IX

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E logo os garçons chegaram com chás, bolos, scones, delicados sanduíches, doces e gelatinas naturais, que o sr. González pediu antes que eu chegasse ao restaurante.

Mas logo o Jordan chamou um dos garçons e falou algo no ouvido dele, que saiu de nossa mesa.

Após alguns minutos, o garçom apareceu com uma taça de vinho branco em mãos e a entregou para uma mulher loira, alta e bonita que estava na mesa ao lado da nossa. O garçom apontou para o Jordan indicando que foi ele que enviou a bebida, e a mulher, após aceitar, entregou a ele um papel que me pareceu um cartão.

Eu continuei na mesa sem falar uma palavra, só olhando para Jordan. O garçom apareceu novamente e entregou o cartão a Jordan, que o guardou no bolso de dentro do paletó.

Nesse momento, Jordan se virou para mim e falou, com voz de desdém:

- Oi Anne. Esse é o seu nome, não é?

- Sim. - respondi, com o mesmo tom de voz.

- O que você faz da vida, Anne?

- Eu fazia faculdade de moda, mas tive que trancar no final do semestre passado e agora estou à procura de um emprego. E você?

- Eu estou 6° semestre de contabilidade e comecei a estagiar na empresa do meu pai.

- Desculpa, mas acho que te conheço de algum lugar. - falei, curiosa.

- Pode ter sido de alguma balada?

- Acho que não. Acho que foi há alguns anos atrás.

O sr. González nos interrompeu e contou que nós éramos amigos de infância, e que brincamos juntos até os meus cinco anos, quando os pais do Jordan se mudaram para a Espanha e nossas famílias perderam o contato.

Depois disso nós três nos mantivermos calados, até que o celular do Jordan tocou.

Ele atendeu, saindo da mesa, e retornou alguns minutos depois, apenas para se despedir de nós.

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Será que o passado deles é somente isso? Ou tem algum mais obscuro ?
Será ?


Será ?Onde histórias criam vida. Descubra agora