Anne
Saí da sala do senhor Walker totalmente transtornada ao saber que o emprego que era a solução para os meus problemas, não existe mais.
E agora como eu vou conseguir sustentar os meus irmãos? Eu me perguntava saindo daquele prédio e percebendo que meu celular começava a tocar.
- Alô Senhorita Anne Perez? Uma voz masculina pergunta.
- Sim, Pois não?
- Eu sou o defensor público que está cuidando do caso dos seus irmãos, e estou ligando para comunicá-la que a audiência é hoje, daqui a uma hora no mesmo fórum onde ocorreu a audiência anterior.
Andei por 20 minutos até a estação mais próxima, entrei no metrô e após alguns minutos já estava entrando no fórum onde ali à alguns minutos iria ocorrer a primeira audiência para decidir a guarda definitiva dos meus irmãos. Penso minutos depois de entrar no prédio, me sento em uma das cadeiras esperando a hora para que eu entrasse, depois começo a me lembrar que a alguns meses atrás, nesse mesmo prédio eu estava sentada nesta mesma cadeira com um dos advogados da antiga empresa dos meus pais e depois de mais de 1 hora conseguimos a guarda provisória dos meus irmãos por 5 meses, a Katherine me orientou para que nesse tempo eu conseguisse um emprego, uma casa, uma babá e oferecer um ambiente familiar adequado. Ouço isso como se fosse hoje na voz da juíza que esta cuidado do caso.
Hoje 5 meses depois vou entrar na sala com um defensor público que eu nem sabia que existia a menos de 1 hora atrás, e não consegui nenhuma das condições que a Juíza me propôs para que eu conseguisse à guarda dos meus irmãos, continuei ali sentada por cerca de 5 minutos até ser chamada por um segurança e entrar na sala, o defensor público já estava na sala para a minha surpresa, é um homem moreno, alto de boa aparência e que me parecia ter entre 35 a 40 anos de idade, ele se apresentou como Jackson Booth e sentou ao meu lado. Alguns segundos depois a juíza começou a audiência, ela me pergunta o que tinha acontecido nos últimos meses em que se seguiram a audiência, expliquei tudo que ocorreu nesse tempo, a senhora Katherine Hough mesmo sendo uma juíza me tratava super bem, parecia mais uma mãe do que uma juíza, na outra audiência ela dispensou todos na sala e me deu alguns conselhos, ela ouviu atentamente sem falar uma palavra, quando terminei ela começa a me fazer uma série de perguntas e eu as respondo sem nenhuma animação, estava correndo tudo bem até a senhora Hough dar a sentença .
- Diante das circunstâncias que tenho observado sobre o caso decido que os menores Lucia e Heitor Perez irão ficar a disposição da justiça, e Anne tem até 24hs para deixa los a disposição da justiça, ao ouvir isso eu começo a chorar e ficar tonta não lembro de nada acordo alguns minutos depois sentada na mesma cadeira da sala de espera que estava à alguns minutos antes de entrar na sala, mas dessa vez com dois médicos ao meu lado perguntando se eu estava bem, continuei por mais alguns minutos ali sentada pensando no que iria acontecer dali em diante, até que um dos médicos falou que minha pressão tinha sido normalizada e que eu já poderia voltar para casa, decido ligar para o celular da Maria, o telefone toca e na terceira chamada alguém atende.
- Alô?!
- Oi, Julie aqui é a Anne, desculpa a demora para ir pegar os meninos, foi por que eu acabei sendo chamada para a audiência da guarda deles em cima da hora.
- Não se preocupa Anne eles se comportaram muito bem, mas me diz como foi a audiência? você conseguiu né? Ao perceber que eu começo a chorar ela tentar me consolar, - Não se preocupa Anne você pode recorrer dessa decisão e nós podemos te ajudar.
- Eu acho que não Julie, Eu nem tenho como me sustentar imagina sustentar nós três só ser for debaixo de ponte.
- E o seu emprego Anne?
- Não deu certo, a empresa agora decidiu cortar custos e a minha contratação foi um destes.
- E agora Anne o que você vai fazer ?
- Eu não tenho a mínima idéia, Julie você pode fazer um favor pra mim ?
- Claro Anne é só falar.
- Você poderia pedir para o seu esposo levar os meus irmãos para o nosso apartamento? Daqui a umas duas horas, se não for um incômodo para vocês é claro.
- Incômodo nenhum, ele leva seus irmãos ai antes de ir para o trabalho.
- Obrigada Julie, falo me despedindo e desligando a ligação.
Cheguei em casa no final da tarde, ainda tinha mais de 1 hora até que os meus irmãos chegassem da casa de Maria, fui direto para o meu quarto, tiro completamente minhas roupas, pego uma toalha no guarda roupa e vou em direção ao banheiro ligo o chuveiro e deixo a água quente invadir todo o meu corpo, desligo a água e sento me no chão e um flashback do que aconteceu nos últimos meses começa a passar pela minha cabeça e começo a chorar, a morte dos meus pais e a falta que eles estão fazendo para mim e para os meus irmãos, a perda dos meus "amigos", toda essa responsabilidade que surgiu do dia para noite, as dificuldades que estamos enfrentando, isso poderia acontecer lá fora mais quando eu estava com os meus irmãos isso parecia que não existia, mas agora com eles indo para longe o que vai acontecer? Continuei me fazendo aquela pergunta por um longo tempo , até que minha lágrimas parassem de cair e eu me levantasse e terminasse o banho, saí do banheiro enrolada na toalha e fui direto para o guarda roupa pega uma roupa e me vestir com a primeira roupa que eu vi na minha frente, no mesmo momento que eu terminei ouço alguém bater na porta e vou em direção a mesma e abro a vendo que são os meus irmãos acompanhado do Thomas, agradeço ele que logo vai embora .
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Será ?
RomanceAnne Perez tem 20 anos. Ela é uma mulher linda, loira, com estatura mediana que está cursando o 3° semestre de moda em uma das melhores faculdades de Londres. Tem pais maravilhosos e dois irmãos, Lúcia, de sete anos e Heitor, de três. Ela vê sua vi...