XXVII - Namorados, Casados e Trancados

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Não foi editado. :3 #Fodeu

Dedicado a @drugsteen 👯 comenta para também teres dedicação!

- Já decidiste com quem vais namorar? - Lola questionou casualmente, mexendo no cacifo, colocando no mesmo alguns livros. - Aviso já que não quero sobrinhos de momento, por isso usa proteção.

Semi-cerrei os olhos na direção de Lola. Esta estava a lembrar-me bastante de Walter, um jovem que fazia brincadeiras sexuais com um tom inocente, de maneira a que ficasse um momento constrangedor entre nós. Debati comigo mesma se devesse ou não assassinar Lola, mas não achei que a mesma fosse uma razão suficiente para estragar o meu futuro universitário para estar na prisão.

- Do que é que estás, exatamente, a falar? - Aproximei-me dela. Estava a mandar mensagens a Philip, um colega de Precalculus que me questionava sobre a matéria que ia sair nos testes.

- Dos teus amantes todos. - De seguida, piscou-me o olho, cúmplice. - Aquilo de segunda-feira, lembras-te? Aliás, impossível não relembrar.

- Tenho o leve pressentimento que estás a tentar ser engraçada. - Inclinei a cabeça. Não tinha graça alguma. Caleb Smith continuava sem falar comigo. Este tentava formar conversa comigo, literalmente, cinco vezes ao dia até eu arranjar uma desculpa para me afastar.

Lola abanou a cabeça, continuando com o seu sorriso safado que chegava até aos olhos.

- É verdade. Antes apostaria em R.J., sabes? Descreveste como este rufia qualquer atraente que se preocupava muito com a família. - Acenei com a cabeça. - Mas acho que a tua visão dele já mudou depois de... - Parou, estranhando-me a mexer a mão na direção acima do seu ombro. Estava a acenar a um grupo de raparigas que reconhecia, mais novas que eu. - Estás sequer a ouvir-me?! - questionou, irritada.

No mesmo segundo, foquei a minha atenção em Lola, notando claramente na sua exigência.

- Estou a ouvir, sim - ripostei, já frustrada. Gesticulei com a mão para prosseguir.

- Tens de escolher um deles. - Retirou os últimos livros do cacifo, deslizando-os pela borda do final do mesmo até se assentarem nos seus braços. O seu tom continuava casual, esquecendo a irritação anterior. - R.J., Caleb Smith...

- Shiu! - Pús a mão na boca dela, tentando a manter calada. Acho que ela não tinha noção de que falava alto e facilmente atrairia pessoas para ouvir a nossa conversa. - Eu não tenho de escolher ninguém, Lola. Cada um com os seus problemas: não é da minha conta.

- Não me refiro a isso. - Mirou-me de relance. - Sabes muito bem o que eu quero dizer, Victoria.

Decidi não lhe responder. Lola estava decidida em me humilhar com as suas piadas secas normais. Não havia maneira de eu me escapar das mesmas. Ia retirar o meu telemóvel do bolso, distraída nos meus pensamentos, quando dei pelo facto de não se encontrar no meu bolso: o lugar exato onde o ponho.

A minha respiração parou, e sem referir uma palavra a Lola, repentina, atirei a minha mala da escola para o chão, e comecei a revistá-la por dentro, de joelhos.

- Estás à procura do quê? Do teu telemóvel? - Pela minha expressão fácil, era provável que fosse óbvio. Quando não o encontrei, está bateu com a porta no cacifo. - Tem calma. Vou-lhe ligar. Qual foi o último lugar onde o viste?

Ainda um pouco stressada, respirei fundo, fechando os olhos. A possibilidade de ter perdido definitivamente o meu telemóvel não estava certamente nos meus planos.

The Gun Shot Theory (Séries 'Foreign' #2)Onde histórias criam vida. Descubra agora