XIII

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No momento em que saí do restaurante do hotel, me dirigi até o meu carro e fui ao National Hospital of Neurology and Neurosurgery.

Chegando, fui direto para a recepção para descobrir em qual local se encontrava eu pai, e a recepcionista me avisou que ele estava em cirurgia por causa do rompimento de um vaso sanguíneo que provocou um sangramento no cérebro e pediu que eu me dirigisse à sala de espera, onde se encontrava minha mãe aflita esperando notícias. Logo quando ela me viu, pensou que era um dos médicos e se levantou rapidamente, mas ao perceber que era eu, foi ao meu encontro, me abraçando e chorando.

Sentei-me e fiquei tentando consolar a minha mãe por mais de duas horas até que os médicos chegassem. Quando eles apareceram, nos levantamos rápido do sofá que ficava na sala de espera.

- Familiares do senhor Roberts. - o médico perguntou.

- Eu sou o filho dele e essa é minha mãe - apontei para minha mãe, que estava ao meu lado com os olhos vermelhos de tanto chorar.

- Bom, eu vou direto ao ponto. - ele disse olhando para mim e continuou. - O seu pai teve uma hemorragia causada pelo entupimento de um vaso sanguíneo, e por isso tivemos que fazer uma cirurgia às pressas.

Conseguimos estabilizá-lo, mas no momento ele está em coma e não sabemos se ou quando ele irá acordar ou se ele terá alguma sequela. Desculpe, mas só o tempo poderá dizer o que irá acontecer. Com licença. - ele disse, saindo da sala.

No mesmo momento em que ele saiu da sala, voltei a atenção para minha mãe, que estava sentada no sofá da sala, chorando.

Sentei-me ao lado dela, coloquei a cabeça dela no meu colo e alisei o cabelo dela, na tentativa de aliviar um pouco o sofrimento dela. Percebi que depois de algum tempo chorando ela acabou dormindo com a cabeça em meu colo. Ajustei-a em meus braços e a levei até nossa casa, que ficava a poucos minutos dali. Ela precisava descansar muito e ser muito forte.

No outro dia levantei às sete da manhã, tomei um banho, vesti um terno, mas não coloquei gravata e fui até o quarto dos meus pais à procura de minha mãe. Ao chegar lá, percebi que ela não estava no quarto, e após procurar sem sucesso no resto da casa, perguntei à Alana, nossa governanta e minha antiga babá:

- Lana, você viu a minha mãe em algum lugar?

- Jordan, sua mãe saiu agora a pouco e falou que iria para o hospital ficar com seu pai.

- Obrigada, Lana. - quando me virei para sair, ouvi novamente a voz dela:

- Jordan, você vai voltar para o almoço? Sua mãe já avisou que vai comer alguma coisa no hospital.

- Não precisa fazer o almoço, Lana, eu vou para o hospital ver como está meu pai e depois vou para a empresa, ver como estão as coisas e resolver o que for indispensável.

Me despedi dela e fui até a garagem à procura do meu carro, um McLaren MP4-12C e saí.

Chegando ao hospital encontrei minha mãe na sala de espera conversando com o médico.

- Doutor, como está o meu pai? Ele já acordou?

- Ele ainda continua na mesma, filho. - ouvi a voz da minha mãe com um tom desanimado.

- O seu pai não teve nenhuma piora, o que é um milagre para o estado dele, mas ele ainda está em coma, e só poderemos fazer uma avaliação total de como está o seu pai quando ele acordar. - ele falou, saindo da sala e nos deixando a sós.

- Mãe, por que a senhora não me chamou antes de sair?

- Porque você estava dormindo e eu não queria te acordar, filho.

- Mesmo assim você deveria ter me chamado. Ele é meu pai. - falei com o tom de voz um pouco alterado. - Mãe, vou passar na empresa para verificar o que o papai tinha que resolver hoje e por essa semana. Vou assumir a empresa até ele acordar e voltar, o que não vai demorar muito. - falei e ela me olhou com um olhar assustado. - Mãe, está tudo bem?

- Filho, preciso te falar uma coisa - disse ela, um pouco nervosa.

- Fala mãe, a senhora está me escondendo algo?

- Filho, o seu pai há alguns anos atrás criou uma lei na empresa, que dizia que só poderiam assumir a empresa, mesmo que por pouco tempo, pessoas casadas.

- O que? Como assim mãe? Por que vocês nunca me falaram isso?

- Desculpa, filho, mas eu só fiquei sabendo há pouco tempo.

- Mas tem como alterar ou cancelar esta lei?

- Somente o seu pai pode fazer isso.

- Como assim, mãe? E se o papai não acordar logo, como vai ficar a empresa? Como vamos sobreviver? Mãe, a senhora pode assumir a empresa.

- Eu não, filho. Não entendo nada de negócios e muito menos de negociações.

- Então como vamos fazer, mãe?

- É simples, filho. Você vai se casar com aquela moça, a Anne. - ela disse com o tom de voz calmo.

- O que, mãe? Eu me casar com aquela mulher? Jamais!

- Então vamos morar debaixo da ponte, a escolha é sua. - disse ela, saindo e me deixando sozinho. Mas antes dela sair eu perguntei:

- Mãe onde a senhora vai?

- Vou comer algo, filho e tentar encontrar o médico para saber quando eu vou poder visitar o seu pai na UTI.

- Até logo, mãe. - disse, saindo dali e indo para o estacionamento do hospital, para me dirigir até a empresa.

Ao chegar, preferir subir usando o elevador privativo do meu pai, para evitar olhares e perguntas sobre o estado de saúde dele, já que provavelmente todos já sabiam do ocorrido.

Subi até o último andar do prédio e fui até o secretário do meu pai, que me olhou assustado.

- Jordan, como está o seu pai? Eu estou muito preocupado com ele, ele passou mal no meio da reunião, eu liguei para a ambulância e fui com ele para o hospital, mas tive que voltar e finalizar a reunião por ele, já que ele teve que fazer a cirurgia de emergência, e liguei para sua mãe avisando onde ele estava.

- Obrigado, Thomas, se não fosse por você nem sei como estaria o meu pai. - disse, dando um abraço nele. - Aproveitando que te encontrei aqui, quais são os compromissos do meu pai para essa semana? Gostaria que você pedisse para o Davis me explicasse tudo sobre eles, já que por enquanto quem vai cuidar de tudo sou eu.

- Mas Jordan, você não é casado, então não pode assumir a empresa.

- Eu não sou casado ainda, mas estou noivo e vou me casar muito em breve. - ele voltou a me olhar assustado.

- Ah, desculpa Jordan, eu não sabia.

- Tudo bem Davis, estou na minha sala esperando com a papelada.

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