𝐎𝐍𝐃𝐄 Daryl Dixon resgata uma garotinha perdida na floresta, que anos depois, se revela como sendo a filha de um terrível inimigo no caminho deles.
𝐎𝐔 onde Kate usou o sobrenome de solteira de sua mãe depois de pensar que Negan tinha a abandona...
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𝐙𝐎𝐌𝐁𝐈𝐅𝐈𝐄𝐃 𝟎𝟏𝟐 ☆ ᵏᶜᶜ
𝐊𝐀𝐓𝐇𝐄𝐑𝐈𝐍𝐄 𝐋𝐄𝐍𝐈𝐕𝐘 ☆ ⁿᵃʳʳᵃⁿᵈᵒ
Carl e eu tínhamos descido a ladeira em silêncio. A rua estava completamente vazia e não tinha nem um vento balançando as árvores para fazer qualquer barulho. Parecia estranho estar ali, caminhando pela rua deserta. Eu me sentia como intrusa em um mundo que já tinha nos expulsado. Era difícil imaginar uma realidade diferente onde tinham pessoas caminhando alegremente e carros passando pelas ruas. Agora tudo parecia apagado da própria existência. Quando chegamos no fim da rua, bem na nossa frente estava o prédio de um antigo café. A placa era velha mas o letreiro ainda era legível. "King Count Cafe". Deveria ter algum motivo para o Carl ter vindo aqui, mas ele não queria dizer qual era. Puxei a manga comprida da minha blusa e esfreguei em círculos pelo vidro coberto por uma grossa camada de poeira, para conseguir enxergar melhor.
— Carl, têm zumbis demais lá dentro — Sussurrei espiando com cuidado as criaturas dentro do antigo estabelecimento. Haviam alguns caídos pelo chão, outros jogados pelas cadeiras. Mas eram muitos até para conseguir contar o número exato.
— A gente precisa — Carl insistiu levando a mão até a maçaneta, só que eu segurei o pulso dele no último segundo.
— Não assim. Não dá pra entrar lá atirando pra todo lado — Falei séria o encarando com uma expressão que deixava claro que eu não ia deixar ele entrar ali sem um plano bom o suficiente.
— Alguma ideia? — Ele levantou uma sobrancelha, e eu senti que ele não tava colocando muita fé em mim. De alguma forma, isso só me deixou mais pensativa. Eu vim aqui pra aprender, e era necessário pensar com bastante cautela antes da gente fazer aquilo. Porque se dependesse do Carl a gente já tinha pulado de um avião sem paraquedas bem em cima daqueles zumbis.
— Se a gente pudesse, sei lá, atrair a atenção dos zumbis pra outra coisa... — Murmurei mais para mim mesma, tentando ter alguma ideia mais concreta. Só que o Carl ouviu e arregalou os olhos.
— Aqueles ratos que serviam de armadilha para os zumbis lá na rua principal — Ele sugeriu e pela primeira vez algum pensamento lógico veio dele. E acredite, eu ainda estava brava pela noite na biblioteca. E não diga que eu fui atrás dele naquela noite porque eu quis. Ele que deveria me agradecer por estar lá e ter a ideia de pular a janela.
— Boa — Concordei.
☆
Os ratos presos nas gaiolas serviram para alguma coisa, afinal. Eles estavam amarrados em skates, então foi fácil empurrar as gaiolas para dentro do velho café quando o Carl abriu a porta devagar. Esperamos o momento perfeito, quando os zumbis estavam ao redor das gaoilas no chão tentando pegar os roedores, e aí a gente entrou bem devagar. Eu segui o Carl pelo canto da parede. Meus olhos estavam grudados no bolo de zumbis no meio do salão. Qualquer barulhinho podia colocar tudo a perder e não posso negar que eu estava mais do que nervosa. Meu coração batucava freneticamente nos meus ouvidos e eu tentava não respirar muito alto. Tudo que a gente tinha era a minha faca e a pistola dele. Mas Carl estava completamente cego pela determinação. Ele subiu numa cadeira do balcão e eu não parava de pensar no que raios esse garoto estava fazendo. Segurei minha faca bem firme na mão direita e continuei olhando para os zumbis. Meus ombros estavam tensos, mas pela primeira vez, minha postura não era de assustada.
