Não, mãe, essa casa não é só sua! Essa casa também é minha!
Essa casa é minha! É MINHA! Eu também tenho direitos, eu também tenho meu espaço e eu tenho direito de MEXER NO MEU ESPAÇO. O quarto é meu e eu faço o que eu quiser com ele! O que eu quiser! Se eu quiser deixar meus livros fora da estante, se eu quiser colar pôsteres de Jogos Vorazes, se eu quiser colar adesivos no armário ou se eu quiser dormir de cabeça para baixo que nem um morcego pendurada no lustre EU TAMBÉM POSSO! E não adianta gritar comigo, NÃO GRITA COMIGO!
AAAHHHHHHH!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
Poxa, mãe!
Toda vez que a gente briga e você diz que a casa é sua e que enquanto eu morar debaixo do seu teto as coisas vão ser do seu jeito eu me sinto tão... Tão lixo. Tão nada. Tão não-parte da família. Você me reduz a algo que não tem vontades, que não tem importância, capacidade de pensar, de decidir, de escolher... e eu não sou isso! Eu não sou uma 0 à esquerda. Parece que eu moro na SUA casa de favor, mas essa casa também é minha e eu preciso ter o meu espaço! Eu não sou menos importante do que você e o papai só porque sou adolescente. Sim, eu sou sua filha, mas não sua serva, que deve obedecer sem questionar. Sério, eu...
eu vou continuar essa carta depois