III

103 10 0
                                    

Seis meses depois

Se passaram seis meses desde dia do acidente dos meus pais. Eu tive que declarar falência na empresa, pois não tinha mais como manter a empresa aberta com tantas dívidas. Tive que trancar a faculdade, pois não tinha como pagar, demitir todos os funcionários da casa e fazer um velório sem os corpos pois nada foi encontrado dos meus pais.

Maria, porém, quis continuar comigo e com os meus irmãos mesmo não recebendo o seu grandioso salário que recebia antes. Também tive que vender a nossa casa, pois tinha 10 suítes, sala de jantar, sala de estar, salas de jogos, dois escritórios, biblioteca, jardim, um garagem e um grandioso terraço, eu sozinha não conseguiria arrumar tudo. Com o dinheiro da venda da casa dos meus pais compramos um apartamento de dois quartos, pagamos todos as dividas e guardamos o restante . Um dos quartos eu dividia com a minha irmã e no outro o Heitor dormia sozinho. Por ser tão jovem e ainda não ter um emprego fixo, tive que entrar na justiça para conseguir a guarda dos meus irmãos.

Hoje é segunda-feira, vou sair para mais uma entrevista de emprego. Como nunca trabalhei na vida, não estou tendo tanto sucesso. Tenho que arrumar um bom emprego o mais rápido possível, pois as nossas economias estão acabando e temos dinheiro somente para os próximos três meses.

Hoje eu tenho três entrevistas marcadas. A primeira foi na Indústria Roberts . Acho que conheço esse sobrenome de algum lugar. Andei até a recepção, falei com a recepcionista e fui levada pela mesma até a sala de entrevistas. Lá se encontravam várias mulheres muitos mais lindas que eu e com os currículos também melhores que o meu. A pessoa que realizou a entrevista falou que iria ligar em dois dias para as pessoas que passaram para a segunda fase da seleção ou seja, isso será um milagre se acontecer.

Depois dessa entrevista eu fui para mais duas. Uma era para garçonete e a outra também seria para secretária. Como eu ouvir da primeira entrevista nas demais,eu teria que aguardar alguns dias e esperar uma ligação, então foi o que eu fiz. Como a Maria não pôde ficar com os meus irmãos, decidi voltar para casa. Logo depois da minha chegada eu recebo uma visita.

- Mas quem seria a uma hora dessas? - Perguntei-me antes de atender a porta.

- Olá, boa tarde, gostaria de falar com a senhorita Anne Perez .

- Sim, sou eu. - respondo na mesma hora - Mas quem é a senhora?

- Eu sou Patrícia, do conselho tutelar. Nós recebemos algumas denúncias dos vizinhos aonde eles afirmam que você deixa os seus irmãos sozinhos em casa quando você costuma sair, isso é verdade?

Na mesma hora eu congelei, mas consegui disfarçar um pouco a minha reação e expliquei que nunca tinha feito isso antes, foi somente hoje, e ela me avisou que se isso tornar a se repetir e se eu não arrumar um emprego rápido para conseguir sustentar meus irmãos eu poderei perder a guarda deles.

Será ?Onde histórias criam vida. Descubra agora