Tormento

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No breu
Que abrange minha vista
E me cega em desespero
Há uma voz.

Uma voz a me gritar
Incessante ao me atormentar
Mais e mais, insiste
Em me alcançar.

Eu me afasto
Deito
Fecho os olhos
Me escondo.

Mas é vão
Pois a voz que tanto me grita
Não perambula pelo breu ou pelo quarto
Ela vem do coração.

Do amontoado de tubos
E do pulsante compasso
Constante e descontente
Do viver essa decadência.

A voz dói
Me fere
Faz de mim, garoto
Lágrimas insensatas

Pare de me chamar.
Por favor.
Deixe-me dormir
Uma noite, ao menos.

Poesia EstereotipadaOnde histórias criam vida. Descubra agora