Rolex e Monotonia

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As noites
são como os dias:
vazios;
rítmicos.

É uma canção
que nunca acaba.

É uma ferida
que nunca se fecha.

Os dias são todos iguais:
vazios;
rítmicos.

Meu coração bate,
mais rápido que os ponteiros
do meu Rolex falsificado.

É de verdade e de maldade,
que me divorcio da juventude.

É feroz e vulgar.
mas continuo a te desenhar.

Te desenho no meu café,
te materializo na fumaça do meu cigarro,
e te encontro loucamente
nos lábios de outra qualquer.

É de verdade
e de maldade.

É assim que tudo gira.

Cada um com seu papel
cada um, cada um.

Para mim
as noites são como os dias.

São vazios e repetitivos.

São rítmicos,
mas únicos.


Poesia EstereotipadaOnde histórias criam vida. Descubra agora