe se esconder. - Falou virando as costas e saindo.
- Não mais do que meu irmão sabe em esconder coisas. - Falei andando na direção contrária.
Tentei me distanciar rapidamente. Ainda não estava completamente recuperada do que vi na sala.
Andei mais um pouco, me sentei para observar os trabalhos na lavoura, que ficava a alguns metros depois do castelo, até me render pelo cansaço e voltar para dentro.
Lucca se encontrava sentado no sofá lendo um livro enquanto os outros estavam entretidos em um jogo de xadrez disputado por Oliver e Logan.
Andei a passos curtos até ser notada por todos.
Lucca fechou o livro e me olhou.
- Até que fim a donzela resolveu voltar. Espero que também não tenha tentado matar o meu jardim. - Falou com um ar de riso que os reencarnados não perdoaram, arrancaram em uma risada que inundou a sala e me fez ficar vermelha de vergonha.
Mordi fortemente o interior da minha bochecha e o meu irmão pareceu notar.
- Acabou a gracinha. Suba e tome um banho, daqui a pouco serviremos o almoço. - Falou fazendo com que se encerrasse a algazarra.
*  *  *
Depois que subi e tomei um longo banho, vesti um vestido longo e simples que existia no guarda roupa. Penteei o meu longo cabelo e desci para almoçar com os outros.
Se passou tudo bem, até que depois da refeição Lucca me pediu para conversar-mos em particular.
Entramos no seu escritório e ele logo fechou a porta do lugar.
- Preciso falar algo sério. - Me olhou sem emoção.
Com um movimento da sua mão direita, uma nuvem de formou, até que se tornou uma imagem da nossa escola.
Tereza juntamente com a nossa diretora estavam controlando os alunos e criando um exército poderoso.
Abafei o meu grito e terminei de ver toda aquela atrocidade.
- Pretendem nos atacar. Primeiro o Mundo dos Sonhos, depois, o Submundo. - Falou sentando na sua cadeira de frente à mesa. 
- Mas poderemos pará-los não acha? - Perguntei na esperança que estivesse certa.
- Não sei ao certo. São muitos alunos e eu os observo a algum tempo, eles estão bem treinados. Será um pouco difícil. - Falou bagunçando o seu cabelo loiro em sinal de impaciência.
- Isso não é brincadeira de pega pega. Precisamos agir. Com suas atitudes de hoje cedo, você será abatida no mais leve soco. - Falou ríspido.
- Me desculpa. - Falei baixando a cabeça.
Ele levantou e segurou o meu queixo.
- Nunca se curve a ninguém. Nem ao menos para mim. - Lucca se aproximou e beijou a minha têmpora.
- Já comuniquei ao Jack, as suas tropas já estão prontas e estão a postos. Não serão fáceis de serem abatidos. - Falou me soltando.
- Hay. Se tudo isso não der certo, me prometa uma única coisa. - Falou colocando uma mecha do meu cabelo atrás da minha orelha. - Os protegerá. Você é muito poderosa,  e com raiva; - Falou rindo. - É capaz de tudo. Trabalharemos a sua raiva até lá.
Me soltou e antes que saísse se virou.
- Antes que eu me esqueça. - Falou sério. - O seu namoradinho, Ahron, é o capitão de todo o exército de Tereza.
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Olá ?! Quanto tempo que não apareço não é mesmo kkkk
Me perdoem a demora, é que tenho um final de ano para dar conta, concursos e prova do enem para estudar, então tudo isso agregado a responsabilidade de dar continuidade à obra de forma tão original e fiel ao proposto não é uma tarefa fácil.
Agradeço por estarem lendo, peço que comentem e votem. Preciso muito da opinião de todos.
Quero também indicar um livro excelente chamado Devaneio da escritora Laura_Pevensie . Espero que gostem da obra :)
PS: AMO A MÚSICA QUE COLOQUEI NO CAPÍTULO, ME DIGAM SE CURTIRAM TAMBÉM. ^^
Obrigado por me suportarem e espero que apreciem o capítulo, o mais rápido que puder postarei um novo capítulo.
Um grande beijo,
- G

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