VII - Lentidão em Pessoa

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Peço imensa desculpa por estar sempre a despublicar e a publicar constantemente os meus capítulos, mas é por uma boa causa, sério.

Se ainda não recebeste dedicação, é a tua oportunidade de comentares e receberes uma no próximo capítulo.

Era uma manhã, fria, para variar. As nuvens estavam bem brancas enquanto preenchiam o céu, escondendo o sol.

Eu não era uma rapariga atlética ou algo do género, mas sempre andava de patins quando podia. Ia ensinar a Lola - que passava a vida no computador a ver episódios de animes que eu não fazia a mínima ideia de onde eram - a andar de patins e a se equilibrar. Não era habitual Lola apanhar ar puro destes, mas sempre que o fazia, não hesitava em me perguntar quinhentas vezes o que raio fez para estar ali. Eu não respondia, claro.

- Sabes que horas são? - questionou-me, uma voz rouca da manhã a falar por ela, mesmo com os seus olhos de cansaço após ter acordado.

- São... - Olhei para o meu relógio do telemóvel. "Dez e meia da manhã?"

Dez e meia da manhã - repetiu, com uma cara de nojenta como se tivesse provado limão pela primeira vez. - Porque estou acordada a estas horas? - Bocejou, esfregando os olhos.

- Vais aprender a andar de patins, - respondi, casualmente. Eu não a tinha avisado sobre o assunto, por isso, após ouvir a minha resposta, olhou para o céu, frustrada.

- E porque o Dean não está cá?

- Foi o fim-de-semana para a casa dos tios, sua morena preguiçosa - resmunguei. Suspirei alto, deixando o ar sair ao fazer barulho.

Lola estava com uma sweatshirt com algo escrito em japonês (sabe se lá porquê) e com calças de fato de treino vestidas. Eu, ao contrário dela, estava de leggins pretas com um casaco cinzento claro, que condizia com os meus patins da mesma cor. O meu cabelo loiro estava puxado para trás num rabo de cavalo, ao contrário do de Lola que era mais pequeno e andava solto pelos ombros.

- Eu não vou aprender a andar de patins. - Movimentou as mãos como se fosse polícia, e não me deixasse andar numa direção. - Posso andar contigo a pé, mas não vou aprender a andar de patins - recusou.

Não comentei enquanto fazíamos caminho até ao parque grande, público, onde muitos andavam de skate. Não gostava muito de ir a esse parque, muito menos sozinha. A maioria eram rapazes que passavam a vida a andar por aí de skate (fora o resto da população que só vinha para respirar ar puro ou para entreter as crianças no recreio), e eu não tinha ninguém para falar. Com a Lola, tinha finalmente alguém para conversar.

- Tinha planeado ver um episódio de Fairy Tail - resmungou-me, semi-cerrando os olhos. - Obrigada.

- De nada - repliquei, ignorando o seu sarcasmo óbvio. - Ainda bem que andas a fazer algo mais... produtivo do que ficar em casa fechada no computador.

Hm, agradeço. - Não falei mais nada ao ouvir o desinteresse dela. Comecei a acelerar com os meus patins, andando a caminho do campo de skate, que tinha um bom pavimento para eu andar de patins.

- Não é o Walter? - Lola questionou-me, após ter corrido para o meu lado, na esperança de acompanhar o meu 'passo'.

Apontou para um banco, onde estava lá Walter, a gritar para alguém que estava no campo. Quando tentei reconhecer a pessoa, reparando que era Drake, o único que não estava com calças largas quase a cair-lhe, nem com um boné com a pala para trás, pensei que seria mais que óbvio.

The Gun Shot Theory (Séries 'Foreign' #2)Onde histórias criam vida. Descubra agora