Vimos o filme, ou melhor, o transformamos numa piada. Lucas realmente me fazia bem, com ele todos os problemas, por pior que fossem, desapareciam. Assim como a escuridão abre caminho para o pequeno feiche de luz, por menor que ele seja.
Lucas adormeceu rapidamente. E ele continuava lindo, mesmo dormindo. Sua expressão calma, a boca ameaçando um sorriso, o cabelo bagunçado.
Levei minha mão até uma mecha do seu cabelo retirando-a do seu rosto. Naquele momento, não existia ninguém mais perfeito que ele. Aliás, nunca existiu.
Passei meus dedos por suas bochechas, a única coisa que eu queria, que eu necessitava, era beijá-lo. Logo Lucas ameaçou acordar me despertando do meu transe, afastei os pensamentos e fiquei o observando, até adormecer também.
No dia seguinte, Lucas já havia acordado. Me arrastei preguiçosamente até o banheiro e me despertei em um banho, logo em seguida fui até a cozinha e ele estava na janela falando ao celular.
-Ok, obrigado. - E desligou assim que me viu.
-Bom dia.
-Bom dia.
-Tenho boas notícias.
-Quais? - perguntei me sentando em uma das cadeiras do balcão de granito.
- Você precisa de um emprego, certo?
-Certo.
-Então, o pai do Tales tem um estabelecimento alugado no posto de gasolina que fica aqui perto e ta precisando de alguém pra trabalhar lá. Podemos ir lá hoje, o que acha?
-Sério? Por mim tudo bem, mas você não tem que trabalhar hoje?
-Ja expliquei a situação pro Tales.
-Você não existe...
-Eu existo, pra cuidar de você.
E assim fizemos, fomos até o posto a pé mesmo, realmente ficava perto. Uma quadra, mais ou menos. O local era grande, embora nunca tinha reparado. Era coberto pela tintura vermelha, iluminado por várias portas de vidro e janelas.
-Lucas, finalmente apareceu! - disse o homem alto e barbudo, com uma barriga de shop.
-Fiquei sabendo que precisa de alguém para trabalhar aqui.
-Quer se candidatar a vaga?
-Bom, eu não. Mas minha amiga aqui sim.
-Você? - ele se abaixou, me fazendo se sentir totalmente inferior.
-Eu. - respondi com firmeza, tentando esconder o tremor na voz.
Ele me olhou de cima a baixo.
-Qual sua idade, garotinha? - e agora eu me sentia um bebê.
-15.
-Você é meio nova para trabalhar, não acha?
-Qual foi, Eduard? Ela precisa do emprego. -Lucas entrou na frente - e você de alguém pra trabalhar aqui.
Ele me encarou novamente, mais do que o necessário. Eu realmente estava ficando encomodada com a situação e prestes a sair correndo, quando ele finalmente falou.
-Tudo bem, você começa amanhã, mas só porque não tenho uma fila de candidatos. Quero ver seu currículo.
-Valeu! - Lucas me puxou para fora da loja.
-E então?
-Então o quê?
-Não vai me agradecer?
O abracei.
- Ah, Lucas. O que eu faria sem você?
-Nada. - ele sorriu e retribuiu o abraço.
Minha vida começaria ali, Minha vida de verdade.
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Quem é você?
RandomEmma é uma garota que, como todo mundo, enfrenta problemas na vida. Quando menor, seus pais foram mortos por seu irmão Harlan. Ela teve que morar com sua tia Lucy desde os 6 anos da qual sofria abusos tanto físico quanto verbal. Apesar de tudo, ela...