XIV

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Entrei na minha sala e fiquei pensando no meu pai. Era por esse motivo que meu pai insistiu para que eu me case logo? Eu me perguntava. Mas eu não quero me casar, ainda mais com uma pessoa que nem ao menos conheço, não vou me casar com uma estranha. Me perdi nos pensamentos até que o Davis bateu na porta e mandei ele entrar.

- Davis - chamei a sua atenção e ele se virou. - Se eu não assumir a empresa quem irá organizar, gerenciar, administrar e coordená-la? - ele me olhou um olhar estranho e pensativo mas após alguns segundos me respondeu.

- Bom, senhor, se o senhor não assumir a empresa teremos que fazer uma reunião com a diretoria e os acionistas, para eles decidirem quem será o próximo presidente - ele disse com um tom calmo e aparentemente feliz.

- Mas quem seriam os principais candidatos?

- Temos vários funcionários que poderiam desempenhar esse papel muito bem na ausência do seu pai, e eu sou um deles. Mas o senhor conhece o regulamento da empresa, que o presidente tem que ser casado, responsável e capacitado para esse papel, e até aonde eu sei, o senhor não é casado, e nem ao menos namora.

- Quem te forneceu essas informações está completamente desatualizado; Como já disse para o thomas, eu estou noivo e vou me casar em breve. - quando falei isso ele me olhou com um olhar assustado e aquele sorriso que estava há um tempo atrás no seu rosto desapareceu.

- Parabéns Jordan, eu não sabia, quando vamos conhecer essa felizarda?

- Obrigado Davis, em breve. - respondi, já pegando os papéis que ele tinha acabado de colocar na mesa e fazendo outra pergunta. - O que temos que resolve com mais urgência?

- Temos que ir para três reuniões que o seu pai tinha marcado para hoje e ler e assinar esses contratos que estão em cima da mesa.

- Quando começa a primeira reunião? Elas vão acontecer aqui na empresa mesmo? - perguntei já adiantando .

- A primeira reunião irá acontecer aqui na empresa, mas as demais iram acontecer em um restaurante perto do Museu Britânico. Uma acontecerá na hora do almoço e a outro na hora do chá. - ele disse saindo da sala.

Continuei lendo alguns daqueles papeis que ele tinha deixado na mesa alguns instantes atrás. Grande partes deles eu entendia, mas outros nem tanto, por isso optei por não assinar aqueles documentos antes de entender totalmente do que se tratavam.

Quando dei por mim, o Davis já estava novamente batendo na porta na minha sala para avisar-me que já estávamos em cima da hora para a reunião que iria acontecer na sala de conferências e que ele iria me acompanha e me explicar pelo caminho do que se tratava.

Seguir pelo caminho ao lado dele, ouvindo-o atentamente até a porta da sala de conferências.

A reunião tratava sobre medidas para torna a empresa mais sustentável, eu sugeri algumas ideias que foram aceitas.

Após algumas horas a reunião foi encerrada, e como ainda faltavam duas horas para a próxima reunião, fiquei na minha sala com o Davis me explicando o que iria acontecer nas próximas reuniões, já que ele não poderia me acompanhar. Depois disso passei no hospital para receber notícias do meu pai, cujo estado infelizmente não mudou muito.

Após isso me dirigi até o restaurante onde iriam acontecer as reuniões com um dos fornecedores da empresa, a reunião foi calma, mas ao mesmo tempo estressante e produtiva, e terminou por volta das 14:30, me dando mais de 2 horas de espera até a próxima.

Como o restaurante se localizava perto do Jardim botânico decidi ir até o mesmo, sentei me em um dos bancos e fiquei observando as crianças sorrindo, brincando com suas famílias. Isso me fez lembrar da minha infância em Barcelona, quando meus pais, ou pelo menos um deles, todos finalzinho de tarde me levava para o parque para brincar com algumas crianças que faziam o mesmo.

Lembrei-me que quando tinha por volta de 7 anos, ficamos uma temporada aqui na Inglaterra, e todas as tardes quando eu vinha até o parque me encontrava com uma menina e ficávamos brincando até um de nós temos que ir embora. Não lembro muito do rosto dela nem o nome, mas em um daqueles dias quando fui para casa com a minha mãe, eu falei que queria casar com aquela menina.

Ao lembrar disso, comecei a rir e decidi mexer no meu celular. Foi quando eu percebi que haviam 10 ligações perdidas do tio González nos últimos 2 dias.

Decidi ligar para ele, que atendeu na segunda chamada.

- Alô Jordan, como está o seu pai? Por que você não me contou o que aconteceu antes? tive que saber pelos jornais, acrescenta ele antes que eu consiga falar algo.

- Desculpa tio, aconteceu tudo muito rápido e não tive tempo para pensar em mais nada a não ser na saúde do meu pai - falei mais para mim do que para ele.

- Qual o estado de saúde dele filho? - ele me perguntou.

- Tio, eu estive no hospital mais cedo e infelizmente o estado de saúde do meu pai continua muito grave, mas estável segundo os médicos que estão cuidado do caso dele.

- Jordan, onde você está? Não está com o seus pais nesse momento?

- Não, tio estou indo para uma reunião da empresa que não pode ser desmarcada, mas após o término desta reunião irei voltar para o hospital.

- Tudo bem filho, seu pai está no Hospital Nacional de Neurologia e Neurocirurgia? Estou indo pra lá agora, ficarei te esperando para conversamos.

- É neste Hospital sim, está bem. - depois disso despedi-me do mesmo e desliguei o celular.

Continuei por mais uns 10 minutos ali e segui andando até o restaurante onde se encontrava o meu carro e seria a reunião.

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