Carl desceu da cadeira sem fazer barulho e tocou o meu ombro, me fazendo olhar para ele. Ele inclinou a cabeça para o lado, indicando sem poder falar que já tinha pegado que queria e que a gente já podia voltar. Concordei com um aceno e voltamos a fazer o mesmo caminho. Foi nessa hora que eu pensei que estava fácil demais. E bem, maldita a hora que eu pensei nisso. Porque no meio do caminho até a porta, um dos ratos da gaiola simplesmente surgiu caminhando bem na nossa frente, e quando levantamos o olhar, os zumbis todos estavam vindo pra cima da gente. Carl levantou a pistola e acertou alguns tiros, mas eu puxei a manga da flanela dele.
— Você só vai gastar munição! São muitos! — Eu falei puxando ele antes de um zumbi o agarrar pelo braço. A gente se virou e começou a correr pela outra direção do café.
Passamos por cima do balcão pra desviar de alguns zumbis pelo caminho, mas por onde a gente ia, parecia que sempre surgia mais. Carl atirou em alguns que estavam mais perto e os corpos que caíram ajudaram a conter os outros, que tropeçavam e atrasavam por isso. No meio daquele caos a adrenalina me pegou. Acho que foi o instinto de sobrevivência que acionou o botão de emergência do meu cérebro. Seguia o Carl entre as mesas até a porta e quando um zumbi chegou perto de mim demais por trás, eu não hesitei. Meu coração batia forte mas minha mão estava firme quando segurei o cabo da faca e enfiei com toda a minha força no meio da cabeça da criatura. Quando puxei minha faca de volta, o corpo morto caiu no chão completamente mole e eu não tive tempo de digerir que eu tinha matado meu primeiro zumbi — um zumbi que não estava preso entre prateleiras numa biblioteca.
Carl puxou o meu pulso e nós dois passamos correndo pela porta do café. A porta se fechou atrás de nós com o clique e eu apoiei minhas costas contra a madeira, respirando com dificuldade por causa da mistura de medo, com adrenalina e então também a corrida. Carl também estava ofegante, mas enquanto os zumbis faziam o som de fundo batendo no vidro e gemendo, eu vi um sorriso brotar nos lábios do Carl conforme ele encarava o objeto que tinha vindo pegar ali. Abaixei meu olhar, notando que era um velho porta-retrato com uma foto dele mais novo no meio do Rick e de uma mulher que eu não conhecia. Mas não era difícil ligar um ponto ao outro.
— Carl... — Eu dei um passo mais perto dele quando percebi que a mulher no retrato, sorrindo para a foto e abraçando ele, era sua mãe.
— Eu só... achei que a Judith precisava saber como era a mãe dela — Carl passou a manga da flanela pra tirar a poeira do vidro do objeto. Aquele era um gesto tão lindo da parte dele. Carl se preocupava muito com a Judy e eu sempre achei isso cativante, mesmo quando ele ainda era meio hostil comigo.
— Ela era linda — Eu falei abrindo um pequeno sorriso gentil que foi bem-vindo por ele, porque Carl sorriu de volta.
Mas então, bem nesse momento, a gente viu a Michonne chegando perto com a espada na mão. A expressão dela carregava uma mistura de preocupação e também surpresa por a gente ter fugido dela.
— O que vocês fizeram?! — A mulher subiu os degraus da entrada do café e parou na nossa frente, guardando a espada, mas sem baixar a guarda. Ela olhou preocupada para os zumbis batendo no vidro atrás de nós dois.
— Deu tudo certo — Carl respondeu surpreendentemente sorrindo e eu precisei olhar duas vezes para ter certeza que era mesmo o Carl que eu conhecia. Ele passou por nós duas com os ombros leves. Eu e Michonne trocamos um olhar confuso. E aí ele se virou e nos encarou. — Vamos, a gente tem que pegar o berço.
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Carl e Kate, a dupla caótica que a gente ama e que ainda vão dar muito cabelo branco pro Rick e o Daryl.
Estamos bem perto do fim da terceira temporada, eu espero que vocês estejam gostando da fanfic. Se possível deixarem aquele comentário pra dizer a opinião de vocês, eu agradeceria. E claro, uma estrelinha pra me ajudar.