IV

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Depois do dia cansativo que tive, a única coisa a ser feita foi ficar em casa com os meus irmãos, pois não tínhamos dinheiro para sair. O resto da minha semana continuou assim: eu deixava os meus irmãos com a Maria, quando ela tinha tempo para ficar com eles, e saía para procurar emprego.

No sábado, pretendia levar meus irmãos para passar a tarde no parquinho da praça que fica a duas quadras no nosso novo apartamento, mas antes que saíssemos a campainha tocou.

- Boa tarde, senhorita Anne Perez.

- Boa tarde, Senhor...? - respondo tentando me lembrar de onde conheço aquele homem, que me parece um pouco familiar.

- Desculpa, senhorita Anne. Você deve estar se perguntando quem eu seja, já que faz muitos anos que nos vimos. Eu sou Lorenzo González.

Eu estendo a mão e o cumprimento, e logo me recordo de quando eu ainda era criança e brincava com esse senhor e uma outra criança que eu não conseguia ver o rosto. Mas quem seria aquela criança? Por alguns momentos me perco nos pensamentos, mas logo volto e pergunto se ele quer entrar. Ele concorda e entramos, mas logo Heitor aparece.

- Anne, quando vamos para o parque? Eu quero brincar um pouco, não aguento mais ficar em casa.

- Não se preocupe, Heitor, já vamos. Senhor González, gostaria de ir com a gente? pergunto meio sem graça .

- Eu não quero incomodá-la, Anne. - Mas aceita, depois que eu garanto que não seria incômodo nenhum.

Chamo Lúcia e vamos andando para o parque. Como eram somente duas quadras, chegamos em menos de cinco minutos. O Heitor foi correndo brincar com as crianças da idade dele e com os brinquedos, já Lúcia preferiu conversar com umas meninas da idade dela.

Eu e o senhor González ficamos sentados em um banco da praça que fica em frente ao parquinho, Ele me disse que tinha uma oportunidade de negócio para mim, então preferi sentar sozinha com ele para avaliar a oportunidade.

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