𝐎𝐍𝐃𝐄 Daryl Dixon resgata uma garotinha perdida na floresta, que anos depois, se revela como sendo a filha de um terrível inimigo no caminho deles.
𝐎𝐔 onde Kate usou o sobrenome de solteira de sua mãe depois de pensar que Negan tinha a abandona...
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𝐙𝐎𝐌𝐁𝐈𝐅𝐈𝐄𝐃 𝟎𝟎𝟏 ☆ ⁿᵃ ᶠˡᵒʳᵉˢᵗᵃ
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𝐊𝐀𝐓𝐇𝐄𝐑𝐈𝐍𝐄 𝐋𝐄𝐍𝐈𝐕𝐘 ☆ ⁿᵃʳʳᵃⁿᵈᵒ
Caminhar nunca foi algo do qual eu gostasse de fazer. Antes do apocalipse eu sempre fazia minha mãe me dar carona até a escola nos dias em que eu perdia o ônibus, que era, na verdade, quase todos os dias. Estive caminhando sem rumo por dois dias e já tinha a plena certeza de que iria morrer. Minha barriga doia de fome — as comidas que peguei em casa eram poucas e já tinham acabado, a não ser por um pequeno saco de jujubas que eu tentava economizar para quando eu não conseguisse mais me aguentar em pé. Tinha me enfiado no meio das árvores para fugir de um bando de zumbis vindo ao longe na estrada principal. Eu estava perdida, tinha a maior convicção disso. Choveu muito a noite, minhas roupas molharam e depois secaram no meu corpo, me fazendo ter vários calafrios. Meu cabelo estava todo bagunçado, meus olhos secos e doloridos de tantas lágrimas derramadas por conta do medo que me assolava.
Captei o som de folhas secas se quebrando, passos que não eram meus. Olhei rapidamente para o lado, vendo um zumbi solitário se aproximando. Estava relativamente longe e era lento, entretanto, eu já estava cansada de fugir, de correr, de me esconder... Encarei o zumbi, meus pés colados no chão. Já me encontrava num estado onde nem me mexia mais de tanto medo. Tinha visto meus pais lidando com os zumbis algumas vezes, apesar de que eu sempre ficava escondida em casa. Sua aparência era tão assustada, com a pele podre caindo em volta da boca, deixando sua arcaria dentária e o osso da mandíbula completamente expostos. O zumbi tinha me visto e agora vinha em minha direção. Eu não tinha armas e nem conseguia me mexer de tanto medo, a não ser por meus joelhos que tremiam violentamente.
Tem que haver alguma coisa.Alguém. Alguém que me encontre. Alguém que me salve.
Por favor. Eu não quero morrer...
— Porra de zumbi! — Abri meus olhos de repente, e eu nem me lembro quando exatamente tinha os fechado, e olhei na direção da qual aquela voz veio. Uma voz humana! Um homem apareceu em meu campo de visão, atravessando os pequenos arbustos e se abaixando para arrancar a flecha que estava enterrada bem no meio da testa do zumbi, agora caído e sem vida. Pela segunda vez.
Fiquei parada o observando com os olhos arregalados de medo e curiosidade, e logo minha presença foi notada quando ele rapidamente se levantou e apontou na minha direção aquela arma estranha com uma flecha na ponta. Levantei meus braços para cima depressa, numa reação que eu me lembrava de ter visto em alguns filmes.
— N-não fui mordida... — As palavras escaparam dos meus lábios numa tentativa desesperada de não ter uma flecha cravada na minha cabeça igual o zumbi azarado.
— Tá sozinha? — Escuto sua voz de novo. Rouca e grave, com um sotaque forte. Balanço minha cabeça para cima e para baixo num movimento tão frenético que sinto meus dentes batendo. O homem relaxou os ombros e começou a abaixar a arma estranha. — Merda. Onde estão seus pais?
— Minha mãe tá morta e meu pai sumiu. Provavelmente morreu também — Respondo abaixando as mãos. Por algum motivo, sinto uma sensação ruim no meu estômago quando falei sobre meus pais. Acho que a falta repentina deles era algo muito novo para eu aprender a lidar... — Você... tá sozinho? — Arrisco a perguntar agora que ele não apontava mais a arma pra mim. O homem fica quieto por uns segundos e cerra os olhos, consigo sentir que ele me analisa profundamente.
— Não — Sua resposta é curta. Ele coloca a alça da arma sobre o ombro esquerdo e finalmente completa. — Meu grupo vive numa prisão.
— Ah — Solto o murmúrio involuntariamente. — Eu entendo. Vocês devem ter criado um ótimo sistema de segurança pra evitar que os zumbis entrem. Como se fosse uma prisão, né?
O homem levanta uma sobrancelha demonstrando que não tinha entendido o que eu quis dizer.
— Vivemos numa prisão — Ele repente impaciente. Uma prisão? Pisco algumas vezes numa tentativa de processar o que ele disse.
— Onde os bandidos ficavam presos no velho mundo? — Eu perguntei.
— Isso.
— Ah, eu não pensei que fosse no sentido literal — Abaixo o olhar para as folhas secas que cobriam a grama, envergonhada pela minha dificuldade de entender certas coisas. Porém, levanto a cabeça novamente quando escuto sua pergunta.
— Você tem um nome, garota?
— Kate — Minha resposta sai praticamente no automático e só depois de alguns segundos eu percebo que tinha falado meu apelido — Katherine. Aliás, Katherine Lenivy. E você...?
— Daryl Dixon — O homem responde e logo olha em uma direção, parecia que ele tinha captado algum som que eu não consegui ouvir. Daryl pega a arma do ombro novamente, se vira e começa a caminhar na direção oposta da qual ele estava olhando antes. — Não é seguro aqui. Os zumbis da rua principal estão se desviando. Me segue.
— Posso confiar em você? — Quando eu faço essa pergunta, ele para e se vira no intuito de me olhar.
— Acabei de te salvar — Daryl responde. Eu continuo parada no mesmo lugar. Então, ele acrescenta. — Mas a escolha é sua.
Olho para o zumbi no chão, depois para trás, na direção onde minha cidade e minha casa ficavam. Cerrei minhas sobrancelhas. Não sei porque eu ainda mantinha a esperança de encontrar meu pai. Ele provavelmente morreu. Me volto para Daryl e dou um passo na direção dele. E depois outro. E começo a seguí-lo.
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NOTAS FINAIS:
Peço desculpas pelo capítulo curtinho, mas esses primeiros vão servir principalmente pra introdução da Kate na fanfic, e logo depois eu vou começar a trabalhar realmente no arco da terceira temporada! Espero que tenha gostado, não se esqueçam de deixar uma estrelinha e um comentário!