Sinto
Que minha dor é um barco
Velho e decadente
Navegando em alto mar.
O mar
Que sinto ser tristeza
Balança e inunda meu barco
Querendo me afundar.
Sinto
Que minha solidão é quem me anoitece e escurece
Que faz do céu água cintilante e pesada
Que desaba sobre minha dor e minha tristeza.
Sinto
Que os trovões são meus pesadelos
Me dão medo e fazem barulho
Na minha pobre mente, que eu sinto ser o céu.
Ao horizonte
Há o que sinto ser a esperança
Mas de nada adianta
Pois o farol que sinto ser o amor
Já se apagou.